Capítulo 10

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Olá, amoras. Espero que estejam todos bem e que tenham passado o São João de forma segura, dentro de casa 🏡

Duas coisinha RÁPIDAS: a primeira é que o assunto aborto continuará a ser abordado com muita cautela e respeito, peço que a mesma postura da parte de vocês perpetue. A segunda é sobre a mídia, quem puder escutar Kiss Me do Ed Sheeran durante a leitura, terá uma experiência bem melhor.

Boa leitura 💛

* * *

Foram tantos sentimentos em um intervalo tão curto de tempo, que seria o suficiente para a cabeça de alguns explodir. Era o primeiro baile desde a morte da sua irmã, a volta de toda a culpa e dor de perdê-la, reviver aquele momento repetidas vezes, o susto de ver uma colega desmaiada e, ainda, adentrar a madrugada em um ambiente hospitalar, receber informações como as que recebeu e guardar tudo o que sentia só para si diante da situação.

Sam, apesar de tudo, não se sentia mal quando acordou pela manhã, porque um sentimento sobressaía-se.

A contemplação em relação a Livia perpetuava desde a noite anterior, ele dormiu e acordou lembrando da sensação do seu toque, de como foi estar com o corpo tão próximo do dela, o coração palpitando pela vontade de arrancá-la da vida difícil que ela parecia ter e segurar mais uma vez sua mão, garantindo que ficaria tudo bem.

Sua consciência fazia questão de lembrar-lhe de que não passara muito tempo desde que haviam se conhecido e que ela estava passando por um avalanche de eventos desafiadores para que ele cogitasse a possibilidade de querer mais alguma coisa além de ajuda-la, mas alguém como Livia... Não dava para simplesmente não admirar.

Ela era linda, estava sendo forte, destemida e, mesmo sendo um fardo emocional e físico para si mesma às vezes, ainda conseguia ter seus momentos benevolentes e fazer o que achava certo. Além disso, tinha o mistério.

Talvez o mistério o tenha atraído e fascinado, de modo inconsciente, desde a primeira vez que tiveram contato. Ele não tinha mais dúvida nenhuma de que ela não era como o resto deles, que precisava urgentemente de ajuda e apoio, que era sozinha, que chegava a ser privada de algo tão básico como é a alimentação, mas ele ainda queria saber a história dela, de onde viera, quem era sua família, o porquê da decisão de pintar o cabelo de rosa, como ela tornou o tricô seu escapismo e, se era escapismo, o que tanto bombardeava sua cabeça para que ela tivesse que escapar tanto? Seria algo além do que ele já sabia? Algo além de estar grávida, sozinha e sem dinheiro?

Sam não tinha a resposta dessas perguntas, mas carregava consigo uma única certeza: estava completamente fascinado por Livia.

Depois de deixá-la em casa, pensou em voltar à escola, mas tomou a liberdade de ir sozinho à residência de Jackson e encerrar a noite por ali. Sentia-se preocupado com a garota, mas, por outro lado, leve e até mesmo feliz quando acordou.

Talvez a única coisa estranha tenha sido olhar para a cama ao lado do colchão em que dormia e nota-la intacta. Jackson claramente não passara a noite ali, não havia um dia em que aquele menino organizasse sua cama antes das cinco da tarde.

Pensou em ligar para ele, e só aí percebeu que seu celular estava completamente sem bateria, conectou-o à tomada e, assim que desceu, sua primeira visão foi o garoto, Sofia e Violet atravessando a porta de entrada. Passou pela sua mente dizer "oi, pessoal", mas Sofia correu até ele tão rápido que mal teve um intervalo para pensar.

-Sam!- ela exclamou, abarcando-o. Os três tinham olheiras muito fundas, ainda cheiravam a álcool, a maquiagem e penteados estavam um pouco fora do lugar e os agasalhos estavam por cima das roupas de baile notavelmente não trocadas. Ele retribuiu o abraço, sem entender o que estava acontecendo, mas não tardou a ser estapeado nos braços pela amiga- Idiota! Idiota! Idiota!

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