Capítulo XXIV

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[Gentee estou escrevendo de madrugada, então me perdoem se tiver algum erro de ortografia. Mas eu precisava escrever kkkkk agora posso dormir em paz. Boa leitura!!]

Safira tinha conhecimento que Adalina Leminsk, a modista mais famosa de Londres, era uma mulher grotesca e sem educação, no entanto, que era inigualavelmente sem escrúpulos e impiedosa, a jovem não poderia imaginar.

Até mesmo o sol parecia ter aversão àquela mulher, pois nascia no horizonte preguiçoso como se não desejasse aparecer e oferecer um dia luminoso para Londres.

Safira tinha dormido muito pouco na noite anterior, talvez porque agora o noivado de Charles parecia mais real do que nas semanas anteriores, o que a fazia se sentir que estava em uma montanha russa que apenas caía, descendo cada vez mais, sem perspectiva do momento glorioso em que voltaria a subir pelos trilhos. E haviam também os sonhos... fantasias criadas pelo seu cérebro onde Charles a despia tomando-a nos braços fazendo-a sua por completo. Nem mesmo enquanto dormia Safira estava liberta da dor, pois estes lhe geravam uma angústia sem fim. E quando acordava ela sentia. Ah céus! Poderia dizer que sentia a excitação causada pelo sonho em cada parte de seu corpo. Levantava ofegante e caminhava até o jarro de água em sua cômoda, numa tentativa de acalmar-se, mas não obtinha sucesso, sua respiração desregulada e o formigamento no meio de suas pernas ainda permaneciam açoitando Safira por um tempo que parecia interminável. Se o casamento acontecesse, aquele tormento duraria para sempre?

Todos aqueles devaneios invadiram a mente dela enquanto a tediosa senhora Leminsk tagarelava sem pausa sobre os cuidados que elas deveriam tomar com os vestidos naquela noite, pois eram de um tecido importado raríssimo de encontrar e outras coisas que Safira preferia não ouvir. Mas algo que ela disse despertou sua atenção: não fora nada relacionado a tecidos ou com a última moda em algum país, mas sim o modo extremamente rude como ela se dirigia aos criados que estavam auxiliando em torno das irmãs. Com aquele maldito espartilho apertando suas costelas Safira se encontrava ainda mais irritada do que o normal.

- Você - Adaline apontou o dedo enrugado para uma garota magra de cabelos encaracolados loiros - Me traga um chá sem açúcar bem quente. Agora - ordenou.

Safira não estava gostando em nada daquilo, ver aquela senhora se portando como dona daquela casa.

- Ora! Faça isso direito! - ela se inclinou para observar a barra do vestido de Safira - Está horrível.

A criada que elaborava os pequenos bordados encolheu os ombros diante da arrogância dela.

- Faça de novo! - Adaline puxou um pedaço de linha fazendo com que todo o trabalho que a mulher fizera com tanto esforço e afinco se desfizesse.

A criada suspirou cansada e voltou para o início da barra. O coração de Safira poderia bem ter se desmanchando juntamente com o bordado daquela mulher. Ela tinha o rosto cansado, mas as feições eram amigáveis, Safira já havia conversado com ela algumas vezes, seu nome era Belinda, era criada dos Fretcher a quatro anos, ela ajudara Safira a se acomodar no dia de sua chegada.

A modista se levantou e ajeitou as mangas do vestido de Safira com o desdém estampado em seu rosto longe de ser jovem.

- Criados! Sempre tão preguiçosos e tolos! Precisam fazer a mesma coisa incontáveis vezes até compreenderem alguma coisa! Gente do mais baixo nível... - ela comentava isso com o mesmo tom de voz de alguém que comenta algo banal sobre o clima.

Safira apenas franziu o cenho.

- Algum problema senhorita? - Questiona ela olhando para Safira sobre os óculos que pendiam em seu nariz pontudo.

- Por que está me dizendo essas coisas?

- Ora porque um dia a senhorita também vai ter um título para zelar e é de extrema relevância para uma dama nobre que seus criados não sejam inúteis - ela voltou seu olhar para baixo ao pronunciar com ênfase a última palavra.

Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora