Capítulo XI

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Quando os lábios de Charles pareciam se aproximar cada vez mais dos seus, Safira achou que aquilo era um engano.

Se bem que estava tudo muito claro para ela: Charles estava a ponto de beijá-la! Jesus, talvez estivesse muito insana ou com uma dose de libertinagem nas veias, pois desejou muito que ele o fizesse. E quando sentiu o dedo de Charles se afastando de seu lábio, deixando um leve formigamento no local por onde havia passado, Safira quase sentiu seu corpo ceder.

Quando o olhar dele pousou sobre ela de um jeito sedutor, sentiu que precisava fazer aquilo parar, mesmo que não quisesse.

— Senhor Fretcher... eu... — Safira se calou quando ele a olhou nos olhos e sussurrou:

— Charles. Me chame de Charles. — Disto isso ele segurou o rosto dela. Ela engoliu a seco, o rosto dele estava muito próximo e olhando para ela de um jeito que a fez perder o fôlego. — Eu acho que... Eu posso beijá-la! - Safira achou que aquilo era de longe uma pergunta, e se fosse ele não ia esperar pela resposta, uma vez que seus lábios já tinham sido tocados pelo dele.

Ele roçou a boca delicadamente na dela. Safira não se moveu, mas ao ouvir o arquejar dela Charles a beijou com ardor. O gosto era doce e salgado, maravilhoso, incomparável. Mesmo que por um instante ela não tenha se mexido, aparentando estar em choque, logo as mãos de Safira se moveram pelas costas dele. E então, ela abriu os lábios encorajando-o a aprofundar o beijo.

Enquanto o cérebro de Safira tentava entender o que acontecia de fato, ela já sentia seus lábios retribuindo aquele beijo insano, aquele ato pecaminoso que... céus! Era maravilhoso! Agora Safira entendia o porquê de existirem tantos libertinos, aquele ato de beijar estava sendo esplêndido e Charles a conduzia como um professor experiente, com habilidade adquirida na prática, parecia que ele gostava muito do gesto de beijar. Gostava de beijá-la!

A ternura os envolvia através daquele gesto, como se fizesse todo o sentido tudo o que conversaram e não conversaram fossem detalhes banais esvaídos pelo beijo que se seguia. A boca dele se movia sobre a dela de forma assídua, cada beijo durando mais do que o anterior.

Charles segurou o queixo de Safira, inclinado seu rosto para mais perto, explorando sua boca, a deixou ainda mais próxima de seu peito, aprofundado o beijo, alarmando-a com passadas ousadas de língua, tudo o que Safira conseguia fazer era se segurar e, com muita intenção retribuir.

— Santo Deus! — Charles arfou ao se afastar para respirar. Mas quando ele olhou para Safira que ainda permanecia de olhos fechados e os lábios carnudos inchados pelo beijo, o objetivo de respirar foi todo por água a baixo. Sabia que precisava parar mas não estava a ponto de soltá-la

Safira abriu os olhos, e suspirou devagar ainda processando o que tinha acontecido. Seu primeiro beijo e, foi ele com.... Charles Fretcher, considerado por muito tempo o maior libertino de Londres e de quebra o futuro — mesmo ele sendo relutante a isso — noivo de sua irmã. Safira suspirou, ela seria atirada para o inferno sem sombra de dúvidas!

— Foi tão ruim assim? — Charles perguntou com os lábios perigosamente perto dos dela.

— Desculpe, o quê? — Safira não conseguia se distanciar dele.

— Você está fazendo uma cara estranha — Charles pegou uma mecha do cabelo de Safira e enrolou nos dedos — Sabia que você tem um rosto muito expressivo?

Tudo bem, agora Safira estava mesmo tentando entender qual era a daquele homem, com aquele olhar magnífico, e corpo aparentemente incrível e também os lábios que...

Safira pigarreou.

— Eu não sabia... isso é ruim? — sussurrou ela.

Ele apenas maneou a cabeça num gesto negativo e olhou para os lábios dela abertamente.

Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora