Capítulo XXXV

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Queridos leitores,

Deixo aqui um capítulo mais longo para vocês, espero que gostem!

Beijos da escritora.

E vamos ao capítulo de hoje...

. . .

Antes que as luzes da aurora invadissem o quarto de Adelaide, Safira já estava lá, sentada silenciosamente em sua cama. Ao se levantar após um breve período de sono, o coração apertado de Safira pedia que estivesse na presença da irmã, aquela que sempre fora seu porto seguro, como se aquele simples fato de estar ao lado dela fosse lhe dar uma ideia do que fazer com tudo que sabia. Era um hábito que mantinha desde criança, algumas vezes ficava até que sua irmã acordasse e ambas conversassem sobre algo, já outras se retirava antes que Adelaide percebesse que estava ali.

Sua angústia a manteve absorta por um longo período, até que os primeiros raios de sol transpassaram pela janela e refletiram no belo rosto de Adelaide, possibilitando a contemplação do mesmo. O sono de Adelaide a impedira de notar que Safira estava ali sentada ao pé de sua cama a observando. Dormindo tão tranquilamente, suas feições eram quase angelicais, as maçãs do rosto estavam rosadas e salientes, assim como os lábios, estes últimos atribuíam um aspecto delicado a sua pessoa. Por um momento, repousar os olhos sobre a irmã lhe proporcionou algum alívio e conforto, como se seu coração estivesse em casa.

Aos poucos a luminosidade se intensificou e um forte feixe de luz adentrou pelo quarto despertando Adelaide logo em seguida. Ela abriu os olhos e piscou demoradamente, respirou fundo e só então sua consciência retornou e se deu conta de que estava acordada. Ao espreguiçar-se, Adelaide se virou e visualizou a imagem de Safira sentada à sua frente.

- Safira! Que susto - exclamou ela.

Aquilo não era novidade, Safira tinha aquela mania infantil de procurá-la pela manhã, sempre que algo a inquietava.

- Bom dia - respondeu a irmã com um sorriso fraco.

- Bom dia - Adelaide se levantou ainda sonolenta - O que aconteceu? Por que está aqui? - Perguntou em meio a um bocejo.

Safira hesitou por um momento, sabia que ainda não estava pronta para contar para Adelaide a verdade sobre seu pai e dizer que tudo o que sabiam sobre ele era uma mentira.

- Eu. Bem... Não é nada - rebateu ela com nervosismo evidente enquanto arrumava um grampo que se desprendia do cabelo.

Adelaide se limitou a lançar lhe um olhar interrogativo com uma das sobrancelhas formando um arco. Se perguntava por que era tão difícil para Safira revelar seus sentimentos por Charles, afinal, pensava que só poderia se tratar daquilo.

- O que há Safira? Não confia em mim para contar o que te aflige? - pressionou ela.

- Por que pensas que há algo que me aflige, Adelaide? - desconversou.

Adelaide cruzou os braços lhe lançando um olhar de reprovação.

- Não me faça de tola, Safira! Você não estaria aqui se algo não a estivesse deixando inquieta.

Safira apenas suspirou e abaixou o olhar para suas mãos trêmulas que se agarravam firmemente uma na outra. Adelaide aguardou uma resposta da irmã, sem sucesso. Impaciente com a demora resolveu iniciar o assunto de uma vez por todas:

- É sobre Charles, não é? O que tem a me dizer é relacionado a ele?

- O que? - Safira perguntou atordoada - Não...

Adelaide levantou o olhar para o teto e balançou a cabeça indignada.

- Poupe-me de seu fingimento Safira!

Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora