Epílogo

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[ Acho que muitos de vocês não esperavam pelo término da história. Eu queria muito agradecer por cada um que leu até aqui, os que não desistiram da história depois de tantos anos (comecei a escrever ela em 2018!) Espero por vocês em meu próximo livro, vou deixar a sinopse no próximo capítulo :-D ].

1820

Safira sentia-se plena e satisfeita com a vida. Naquela tarde sentou-se ao lado da irmã em uma espreguiçadeira na varanda para observarem juntas as crianças espalhadas pelo gramado.

Talvez fosse o barulho do riso alto, ou o sol que se punha no horizonte lançando raios dourados que refletiam sobre o cabelo de seus filhos e sobrinhos formando uma espécie de aquarela de cores vibrantes sobre o cabelo deles... Mas algo fez com que se sentisse em paz, como se finalmente compreendesse o real significado da vida. Possuía não apenas uma casa mas sim um lar que era o maior de seus tesouros, conquistou o amor incondicional de Charles e finalmente construíra a família grande com que tanto sonhara... De súbito fora invadida pela sensação de orgulho e gratidão por tudo que lhe fora concedido.

- Imagine só - Adelaide apontou para o gramado desviando a atenção de Safira de seus pensamentos para o grupo de crianças a sua frente - Quando todas elas estiverem debutando... JUNTAS! - Safira sentiu um leve estremecimento no tom de voz da irmã.

Por um momento ela se limitou a fitar suas três filhas, Marabelle de seis anos, Sophie com cinco e Caroline que completara três na semana anterior.

As três brincavam junto ás gêmeas Mary e Elizabeth também de seis anos.
Marabelle e Elizabeth faziam um penteado estranho no cabelo de Sophie, Safira jurava que havia visto um graveto e algumas margaridas no cabelo da filha. Enquanto isso, ao lado delas, Mary mostrava alguma nova descoberta escondida na grama para a pequena Caroline, as duas estavam deitadas no gramado e seus olhares eram carregados de uma reluzente curiosidade.

Só agora Safira se dera conta de que, com exceção de Caroline, todas debutariam juntas para a alta sociedade um dia. Á primeira vista a ideia lhe pareceu agradável, pois teriam uma casa barulhenta, os chás da tarde certamente seriam cheios de risadas e boas fofocas, como ela gostava que fosse. Mas logo essa perspectiva foi apagada pela visão de provas de vestidos monótonas, inúmeros bailes a comparecer e longas listas de maridos em potencial a serem avaliados e descartados... Sem dúvida ela e Charles teriam muito trabalho a fazer para ajudar as filhas a encontrarem um matrimônio baseado no amor.

- Só de imaginar me dá calafrios - Safira respondeu depois do que pareceu uma eternidade.

- Talvez elas queiram passar uma temporada na casa da tia quando chegar este momento - Adelaide sorriu.

- Seria um prazer recebê-las, mas eu gostaria de dividir o fardo de cuidar de quatro debutantes com alguém, de preferência com você.

Adelaide deu de ombros e se virou para o lado oposto onde estavam os meninos, uma pequena ruga apareceu em sua testa.

Edward e Benjamin pareciam estar em um duelo com espadas improvisadas - que eram feitas de galhos encontrados no jardim - Fischer, o mordomo e padrinho de Benjamin, supervisionava a brincadeira para que nenhum deles acidentalmente se machucasse.

- Por que tenho a impressão de que são esses dois que vão nos dar mais trabalho? - perguntou Adelaide.

- Na verdade três - respondeu Safira estendendo o braço para pegar o pequeno Sebastian, que completaria dez meses no dia seguinte. A criada o havia trazido para seu aleitamento da tarde.

- Três... - Adelaide refletiu abaixando o olhar para a própria barriga exibindo o volume de seis meses de gestação - Possivelmente serão quatro - tinha a certeza de que carregava em seu ventre mais um menininho, e que se chamaria Anthony.

Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora