[Oii meus queridos, sei que ando bem sumida por aqui devido á correria da rotina e confesso que este capítulo estava bem difícil para escrever, por isso demorei bastante, mas hoje simplesmente do nada no caminho para o trabalho me veio a inspiração para conseguir finalizar ele hahahah. Espero que se deliciem com a leitura]
Uma semana havia decorrido desde que os detalhes sobre o casamento foram acertados e os acontecimentos catastróficos daquele jantar haviam ficado para trás. A contar de então Lucinda Fernsby perseguira Charles e Safira como um cão farejador, parecia adivinhar os momentos em que se encontravam sozinhos no corredor, ou até mesmo no jardim. Quando questionada ela dizia estar apenas entediada e perambulando por aí, mas Charles não era bobo, sabia que ela estava vigiando cada passo deles... Lady Fernsby fizera questão de permanecer na mansão, mesmo depois da partida de Adelaide e Isabel, provavelmente desconfiando do perigo que representava deixar aquele jovem casal sem supervisão.
Bem, Charles tinha que reconhecer: apesar da impertinência, ela não estava de todo errada e na verdade lhe fizera um favor ao ficar. Agora que estava livre de um enlace indesejado e que sabia que seu futuro seria ao lado daquela bela mulher, estava cada vez mais difícil resistir aos encantos da jovem Safira, a ânsia por tocá-la, beijá-la, provar do sabor de todas as partes de seu corpo se fazia cada vez mais presente sempre que estava em sua companhia. Tia Lucy representava um impedimento para a volúpia dele e Deus sabia o quanto aquele jovem libertino estava grato por isso, visto que quando fantasiava a noite de núpcias em sua mente, Charles não desejava desposá-la antes do casamento, queria tornar cada detalhe especial e prazeroso para sua esposa, a Senhora Safira Fretcher.
[. . .]
A vista do condado de Hampshire fez com que Safira elegesse em seu coração que aquele seria seu lugar favorito no mundo.
Exuberantes colinas verdes se estendiam interminavelmente pelo horizonte, permeadas com arbustos floridos que espalhavam seu aroma adocicado chegando até a janela da carruagem. O sol derramava sua luz entre as frestas das arvores, fazendo com que a relva que balançava suavemente com o vento, como se estivesse em uma valsa silenciosa, assumisse uma tonalidade ainda mais vívida.
Entusiasmada com o que via ela se virou para Charles com a intensão de comentar o quanto estava entusiasmada com aquela paisagem. Mas ao se observar a tensa linha reta de seu maxilar ela se viu impelida a perguntar:
- Está tudo bem?
Não obteve resposta.
- Charles? – chamou.
- Hum? – ele desviou o olhar absorto da janela para ela.
- Está tudo bem? Você parece...
- Está tudo bem, não se preocupe – rebateu ríspido e virou novamente a cabeça na direção oposta à dela.
- É uma linda paisagem, não? – comentou com o tom de voz suave se inclinando para olhar a vista da janela dele.
- Já vi melhores – respondeu.
Safira tateou o banco a procura da sua mão.
- Olhe para mim, Charles – pediu ela com delicadeza.
Charles fechou os olhos. Não queria parecer vulnerável... Mas que diabos estava pensando? Aquela era Safira, a mulher ela podia entrever suas fragilidades antes mesmo que ele se desse conta de que as estava trazendo átona. Relutando com seus tabus inerentes ao sexo masculino ele obedeceu a ordem disfarçada de pedido.
O semblante tranquilizador dela demonstrara que ela já havia antecipado tudo antes que ele lhe dissesse uma única palavra.
- É a segunda vez que entro em uma carruagem desde... – ele respirou fundo, o colarinho de sua camisa parecia apertado demais, sua mão livre o afrouxou um pouco mas não obteve alívio algum com o ato.

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Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1
RomanceSéculo XIX Após uma tempestade que inundou toda a Inglaterra Londrina, a vida de Charles Fretcher mudou drasticamente quando a carruagem em que se encontrava despencou numa ribanceira e uma de suas pernas fora esmagada por uma roda que se desprendeu...