[ Oii gente, tudo bem com vocês? Aqui estou eu com mais um capítulo dessa história maravilhosa, espero que vocês gostem, pois este está bem comprido né? Mais de 3 mil palavras, acho que me empolguei um pouco! Enfim espero que vocês se divirtam lendo este capítulo da mesma forma que me diverti escrevendo. Boa leitura meus amores! <3]
Uma semana!
Haviam se passado sete dias desde que Charles tivera algum minuto de paz. Ouvia-se a conversa agitada dos criados pelos corredores dia e noite. Seu pai aparecera em seu quarto mais vezes do que em toda a infância do filho, com sua desagradável presença. Em algumas ocasiões trouxera com ele seu alfaiate.
Se antes Charles tinha algum apreço pelo senhor Kenedy, quando ia à sua loja em busca de ternos ou gravatas novas, esse sentimento se perdeu no exato momento que aquele senhor entrara em seu quarto o examinando de cima a baixo como muitas outras pessoas já fizeram.
– Bem, eu esperava que o senhor estivesse diferente.
– Diferente como senhor?- retrucou Charles impaciente ajustando a manga do terno.
– Bem, o senhor sabe... os boatos – a voz do alfaiate sumiu repentinamente assim que Charles ajustou sua postura olhando-se no espelho. O velho parecia um mosquito, pequeno e magro como era, em comparação com aquele homem.
– O que dizem os boatos?
O pobre homem apenas gesticulou as mãos, querendo encerrar aquela conversa estranha.
– Eu insisto senhor, gostaria de me divertir um pouco com os comentários que circulam a meu respeito. Bem, o último que ouvi era sobre... veja bem... minha impossibilidade de gerar herdeiros devido ao meu estado – Charles soltou uma risada sarcástica, o som ecoava pelo quarto enquanto a pele do pobre homem assumia um tom avermelhado semelhante á um tomate.
Charles não podia negar que se divertia com aquilo.
– Bem – O homem parecia ter algo preso na garganta – As pessoas dizem que o acidente havia causado mutilações em seu rosto, além de ter tido a perna arrancada... dizem que é por isso que o senhor se envergonha de comparecer aos bailes.
O corpo de Charles se enrijeceu, o que fez com que o velho recuasse dois longos passos para trás.
Charles não estava totalmente imune. Sabia disso. Por mais que em hipótese nenhuma fosse admitir isso para si mesmo. Tal fato se comprovou na ira da resposta que ofereceu ao homem.
– Pois diga a eles senhor, que apenas fiquei manco como pode ver, com alguns movimentos limitados. E que se não compareço aos eventos inúteis dessa sociedade é apenas para me poupar de conviver com pessoas de má índole, e como sabemos noventa por cento de seus membros se incluem nesta categoria.
O senhor Kenedy engoliu em seco e agradeceu aos céus pelo livramento quando o mordomo tagarela entrou no quarto lhe oferecendo alguns biscoitos. O homem apenas negou categoricamente, fez os últimos ajustes na vestimenta de Charles e saiu dali como um furacão.
– Sabe milorde fico me perguntando o que fez o alfaiate sair tão rápido de seus aposentos, ao ponto de até mesmo se esquecer de seus materiais de costura. – Fisher apontou para uma pequena maleta que continha linhas e agulhas de diversos tamanhos.
– Talvez minha personalidade gentil tenha o assustado – respondeu o jovem, já perfeitamente recomposto enquanto encarava seu reflexo no espelho.
A quanto tempo não se via assim, tão bem arrumado, cabelos perfeitamente alinhados, braba feita. Por um momento, ele quase se sentiu vigoroso como antes.
– O senhor está ótimo – Fisher pontuou.
– Preciso parecer resignado com essa situação se quero descobrir o que meu pai está tramando. Descobriu algo?
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Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1
RomanceSéculo XIX Após uma tempestade que inundou toda a Inglaterra Londrina, a vida de Charles Fretcher mudou drasticamente quando a carruagem em que se encontrava despencou numa ribanceira e uma de suas pernas fora esmagada por uma roda que se desprendeu...