Prólogo

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Como esta história já foi excluída pelo wattpad sem motivo aparente vale lembrar que: plágio é crime! Esta obra possui registro na biblioteca nacional.

* Todas as imagens, incluindo capa e capa dos capítulos foram feitas por mim, a autora.

Boa leitura!

♧ Apresentação dos personagens ♧

Aqui quero deixar algumas imagens feitas com o auxílio de inteligência artificial que me deixaram muito surpresas por se parecerem exatamente com a descrição que tenho na minha mente de como são os personagens 💕 Sei que cada leitor imagina os personagens da sua maneira (eu mesma faço isso kkk) mas espero que gostem.

Para quem está começando, a família Fernsby só aparece mais para o meio da história. E só agora percebi que esqueci de fazer uma imagem do nosso amado mordomo 🥺

 E só agora percebi que esqueci de fazer uma imagem do nosso amado mordomo 🥺

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Dezembro de 1789

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Dezembro de 1789

A família Cadwell

Edmund e Cassid costumavam levar uma vida calma e farta ao lado das filhas em uma propriedade de campo na pequena cidade de Greensford, localizada no sul da Inglaterra, quando uma epidemia de febre de origem desconhecida se instalou na Escócia e começou a se espalhar pela fronteira com a Inglaterra no norte até chegar ao sul. Em menos de um ano a febre se abatera sobre milhares de pessoas.

As autoridades pediam para que as pessoas não saíssem de casa para evitar o contágio da doença. As pessoas com a tal febre eram isoladas e medicadas, mas todas acabavam não resistindo, pois a temperatura corporal se elevava progressivamente levando as a óbito.

O lugar mais seguro era a capital, Londres, onde os médicos estavam desenvolvendo pesquisas avançadas para conter o vírus que causava a doença.

Tomado pelo medo diante das circunstâncias em que sua cidade se encontrava, Edmund não pensou duas vezes antes de ir contra o que as autoridades sugeriam e subir em uma carruagem juntamente com sua esposa Cassid e as filhas Tova, Adelaide e a recém nascida, Safira, abandonando sua cidade natal. Seriam dias dificeis - ele sabia - dias desconfortáveis - tanto para as crianças quanto para sua esposa que acabara de se recuperar de um parto - em que teriam que se espremer, conter as náuseas causadas pelo balançar da carruagem e se contentar em comer apenas algumas frutas, pães murchos e água.

O que o pobre homem não contava era que mais tarde se depararia com a doença na qual estavam fugindo - uma das mais cruéis armadilhas do destino! - uma semana depois, eles se encontravam na cidade Yorkshire com a carruagem parada no meio de uma tempestade que inundou a cidade. Cassid olhou profundamente nos olhos da filha mais velha, a pequena Tova, que completaria seis anos dali alguns dias, quando notou algo estranho: naquele dia a filha apenas permanecera deitada em seu colo, não brincara com as bonecas junto com a irmã Adelaide ou apertara as bochecha rechonchudas de Safira... havia algo errado, Tova nunca se comportava daquela maneira.

A intuição de Cassid nunca falhava, e o que ela e Edmund mais temiam havia começado: sua primogênita estava infectada e não havia muito que pudessem fazer para salvá-la. Cassid vinha de uma família que lhe ensinara a utilizar ervas colhidas da natureza para desenvolver remédios e foi o que fez, utilizando o velho caderno de receitas que a mãe lhe dera, Cassid, fizera o possível para livrar a filha do sofrimento, mas a doença progredia rapidamente e cada dia que se passava ela levava um pedaço de Tova consigo...

Para a desolação da família a menina não resistiu e se foi alguns dias depois quando se aproximavam da capital. Edmund parou a carruagem na beira da estrada e cavou um buraco à sombra de uma árvore - Tova adorava brincar durante a tarde sob a sombra das árvores no quintal de sua residência. Cassid carregou em seu seio o corpo da filha querida e em prantos o entregou à terra, sentindo que cada vez que o marido jogava um punhado no sob o corpo de Tova, uma parte de si se enterrava com a garotinha, e assim sucedeu-se o pequeno funeral, acompanhado pelo sol que começava a se esconder por entre montanhas, dando lugar a escuridão noturna, que condizia exatamente com o estado em que a alma daquela família se encontrava.

Mas não havia acabado, o sofrimento pela perda de Tova fora apenas o início de uma ferida profunda cavada ainda mais fundo no coração de Edmund. Assim que chegaram em Londres Cassid, já se encontrava sem forças, adoentada, tudo o que o marido pudera fazer fora encontrar um quarto na primeira hospedaria com que se deparou e assegurando uma partida mais confortável para sua esposa, ela se fora naquela mesma noite.

Como se toda aquela dor que invadira seu peito não fosse suficiente, a recém nascida também fora infectada pela doença. Edmund não suportaria perdê-la, procurou toda assistência médica que conseguiu em Londres, pagou os melhores especialistas de toda a Inglaterra... mesmo sem o colo materno, os tratamentos da pequena Safira progrediram e ela conseguira ser salva a tempo.

...

Alguns dias depois

Edmund sentou - se exausto na cama de seu quarto, carregando duas crianças em seus braços, enquanto a recém nascida dormia tranquilamente envolta em uma manta azul, Adelaide que tinha apenas três anos de idade choramingava pela mãe enquanto estava agarrada ao seu pescoço.

Naquele momento ele soube que dedicaria sua vida a cuidar daquelas duas meninas.

•••

Abril de 1807

Charles Fretcher sentiu que não deveria ter saído de casa no exato momento em que cruzou a porta a passos largos em direção à carruagem e se deparou com uma tempestade. Mas ele precisava arejar a cabeça, coisa que jamais conseguiria ficando em casa juntamente com seu pai.

Antes de subir no veículo ordenou ao cocheiro que lhe levasse a Greensville - cidade nos arredores de Londres - pois, iria fazer uma visita a seu primo George, jogar um carteado, beber e jogar conversa fora... era o que precisava para espairecer a mente.

Mas Charles não chegou ao seu destino, os sons que ouviria naquela noite jamais sairiam de sua mente e o atormentariam todos os dias dali em diante: os relinchos apavorados dos cavalos ao escorregarem na chuva e caírem no despenhadeiro... O impacto forte que arremessou seu corpo contra a porta - que se abriu o jogando para fora da carruagem - a dor que sentiu em seguida ao ter a perna esmagada por uma roda que se desprendeu da carruagem...

Seriam lembranças difíceis de esquecer, lembranças de uma noite que cobriria de trevas a vida do jovem rapaz. Dali a diante Charles nunca mais voltaria à sua antiga vida, nunca mais seria um homem completo, e conheceria o lado mais obscuro das pessoas - o lado que elas insistiam em negar, mas estava ali, e toda vez que alguém pousava o olhar nele aparecia: o preconceito.

Um Homem Incompleto - Irmãs Cadwell Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora