26- Natal

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- Você veio mesmo - largo a porta e abraço forte Jay, não era ele quem eu queria abraçar, mas aquele abraço serviu pra ele também.

- O mais rápido que eu pude - ele me prendia no seu abraço - Como estão as coisas por aí? - ele afrouxa o abraço.

- Estão indo, minha mãe tá bem deprimida e eu tô tendo que dar uma de forte e fazer as coisas por aqui - saio do abraço olhando pra ele.

- Você não tá dando uma de forte, você é forte - ele passou a mão pelo meu rosto.

- Veio pra ficar quanto tempo? - perguntei.

- Uns dias, vou aproveitar pra descansar minha cabeça e passar o natal com você.

- Entra, minha mãe tá no quarto mas depois ela vai querer conhecer você, provavelmente pra tentar se distrair então não fala do meu pai, por favor - saí da porta dando espaço pra ele entrar.

- Então é aqui que você morava antes de ir pra Seoul? - Jay entrou observando o meu pequeno apartamento.

- Sim, certeza que você nunca morou em um apartamento tão pequeno assim, posso imaginar - olhei pra ele.

- Não mesmo, mas não quero menosprezar aqui, parece tão aconchegante - ele continuou andando.

- Eu tava deitada aqui antes de você chegar - eu ri vendo meu "ninho" montado no sofá.

- Da pra ver, é a cara da sua bagunça - ele me zoa.

- Eii - eu ri.

- Filha, quem tá aí? - minha mãe estava saindo do quarto.

- Mãe! - fui até a porta do quarto - É o Jay, meu namorado, ele veio ver como a gente está.

- É um prazer conhecer a senhora - Jay chegou perto e estendeu o braço cumprimentando minha mãe.

- O prazer é meu, desculpa pelo jeito que recebi você, não têm sido dias fáceis - minha mãe o cumprimentou.

- Eu sinto muito pela perda de vocês, se eu puder ajudar de alguma forma - Jay disse.

- Ah você já está fazendo bem, conseguiu soltar risadas da minha filha, isso é ótimo - minha mãe sorriu. Foi a primeira vez desde o ocorrido que eu vi minha mãe sorrir - Então você é o pai do meu neto? - minha mãe perguntou enquanto ia se sentar no sofá.

- Eu mesmo, sinto muito que tenha sido cedo demais, mas não posso mentir e fingir que não estou feliz com a ideia de ser pai - Jay foi indo se sentar na poltrona ao lado do sofá.

- Tem razão, me tornei vó mais cedo do que eu pensei mas, eu também mentiria se falasse que não estou feliz com a notícia, essa criança vai ser muito bem vinda - minha mãe olhou pra mim.

- Ah eu vou chorar assim - eu sorrio intercalando olhares entre os dois.

- Não filha, chega de chorar né? Choramos demais esses dias - minha mãe sorriu.

- Tem razão, mas eu vou aproveitar pra convidar a senhora pra ir lá pra casa, pode ficar quanto tempo precisar - Jay ofereceu.

- Ah obrigada mas não precisa, eu vou pra casa da minha irmã - minha mãe respondeu.

- Qual tia, mãe? - perguntei porque até então minha mãe não tinha me dito nada disso.

- Sua tia que mora no interior - ela se virou pra Jay - Vou ficar um tempo lá, a cidade é pequena, eu não ia me sentir bem ficando sozinha no Rio.

- Eu entendo, mas se precisar de algo, pode ligar pra S/n, posso te dar meu número também, me coloco a disposição - Jay pegou o celular no bolso.

Ligações PerigosasOnde histórias criam vida. Descubra agora