Ligações Perigosas

5- JungKook

O Jay havia saído para resolver algo, ele era misterioso demais, isso me aterrorizava nele. Eu fiquei sozinha em casa com JungKook, eu não o conhecia, logo, não sabia da sua índole e muito menos das suas intenções. Fui pega nos meus pensamentos com o mesmo falando comigo.

- S/n, né? Meu irmão não tá mais aqui, então você já pode falar. - ele deu um sorriso.
- Desculpa, eu ainda tô muito em choque com tudo... - falei a primeira coisa que veio em minha mente.
- Ah vai, nem foi tão ruim, olha onde você está e com quem está - ele deu uma risadinha sem graça.
- Ah não, eu simplesmente fui tirada dos meus objetivos - eu disse irônica mas logo fiquei séria - há essa hora era pra eu estar na faculdade, fazendo coisas de estudantes, pensando no meu futuro, falando com a minha família - e lá fui eu chorar perto do desconhecido.
- Tá, não precisa chorar - ele me abraçou, o toque do seu abraço arrepiou meu corpo naquele vestido preto, decotado e justo. - eu queria só te animar e não te pôr pra baixo - ele pareceu sincero, ele ainda estava me abraçando.
- Desculpa, é que eu tô com medo e tô com saudades da minha família - o abraço dele fez com que eu ficasse mais frágil e vulnerável, eu logo desabei...

Quando JungKook se deu conta do meu medo, desespero e tristeza, ele não falou mais nada, aquele deve ter sido um dos abraços mais duradouros da minha vida. Ele começou a acariciar meus cabelos e eu fui me acalmando, com certeza aquele momento foi a hora que fiquei mais tranquila.

- Melhor? - o maior perguntou.
- Sim, obrigada - disse me descolando de seu corpo.
- Olha, porque você não toma um banho e deita pra descansar, deve ter sido um dia horrível... - ele tirou uma mecha de cabelo que estava em meu rosto.
- Eu não tenho roupa de dormir, nem sei onde estão as minhas coisas - disse secando meu rosto.
- Pega uma blusa no meu closet, deita no quarto de visitas. Pode ficar tranquila, irei ficar acordado até o Jay chegar, não vou deixar ele te perturbar - eu ia cada vez mais confiando nele, meus medos passavam com as palavras dele.
- Ok - respondi sem rodeios.

Subi, tirei aquele vestido e tomei um banho no quarto de visitas, era tudo que eu precisava. Eu logo terminei e coloquei a blusa do JungKook, ela ficava bem grande em mim e logo fui pro espelho me ver e lembrei de uma coisa...

                                                              Flashback on

- Bae, sua blusa da umas duas de mim kkkkkkkkkk - eu estava rindo indo até o Bae que estava sentado em sua cama.
- Mas continua linda - ele me beija - se quiser pode levar essa blusa pra casa, bom que você fica com menos saudade com meu cheirinho - ele me beija novamente e o beijo se torna mais intenso, quando me dei conta eu já estava na cama.
- Tá quente aqui - Bae para de me beijar.
- É - eu respondo desconfortável, eu não queria que ele tivesse parado, mas era bom ver o compromisso com a nossa decisão.
- Olha, eu vou receber mais umas promoções e logo vamos casar, você se tornará a senhora Byun logo, eu prometo - ele sentou do meu lado. Era impossível ficar brava com ele.
- Só prometa que não irá me trocar por outra por conta dessa nossa decisão - eu disse seria.
- Prometo - ele beijou minha testa.

                                                                  Flashback off

Eu lembro desses momentos olhando pro espelho, eu sento na cama e deito lembrando de outros acontecimentos que eu e Bae guardamos com muito carinho em nossas memórias, até que caí no sono.

JungKook's POV

Eu tava me sentindo horrível, eu odiava ver garotas chorando, ainda mais sabendo que o ela tinha passado. Jay era o irmão do meio, e até uns anos atrás, eu o via como minha inspiração. Eu era o mais novo, e com a distância do nosso outro irmão, Jay me via como um melhor amigo... Fizemos tatuagens juntos, compramos carros juntos, íamos para a empresa e pra escola juntos. Me doía ver o que ele estava fazendo, comandando um lugar onde tinham outras garotas inocentes, com medo. Ainda mais que o bordel era ilegal, não constava no em sistemas governamentais as nossas rendas e nosso modo de trabalho. Eu não sei onde o Jay errou, só espero que ele pare. Eu entrei no quarto de visitas e vi S/n dormindo em um sono tranquilo, eu entrei no quarto e a cobri. Minha camisa havia ficado bem melhor nela, eu fiquei encarando ela uns minutos, ela era uma pessoa ainda desconhecida mas era uma pessoa pela qual valeria conhecer melhor. Após alguns minutos se passarem, eu decido sair do quarto e quando saio dou de cara com o Jay...

- Que susto, porra! - eu disse olhando pra ele.
- Está muito assustado, tá devendo ou tá fazendo merda? - Jay solfou um sorriso irônico - o que tem no quarto de visitas que fez você ficar um tempinho ali? - ele logo fechou a cara.
- Está me espionando? - tentei mudar o assunto.
- Não muda de assunto - não deu certo a minha tentativa - ela está aí dentro né? - é, eu não sabia mentir e Jay me conhecia demais.
- Ela está dormindo, já não acha que atrapalhou ela demais? - eu fui sincero.
- Você tá muito protetor pro meu gosto - ele disse me encarando firme.
- Por que trouxe ela pra cá? - mudei o foco da conversa.
- Quer mesmo saber? - Jay abre a porta do quarto que só estava encostada - Dahye acha que ela é incompetente, porque é virgem... - eu não estava acreditando, então como ela tinha ido parar no bordel e o que Jay pretendia com isso?
- E aí? - eu pedi mais explicações.
- E aí que você está se metendo muito em um assunto que não foi chamado, já basta o showzinho que você deu lá embaixo na frente dela - ele ameaçou a entrar no quarto, mas eu segurei sua entrada com o meu braço.
- Não vou deixar você entrar até me contar o que tá rolando - eu enfrentei o Jay, e garanto que fora, poucas as vezes em que eu fiz isso.
- Pera aí, é o que? Kkkkkkkkk - Jay começou a rir debochando de mim - sinceramente, garoto, você não tem moral nenhuma pra falar comigo desse jeito - ele tentou entrar de novo, mas eu barrei a porta.
- Você pode me contar como um amigo irmão, que nós sempre fomos, ou eu posso enviar uma mensagem pros nossos pais e falar que você trouxe uma menina estrangeira pra trabalhar no bordel - eu não tinha coragem de contar pros nossos pais, mas eu precisava intimidar ele de alguma forma.
- O que você quer saber hein, pirralho? - ele recuou.
- Por que você trouxe ela pra cá? - eu fui direto.
- Já te falei, porque ela é virgem... - ele também foi direto.
- O que isso tem haver? - eu estava começando a ficar puto com essa situação.
- Você é uma criança mesmo hein - ele debochou mas estava sério - Acha mesmo que eu não iria querer provar de uma inocente? Ela é maior de idade, trabalha pra mim, não ia dar em nada e ainda ia me dar prazer - ele ia falando isso e eu ficava com nojo, aquele cara não parecia meu irmão - agora vaza - ele me empurrou da porta e a fechou antes que eu pudesse fazer algo.