36 - Acidente

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Julho! Verão coreano, Seoul estava um fervo, estava parecendo o Rio em temperaturas. Um mês havia se passado desde que Jaehyun nasceu, ele continuava tranquilo, eu não estava tendo problemas com ele. Jay e eu havíamos brigado algumas vezes, mas Jay estava muito mais flexível, deveria ser por causa do bebê, ele se importava com o Jaehyun. Sr. Park havia se decidido, iria passar a presidência da empresa pra Jay, e com isso o Jay estava muito estressado com a quantidade de trabalho que ficava nas costas dele. Sr. Park decidiu passar a presidência mais cedo do que o normal, mas tinha um motivo, o motivo era que Sr. Park iria lançar sua candidatura à presidência do país, e pra ter mais chances de ser eleito, decidiu passar a presidência pro filho mais cedo. As eleições eram no final do ano, mas o clima da casa já era pesado, principalmente por causa da viagem mais esperada pela família, a viagem ao Japão para construir laços, esses laços seriam negócios que elevariam 4x mais as chances do Sr. Park de ser eleito. A viagem seria feita nesse final de semana, e iam todos nós, tirando a Myn que ficaria com a casa.

- Você ficou lindo com a pulseira que vovó te deu - Sra. Jeon começou a brincar com a mãozinha de Jaehyun que estava deitado no carrinho - Sua omma anda bem distraída né, bebê?

- Hm? Oi? - acordei dos meus devaneios.

- Viu, Jaehyun - Sra. Jeon sorriu pra criança - O que tá rolando, brigando de novo com Jaebeom? - Ela olhou pra mim.

- Não, não é isso - bloqueei o celular.

- Então o que é? - ela insistiu.

- Jaebeom não dá notícias desde de manhã, e ainda tem o jantar de posse mais tarde - massageio as têmporas.

- Está começando a ser uma esposa de presidente, daqui pra frente será assim - ela sorriu mas notou meu desânimo - Sabe dirigir?

- Sei, por que? - perguntei olhando pra ela assustada.

- Quando eu me irritava com meu marido, eu pegava o carro e andava por Seoul, me ajudava a me acalmar, faz isso - ela aconselhou - Pode pegar qualquer chave, dirija e eu fico com o Jaehyun.

- Sério? - eu levanto animada do sofá.

- Sim! Só volte viva - ela riu.

Eu saí da sala animada, meu pai havia me ensinado a dirigir carros manuais quando eu estava no Brasil, mas todos os carros da família Park eram automáticos, então eram mais fáceis ainda. Eu aproveitei minha chance e logo peguei a chave de um Porsche. Liguei o carro e saí da casa e fui a empresa, iria ver Taeyong, ele sempre duvidou das minhas capacidades de dirigir.

- Chegueeeei! - disse enquanto buzinava no estacionamento.

- Desde quando liberaram a habilitação para loucas? Deveria estar num hospício - ele diz enquanto tirava um cigarro do bolso.

- Ah não, não acredito - disse incrédula enquanto estacionava o carro do lado do dele.

- O que? - ele perguntou procurando o isqueiro dele.

- Está fumando de novo? - perguntei saindo do carro.

- Estou nervoso tá? - ele pegou o isqueiro e ascendeu o cigarro.

- Ah por que? Vai perder o emprego - disse irônica e me encostei no carro dele.

- Não, idiota - ele fuma - Tô apaixonado e não sei o que fazer.

- Como que é? - eu começo a rir - Ah meu Deus, quem é a coitada?

- Hyuna, da cafeteria aqui da frente, e ela não é uma coitada - ele me olha incomodado.

- Taeyong, você vai descartar a menina! - eu digo não ligando pro seu olhar.

- Dessa vez é diferente, eu estou apaixonado e vou chamar ela pra sair - ele desencosta rápido do carro e olha pro elevador, eu na mesma hora olho também e vejo Jay saindo.

- Não diga que estou aqui - digo me abaixando, para me esconder.

- Ele passou direto, dramática - Tae observa - Foi direto pro carro.

- Ele não vai pra casa agora - eu paro de falar e penso - Já sei!

- Fala, Zobumafoo - Taeyong me ajuda a levantar.

- Primeiro, Zobumafoo é seu pau, segundo, me empresta seu carro?

- É o que?

- É! Jay sabe as placas dos carros lá de casa de cabeça, vai saber que tem alguém da família o segundo, me empresa seu carro vai! - insisti.

- Olha, só não bate por favor - Tae me dá a chave.

- Valeu - eu pego e logo entro no carro.

Eu saio rápido do estacionamento, precisava saber onde Jay estava indo. Eu segui ele de longe e logo vi ele estacionar, eu consegui uma vaga perto dele e comecei a vigiar. Ele saiu do carro e entrou em uma cafeteria, peguei meu celular pra ampliar a imagem e vejo que ele estava se sentando na mesma mesa que Jennie!

Jay's POV

- Demorei? - me sento.

- Não, cheguei agora há pouco - Jennie responde largando o celular - Anda logo, o que quer comigo? Tenho outras coisas pra fazer.

- Não vai querer nada? - eu pergunto.

- Não, a única coisa que eu quero é ir embora - ela já estava sem paciência.

- Escuta, nosso papo vai ser rápido eu prometo - respondo mais seco.

- Pode ir começando então - esse jeito dela me tirava do sério.

- Eu sei que você dopou o Jungkook e transou com ele sem consentimento - paro de enrolar.

- Eu não fiz isso! E não sei se sabe, mas tudo entre nós é consentido já que somos casados - ela respondeu meio nervosa.

- Fez sim, e eu tenho provas. 3 coisas - faço um 3 com a mão - Provas concretas, exame toxicológico é uma que eu acabei de pescar, a linguagem corporal.

- Quer parar de se achar o detetive? Eu tenho mais o que fazer - ela estava nervosa e sem paciência agora.

- Peguei as filmagens das câmeras de segurança do prédio, mostra você chegando apenas com uma garrafa de soju. Jungkook tem ordens expressas para não tomar porre em dias de semana e ele segue isso a risca. Outra coisa, um amigo e funcionário da empresa levou ele pra um exame toxicológico que apontou uma substância no organismo dele, também conhecido como "boa noite, Cinderella". A terceira é a sua linguagem corporal que é uma merda, da pra ver que está nervosa, está até suando - eu tiro sarro da cara dela.

- O que você quer pra não abrir a porra do bico? - ela agora estava puta.

- Que passe a presidência da empresa Kim pra Jungkook, ainda este mês.

- Está doido? Eu não posso.. - Eu o corto.

- Vou denunciá-la com as provas que tenho, e se você tiver sorte, ficará presa só por 5 meses e perderá suas ações na empresa - eu sorrio dizendo - A decisão é sua.

- Você é um filho da puta - ela levantou.

- Já me disseram isso, é quase música para os meus ouvidos - eu rio - Foi um bom negócio - eu estendo minha mão.

- Você não vai se dar bem por muito tempo - ela sai.

Jennie's POV

- Anda Taehyung, atende - mexia no meu celular enquanto andava na rua.

Eu estava tentando falar com Taehyung enquanto saía daquela calçada, numa tentativa de atravessar a rua, eu não olhei o sinal de pedestres e quando menos esperei, senti o meu corpo ser atingido, depois disso eu não lembro de mais nada...

Ligações PerigosasOnde histórias criam vida. Descubra agora