41- Manchinha

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S/n's POV

Lá estava eu, organizando papelada de obituário, os meninos estavam muito abalados, até Taeyong estava triste. Eu era a única naquela casa que não tinha sido tão afetada pelo luto, então eu decidi tomar a frente de resolver a papelada para o velório e enterro. Os velórios coreanos duravam dias, então foram dias em que eu não falava nada, só ajudava na organização. Como os patriarcas da família Park eram muito conhecidos, eles receberam muitas visitas nos 3 dias de velório, e no dia do enterro não foi diferente, parecia que duas celebridades coreanas estavam sendo enterradas. A empresa ficou fechada uma semana em sinal de luto, e lá ficava eu, calada apenas cuidando do meu filho. Assim iam se passando os dias de luto. Hoje eu estava ajudando Myn a lavar umas roupas, já que os últimos dias tinham sido totalmente puxados.

- Infelizmente, consigo sentir esse clima pesado - eu confesso colocando umas roupas na máquina de lavar.

- Eu imaginei que quando isso acontecesse, os meninos iam sentir muito, que eles estejam em um lugar melhor - ela dobrava as roupas já secas.

- Por isso eu tô na minha ultimamente, não quero falar besteira e acabar brigando com um deles.

- Sim, eles acabariam brigando sem querer, tá tudo muito recente - Myn terminou de dobrar as roupas secas.

- Myn, pode ir fazendo outras coisas, eu termino de por essas roupas pra lavar - olhei pra ela.

- Ah não, S/n eu faço... - ela vem em minha direção e eu a corto.

- Não, pode deixar, vai lá fazer outras coisas, tô tranquila.

- Tudo bem então - ela se curva e sai.

Eu estava ainda colocando umas roupas na máquina de lavar, quando sinto alguém chegar por trás de mim.

- Que susto, Jay! - eu viro de uma vez tomando um pequeno susto ao vê-lo atrás de mim.

- Isso é trabalho da Myn, por que está lavando roupa?

- Porque eu quero ajudá-la e não tem nada de errado nisso - eu respondi meio seca, mas não tinha sido minha intenção.

- Entendi - ele também responde seco e senta ao meu lado em silêncio.

- Como você tá? - eu coloco a última roupa na máquina e o olho em seguida, seu semblante era de desânimo.

- Indo, eu estava vendo as câmeras de segurança, mas elas não são coerentes, primeiro um cara de preto entra no quarto e depois um médico sai? - ele parecia indignado.

- Eu sei que não faz sentido, mas não dá pra ver nada da pessoa?

- Nada! Nem a cor de cabelo eu consegui ver, só consigo me sentir culpado - a voz dele fica embargada.

- Jay... - eu o abraço, só eu sabia como era a dor de perder um pai, imagina perder os pais juntos - Vai ficar tudo bem, a gente vai achar quem fez isso - eu faço carinho com minhas unhas na sua nuca.

- E a empresa? E se eu não for bom o suficiente? - ele ainda estava no meu abraço.

- Você vai ser bom a altura, ainda mais que teve um ótimo professor - eu termino de dizer e ele me solta do abraço.

- É isso - ele levanta e para de chorar na hora.

- O que? - eu levanto.

- A altura - ele saiu da lavanderia e eu fui atrás dele - O cara que matou meus pais era alto o suficiente pra não ser um japonês - Jay continuou andando até chegar ao escritório.

Ligações PerigosasOnde histórias criam vida. Descubra agora