Redenção

5.7K 984 1.4K
                                    


Não me deixe morrer, não me deixe morrer, não me deixe morrer.

A frase se repetia na mente de Satoru como um mantra, cada vez o deixando mais irritado e frustrado. Por quantas torturas a garota iria passar?

Por que ele estava demorando tanto? Por que aquela base só tinha malditos corredores iguais e todos pintados de branco?

Continuou correndo vendo se conseguia qualquer informação que indicasse onde [Nome] estava, parando de repente viu um pequeno rastro na parede, na verdade, era uma impressão de mão. Digna de filme de terror, marcada em vermelho levemente arrastada. Colocou a sua própria mão por cima da marca, só podia ser ela.

Sem perder tempo seguiu naquela direção, o coração batendo rapidamente, o ar quase começava a faltar dentro de seu pulmão e a sensação de que estava prestes a perder tudo causando desespero.

Direita.

Se não tivesse certeza de se certificar que estava sozinho, teria jurado que ouviu claramente um homem falando para seguir para a direita. Satoru trancou o maxilar olhando para o longo corredor, seja o que fosse aceitaria a sugestão.

Quando virou um certo canto, reconheceu os formatos diferentes de uma memória que havia visto antes. Era a cúpula com as ruínas gregas, agora que não tinha margem para erro se teletransportou.

No momento que apareceu na sala, soube que era tarde demais, numa maca improvisada o corpo da garota estava deitado, um único monitor mostrando os poucos e fracos batimentos. Cabos que se desprendiam das rochas estavam ligados ao seu corpo coberto de sangue e hematomas.

Mas o que realmente chamava a atenção era a agulha que estava cravada no meio de sua testa, uma lobotomia. O procedimento era uma interversão cirúrgica direto na área cerebral.

Esse então era o método de liberar o bloqueio mental que a impedia de voltar no tempo.

Raiva começou a borbulhar em seu corpo além da dor agoniante que parecia esmagar seus órgãos de dentro, por mais que parecesse haver se passado muito tempo, toda a informação chegou em milésimos de segundo.

O garoto de repente se viu com ela nos braços, mole quase sem pulso e respiração fraca e a palidez por conta da perca de sangue bem aparente. Algo enterrado no fundo de seu ser gritando que precisava encontrar Shoko rapidamente, mas, ao mesmo tempo a vontade de acabar com tudo de fazer daquele local a sepultura de Prometeu também pesava em seu consciente.

Um soluço escapou de [Nome], Gojo a trazendo um pouco mais para perto – Você aguentou bem, vou te tirar daqui.

-Já não importa mais. Pode fugir com ela se quiser o que precisava ser feito já aconteceu.

Até então não tinha reparado na figura sentada encostada numa das pilastras, o rosto também coberto de sujeira e sangue seco. Mas mesmo assim pode reconhecer a pessoa que salvou [Nome] de uma possível morte numa sala de tortura.

-O que você quer dizer com isso? – Gojo olhou para Pacome tentando entender suas motivações.

-Vega já está no passado, essas pilastras são apenas condutores a sala verdadeira é a do aquário – sua voz estava falhada e o cansaço evidente – Muito mais vidas do que as necessárias foram perdidas.

-Você não... É da Gaia?

Uma risada fraca e debochada veio em resposta – Não. Quando cheguei aqui aquele maldito médico já tinha a encontrado e feito o procedimento. Pode salvá-la ainda se a levar para Shoko rapidamente.

-Como sabe disso? Quem exatamente é você?

Um silêncio se fez presente – O pai dela.

Não teve como responder, Miller havia dito que estavam mortos. Como de repente estava ali na frente dele?

Sýndesis - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora