Clone Mensageiro

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-Como sempre seu suporte foi impecável [Nome] – Yu comentou enquanto descansávamos numa mesa isolada num café perto da escola, tínhamos acabado de chegar de mais uma missão. - Fico feliz de ter você por perto sempre me cobre quando faço algum movimento errado.

-Pelo menos alguém do nosso trio gosta de mim – apoiei o rosto na mão e olhei de relance para o outro garoto – Vai ficar bravo comigo de novo? A culpa não é minha que as maldições adoram te lançar por aí, apenas impeço que você caia.

-Tenho certeza que Nanami confia em você – o outro garoto respondeu – E eu também, já estamos trabalhando há alguns meses juntos. Sinto que melhoramos absurdamente como um time.

Realmente devia fazer algo em torno de dois meses que estávamos trabalhando juntos nas missões, por sorte não fomos muito longe então sempre que tínhamos tempo extra eu procurava por algo sobre a minha técnica. Embora não tenha tido muito sucesso. Não vi os segundo anistas novamente com exceção de Shoko, que eu conheci após ter torcido o tornozelo durante um treinamento.

Ela geralmente não saia para missões já que a técnica de reversão dela é vital, até que conversamos com certa frequência, embora muita das coisas que ela falava eu não entendia, mas no geral era uma boa companhia.

Ficamos no café por mais algum tempo conversando bobagens, nesse ponto Nanami já estava participando das conversas normalmente. Quando saímos o sol já começava a se pôr e não levou mais de 5 minutos caminhando até entrar na barreira da escola.

Uma palavra soprada no vento me fez parar e olhar aos arredores.

Týchi̱.

Fazia muito tempo que eu não ouvia nada sendo proferido na minha língua natal então certamente me pegou de surpresa e desprevenida, num beco mais a frente uma figura se esgueirou e eu tive tempo apenas de ver seu torso.

Será que eu estava sendo seguida novamente? Ou será que ele descobriram que eu estava viva? Estariam os meus colegas e a escola na mira de terroristas novamente?

-Algum problema? – Nanami perguntou.

Me virei rapidamente para eles e em seguida para o beco de novo – Nada, só... Esperem um segundo.

Andei ainda desconcertada na direção do vulto que eu vi, meu coração batia rápido em meu peito e eu estava pronta para o pior. Olhei para dentro do beco para encontrar uma figura vestida de preto de cabeça aos pés e com um capuz escondendo a sua identidade.

Mas tinha algo diferente, não era real e eu sabia exatamente de quem era aquela técnica.

-Você é um dos clones do Carter – falei na minha língua nativa.

-Mensageiro, não podia mandar o eu de verdade para te encontrar, ainda estamos nos escondendo – ele tirou o capuz revelando o rosto conhecido do meu antigo veterano – Miller tem uma mensagem para você.

A cópia tirou uma carta do bolso e me entregou – Miller? Ela não estava na Europa?

-Sim, mas não podia mandar a carta diretamente. Estão ela me pediu um pequeno favor – o clone falou - Minha parte está feita. Fico feliz de ver que você está bem. Se cuide... – e nisso a figura se dissipou no ar.

Carter deveria ter gastado uma quantidade absurda de energia mandando um clone até aqui, em batalha os clones serviam como um belo apoio mas também consumia uma energia absurda dele, manter um tão longe do corpo principal deve ter sido cansativo.

-É uma língua bem interessante que você está falando.

Me virei rapidamente, linhas cortantes me rodeavam e me protegiam de qualquer ataque.

-Calma super-heroína não precisa disso tudo. – Gojo levantou as mãos em sinal de rendição e em seguida encostou um dedo nas minhas linhas fazendo um pequeno corte no dedo indicador – Hum, então foi assim que você fatiou aquela maldição.

-Não... Apareça do nada atrás das pessoas – respondi soltando ar do meu pulmão.

-Tão abalada por conta de um pequeno susto? – ele respondeu e eu me recompus.

-Você sempre é intrometido assim? – retruquei.

-Respondendo uma pergunta com outra pergunta, evasiva. Que tipo de informação você está escondendo? – ele se inclinou na minha direção - Sabe [Nome]-chan você me deixou realmente curioso da última vez.

O garoto me olhou por cima dos óculos escuros, eu já tinha ouvido algumas coisas sobre ele e se tinha alguém que podia descobrir sobre os meus dons extras sem fazer muito esforço era Satoru Gojo. O que significava que quanto mais próximo de mim mais ele tinha possibilidade de descobrir algo que não deveria.

-Então, sugiro que você passe a ignorar essa curiosidade, para o meu bem e o seu também – passei por ele rapidamente e na rua Nanami e Yu estavam me esperando. Mas antes que eu pudesse me afastar mais ele pegou a minha mão me fazendo parar.

Acima das nossas cabeças o poste que fornecia um pouco de luz estourou e se retorceu se aproximando de nós dois. Que diabos aconteceu ali?

-Gojo-san! [Nome]! – Yu veio na nossa direção.

Ele soltou minha mão e ergueu ela acenando – E ai Yu?

-Que loucura que aconteceu com o poste, vocês estão bem? – ele perguntou – [Nome], seu nariz!

Levantei a minha mão sentindo um líquido viscoso, eu estava sangrando. Me virei para me apoiar na parede cobrindo o meu rosto com a mão. Nanami que tinha se aproximado esticou um lenço na minha direção ganhando um agradecimento meu em retorno.

-Hey, novata você está bem? – Gojo fez menção de colocar a mão no meu ombro.

-Estou, não é nada – respondi desviando e colocando alguma distância entre nós. Precisaria falar com Akio-san assim que possível. – Melhor voltarmos cara a escola, me desculpe Nanami eu compro um novo pra você.

Sai andando sem esperar que eles me seguissem, naquela noite com sorte, eu não encontrei mais nenhum deles. Akio-san disse estar ocupado, mas que viria me visitar assim que pudesse. Sozinha no meu quarto resolvi abrir então a carta que eu recebi.



É aí pirralha, todos esses meses e você nem tentou me procurar. Sua professora fica triste assim...


Clássico da Miller, também não é como se eu pudesse entrar em contato.


Mas enfim, durante o meu tempo nessa terra gelada achei registros de algumas transações, sabe que vender filhos com grande potencial para famílias poderosas são uma "coisa" no mundo jujutsu.

Suyen Zenin, primeira filha de um clã famoso no Japão, foi vendida para uma família de nobres noruegueses ainda criança. Não tem o motivo, mas como foi intermediado pela escola Suíça tem alguns poucos dados.

Eu não tenho como confirmar porque não tive fontes reais apenas conversas de pessoas velhas. Mas dizem que na sua juventude depois de se casar ela se mudou para a Corinto que coincidentemente foi onde o vice-diretor Telles te achou.

Meus instintos gritam que ela poderia ser a sua mãe as datas de transações meio que batem com a sua idade, talvez valha a pena pesquisar um pouco aí em Tóquio. Coloquei cópias dos registros junto com a carta.

Me agradeça e venha com novidades a próxima vez que nos encontrarmos sim?

Miller.






N/A: Olá!

Quem geralmente acompanha minhas histórias sabe que eu tenho alguns capítulos de "transição" que não tem tanta ação. Então como está no começo estou abrindo algumas possibilidades pra desenvolver no enredo depois.

É isso, obrigada por acompanhar até aqui.

Até, Xx.

Sýndesis - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora