Aracne

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-Akio-san – Chamei enquanto andávamos de volta para a prefeitura – Você não acha que essa cidade é... Calma demais. – falei baixo olhando aos arredores, não vi ninguém além do prefeito e sua esposa, parecia até uma cidade fantasma.

-Não me agrada também – ele respondeu – Vamos apenas terminar o nosso serviço o mais rápido possível e ir embora.

Tiramos fotos das páginas que eram interessante e voltamos nossa pesquisa para a outra questão; O porquê do servo da família Gojo estaria pesquisando informações sobre seus antepassados.

-Sobre essa tal briga antiga – comecei a falar enquanto me abaixava para pegar alguns registros, eram tão velhos que nem poderiam ser chamados de livros, apenas um amontoado de papel amarrado com um cordão.

-Ah sim, supõe-se que no período edo ou keicho os líderes das respectivas famílias se mataram, o líder da família Gojo era um usuário da Técnica Amaldiçoada Ilimitada e usuário dos seis olhos como o Satoru-kun e o clã Zenin tinha um usuário da técnica das dez sombras. – o assistente terminou de falar enquanto folheava o que eu tinha pego.

O mais velho se sentou na cadeira e me olhou antes de começar a falar novamente – Gojo-kun provavelmente já deve ter percebido alguma coisa sobre a sua dádiva das moiras, talvez seja interessante pensar em revelar para ele pelo menos parte dos acontecidos.

-Isso não o colocaria em perigo também? – comentei, já que a minha identidade escondida era justamente pra não acontecer a mesma coisa que tinha acontecido com o monastério na Grécia.

-Honestamente, não. Acredito que possa ser uma parceria benéfica já que podemos investigar mais sobre as suas técnicas.

Bati os meus dedos na mesa e fiquei em silêncio, sem realmente dar uma resposta apenas pesquisando dente os documentos, se passaram algumas horas e estávamos quase desistindo quando achei um fragmento de uma carta. Bom pelo menos ela parecia ter sido uma carta,  rasgada de algum lugar.

Estava quase se escondida dentre de alguns outros pedaços de papéis.

Mas era diferente no verso dele era como as escrituras de talismãs, mas era um padrão que eu nunca tinha visto antes. Mas eu também não consegui entender muita coisa apenas no final uma única frase "almejo pela aurora que permitirá que nosso romance floresça sem clamar por um solo banhado em sangue."

-Akio-san – chamei e estiquei o papel – Consegue ler alguma coisa aqui?

Ele pegou da minha mão – Não muito realmente, está bem danificado... Mas fala algo sobre "quididade" "essência ou natureza real de algo", esse material não é comum acho que-

Um tremor fez com que a luz balançasse, senti uma pequena vibração chegar no meu corpo – Isso não é bom – Coloquei a minha cabeça pra fora da sala de arquivos e olhei para o corredor foi quase imperceptível, mas tinha uma distorção – Tem uma maldição no prédio Akio-san... Uma que provavelmente foi conjurada, acho que alguém não nos quer bisbilhotando demais nos documentos.

-Nesse caso – o assistente levantou a mão para conjurar a cortina - Surja das sombras e torne-se mais escuro que o breu... E então purifique e exorcize aquilo que for impuro.

-Permissão para exorcizar a maldição – ele falou e sorriu - Concedida.

Já fazia algum tempo que eu não saía em missão solo, de certa forma me deixava animada. Saí dos arquivos e subi as escadas da prefeitura. A cortina cobriu apenas o prédio principal então era óbvio que o que quer que fosse a criatura, veio justamente para nos atacar.

Juntei as pontas dos meus dedos puxando os meus fios, a maldição estava se mantendo escondida o que era ruim já que não conseguiria identificar qual local que ela estaria levando mais tempo para acabar.

Existia um mito na Grécia sobre uma disputa de tapeçarias entre Atena e Aracne, "como Deusa das Artes, Atena foi desafiada numa competição de destreza. Ambas trabalhavam com rapidez e habilidade.

Quando as tapeçarias ficaram terminadas, Atena admirou o trabalho impecável de sua competidora, mas ficou furiosa porque Aracne ousou ilustrar as desilusões amorosas de Zeus, pai de Atena, em sua tapeçaria. Irritada, Atena transformou Aracne em uma aranha, mas imediatamente, Aracne começou a tecer um lindo manto de seda, cujos fios ela produzia em si mesma. E contando agora com muitos braços, tinha muito mais agilidade."

Claro que as minhas linhas tinham funções que quebravam tabus, mas, ao mesmo tempo elas tinham algumas aplicações bem úteis.

Restrição de Aracne

Coloquei as mãos nas paredes e os fios começaram a se estender por todo centímetro de construção da prefeitura, eu não sei se eu conseguiria prender a maldição dessa maneira, mas pelo menos eu conseguira a localizar. Estava no hall de entrada quando um puxão aconteceu, a boa notícia era que eu sabia onde a maldição estava a má notícia era que estava prestes a me matar.

Usei alguns fios que estavam perto e os manipulei para evitar que a boca fechasse, ao mesmo tempo que pulei usei Chrono para me tirar no alcance da maldição rapidamente.

Não era uma criatura qualquer tinha o mínimo de inteligência para atacar e desviar, mais uma investida e o pequeno hall estava destruído, movimentei os fios para que não tivesse a opção de desviar o caminho e apliquei jujutsu neles para garantir que permaneceria assim.

A maldição só tinha uma opção, que era me atacar de frente.

-Vem sua coisa feia. – falei chamando a atenção dela, uma diferença entre as maldições que pensam (um pouco) e as que agem por instinto é que algumas podem ser provocadas - Alguém te chamou aqui pra acabar comigo não foi?

Um rosnado gutural e um novo ataque, mas dessa vez tinha planejado tudo. Quando recuei a primeira vez como usei a Chrono tive bastante tempo para colocar as linhas cortantes do Julgamento de Aisa na minha frente.

Como o atacante tinha avançado eu consegui pegar o fio da ação ao mesmo tempo que usei a restrição para me puxar, foram segundos entre avançar no tempo o ataque da maldição e fatiar ela concluindo o exorcismo. Logo a cortina foi desfeita e liberei meu jujutsu também.

-Bom trabalho.

-Pelos Deuses o que aconteceu aqui?! – prefeito estava ofegante – Vi a cortina aparecendo.

-Não se preocupe prefeito – o mais velho disse levantando a mão – Já cuidamos de tudo, estaremos de partida agora. Verifique os amuletos da barreira ele podem falhar conforme o tempo. Estamos de saída obrigado por nos receber.

O assistente me pegou pelo pescoço me forçou a curvar e me levou de volta pro carro.

-Akio-san! – reclamei – O que aconteceu?

-Não foi ninguém da cidade que conjurou a maldição – ele disse enquanto ligava o carro e começava a dirigir – Provavelmente foi alguém com ligação a família Zenin, você não quer entrar no caminho de mais assassinos, quer?

Fiquei em silêncio e ele continuou falando.

-Assim como diversas outras pessoas, os habitantes do vilarejo não passam de ferramentas das famílias mais fortes, meras marionetes humanas. Não precisamos envolver eles nos nossos problemas não é mesmo?

Olhei para estrada que estava a nossa frente dentre as árvores o sol começava a se por dando ao céu tons alaranjados, suspirei alto e apoiei a cabeça no encosto do banco antes de responder o questionamento do assistente.

-Não, não precisamos.






N/A: Obrigada por acompanhar até aqui!

Sobre as atualizações elas vão ocorrer de maneira aleatória, agora estou conseguindo porque estou de férias.

Entretanto não tenho um cronograma específico para esse livro, mas não pretendo deixar muito tempo sem atualização, acredito que algo em torno de 2 semanas.

Até mais, Xx

Sýndesis - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora