Espaço-Tempo

4.5K 687 965
                                    

***-mudança de cena ou pulo no tempo



Tinha um cobertor sobre os meus ombros enquanto esperava sentada no banco de trás de um dos carros da escola, a porta estava aberta e mantinha minhas pernas para fora do veículo. Alguns feiticeiros tendo certeza de que tudo que fosse ligado a maldição estivesse selado e a área catalogada. Nanami tinha acordado mas não consegui falar com ele antes que fosse levado.

O local era longe, não tinha como simplesmente as pessoas chegarem ali com rapidez, com exceção de uma é claro.

E falando nele, Satoru havia sumido a algum tempo durante os momentos que alguns assistentes e xamãs revistavam o restante da propriedade. Deixei que a minha cabeça se apoiasse no encosto de cabeça.

Mesmo depois de limpas eu continuava vendo sujeira em minhas mãos, se eu não tivesse retirado Crono de Haibara será que...

-[Nome] – senti uma mão no meu joelho, e sequei meus olhos com o cobertor. Satoru estava abaixado na minha frente com uma sacola em mãos – Está fraca, precisa comer alguma coisa.

Ele deixou que ela pousasse em meu colo, mas manteve as mãos apoiadas nas minhas pernas – Sabe que a linha está aberta, não sabe?

Balancei a cabeça – Não acho que eu consigo aguentar tudo sozinha.

Ele se levantou e colocou a mão no meu rosto se inclinando para beijar a minha testa – E não precisa.

Satoru ficou apoiado na porta do carro ao meu lado enquanto via os outros funcionários da escola trabalharem, compartilhando da minha dor e das minhas inseguranças. Mostrei sobre Ryker, as decisões que tomei e enquanto isso ele só ouviu e ficou ali por mim.

O único sentimento que eu tive em resposta foi uma vibração raivosa, embora pudesse perceber isso observando seus rosto.

-Você acha que o erro na grade da maldição foi proposital – falei, e ele se mexeu.

-Sim – respondeu – Esse tipo de erro simplesmente não "acontece" não no nosso mundo.

Não é de hoje que eu sei que os anciões não gostam de mim, primeiro por ser estrangeira. Depois pela minha força, mas estar dispostos a sacrificar outras duas pessoas que não tinham nada a ver com isso era outra coisa. Me fazia sentir nojo.

-Se eles quisessem me matar não era mais fácil apenas colocar uma bala no meio da minha testa? – perguntei – Por que envolver duas pessoas inocentes?

-Porque são podres, todos eles – respondeu e saiu andando circulando o carro e entrando do outro lado. Me puxando para que encostassem contra ele enquanto me segurava pela cintura. – Não podemos fazer nada por hora, então só descanse.

-Você não tinha que estar no campo fazendo algo – deixei que ele me alinhasse fechando os olhos em seguida com um suspiro cansado.

-Não quero – respondeu – Tenho que cuidar de coisas mais importantes agora.

O sono me levou enquanto os braços do homem que eu amo me mantinha protegida, e pela primeira vez em muito tempo não tive sonhos me atormentando. Só paz, um silêncio tranquilo que se propagou até horas depois.

Não vi quando chegamos na escola, mas Satoru provavelmente tinha me deixado no meu dormitório. Já que não tinha sido eu que caminhei até ali, o sol nascia do lado de fora trazendo um novo dia.

Me levantei mesmo que meu corpo não quisesse isso, sentia como se pudesse dormir mais doze horas seguidas sem interrupção. Mas tinha coisas a fazer, precisava saber como Nanami estava.

Sýndesis - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora