Epílogo

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Estava andando nervosamente pelos subúrbios com Satoru ao meu lado.

-Por que você está tão preocupada?

Parei apenas para me virar – E se ele não gostar de mim?

-[Nome] – ele segurou o meu rosto entre as mãos – Pare de pensar coisas desnecessárias, é seu primo. Claro que ele vai gostar de você.

-Não tem como você saber isso – reclamei, bem o fatídico dia de encontrar a criança finalmente chegou. Não era uma paisagem bonita para ser sincera, na verdade, era um bairro bem simples, casas com pinturas já descascadas, algumas plantas penduradas em janelas e sujeira por todos os lados.

Quando viramos um beco, vi de longe uma criança de cabelos escuros espetados e uma mochila nas costas.

-Fushiguro... Megumi-kun certo? – Satoru o chamou vendo que eu estava sem reação.

-Quem são vocês? – ele se virou perguntando, em seguida focando mais em Satoru – OU melhor, qual é dessa cara?

-Só pensando que você me parece familiar.

Dei uma cotovelada em sua costela, para que parasse com as caretas e me abaixei para ficar na altura da criança – Não ligue para ele, é um idiota. Mas nós estávamos te procurando Megumi.

-Por quê?

-Seu pai é de um grande clã de xamãs chamado Zenin. Basicamente, você foi criado em uma família tão bagunçada que até eu mesmo não encaro. – Satoru começou a falar ignorando o meu olhar de repreensão com um aceno – Você pode vê-los, e você já viu, não?

-Já deve ter notado esse poder a essa altura.

Soquei a perna dele o forçando a parar de falar – Técnicas jujutsu são geralmente despertadas entre os 4 e 6 anos de idade, é geralmente quando se vendem as crianças. Seu pai nos avisou sobre isso e estamos aqui para te ajudar.

-E o que você tem a ver com isso? Não o vejo a anos e nem me lembro do seu rosto, eu acho que já sei o que você quer dizer, a mãe da Tsumiki não voltou faz um tempo. – ele disse – Eles devem estar cheios da gente. Então agora devemos viver por conta própria, não é?

-Não – respondi mantendo meus olhos no dele – Eu sou sua prima, Megumi. De sangue, apesar de não ser uma Zenin, minha mãe foi vendida quando ela era criança. Assim como eles pretendem fazer com você.

Ele pareceu ficar atento às minhas palavras – O clã Zenin ama talento e seu pai te deixou como a melhor carta contra eles. Mas é sua escolha, você quer ficar com os Zenins?

-O que acontecerá com Tsumiki? Ela ficaria feliz se eu fosse lá? – disse com a voz monótona – Depende disso.

-Não – Satoru respondeu – De jeito algum. 100%, posso garantir isso.

Megumi então cerrou os olhos na direção dele, um reflexo do que eu conheci do meu tio passando por seus olhos.

-Vamos dar um jeito – falei retomando sua atenção – Mas vai ter que deixar que façamos parte da sua vida a partir de agora, por você e por Tsumiki também.

Ele deu de ombros e eu coloquei a mão em sua cabeça, surpresa por ele ter deixado.

-O que aconteceu com seus pais? – ele me perguntou. Uma curiosidade infantil, porém pronto para ouvir uma resposta bem mais adulta.

-Morreram – respondi – Os dois, você é a única família que me sobrou.

-Que seja – o rapaz que me acompanhava comentou – Você pode sempre perguntar mais tarde sobre o seu pai se sentir curiosidade. Na verdade, acho isso bem interessante.

-Precisamos ir Megumi, mas vamos vir visitar vocês em breve – pisquei pra ele e tirei um papel do meu bolso – Se precisar de qualquer coisa pode me ligar.

-Mesmo que [Nome] tenha um coração mole, vou te fazer dar o seu melhor – Satoru comentou – Fique forte o bastante para me deixar para trás.

Assim que essas palavras deixaram a boca dele, um flash vermelho se fez presente, mas antes que eu pudesse identificar a promessa ela se foi. Não sabia o que era, mas algo me dizia que a partir daqui muita coisa ainda iria acontecer.

-Então – Satoru disse assim que nos afastamos – Diria que foi uma reunião de sucesso.

-Por favor – comentei – Você despejou um monte de informações em cima dele. Temos sorte dele parecer mais maduro do que a idade que tem.

-[Nome]-chan, não fique brava comigo. Deu tudo certo – ele ficou um pouco mais sério – Sendo filho daquele cara, se não aguentasse algo desse tipo não valeria de nada naquele clã.

Suspirei - Odeio admitir que você tem razão.

-Você me ama [Nome].

-Quem te disse isso? Voltou a usar aqueles informantes ruins? – respondi segurando um riso que brincava no canto da minha boca, ele me puxou, forçando virar em sua direção e segurou meu rosto.

-Deixa eu ver – suas íris encarando as minhas profundamente – Não, você me ama, está bem aqui. Mas não preciso olhar nos seus olhos pra saber, você me disse ontem, antes de ontem e no dia anterior ao dele...

Satoru puxou meu rosto para que pudesse me beijar, como sempre um sabor intoxicante que me nublava a mente e fazia com que minhas pernas ficassem bambas.

-Mas hoje você ainda não me disse. Perdi para o Megumi-kun?

Não pude deixar de gargalhar tomando sua mão para que voltássemos a andar, uma vibração pequena e eu liberei o fio vermelho.

*O que você vê?

Apertei seus dedos entre os meus e respondi.

*Nós.







• F I M •








N/A: Chega ao fim essa saga maravilhosa, agradeço por todos que conseguiram chegar até aqui, eu sei desde o começo que não é uma história fácil. Tem alguns temas que dão nó na mente mas mesmo assim a todo mundo que não desistiu meu mais sinceros votos de gratidão.

Sýndesis termina com 52 capítulos, aproximadamente 72 mil palavras e 10 meses de postagem.

Esse não é o fim para meu casal de patrões, pretendo sim continuar sua saga agora entrando no enredo original do mangá. Embora sem data, minhas previsões é que seja lançado o JJK 0 como spin-off/short-fic e depois encontraremos Itadori e toda suas particularidades numa nova long-fic.

E espero vos encontrar em Selcouth ( Toji x Leitora ) quem sabe o que pode aparecer por lá não é mesmo?

É isso, vejo vocês por aí algum dia!

Gratidão! Xx

Finalizada em 28/08/2021

Finalizada em 28/08/2021

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Sýndesis - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora