1.Estado cognitivo ou emocional involuntário no qual uma pessoa sente um interno desejo romântico para com outra pessoa .
NO DIA SEGUINTE...
-NÃO! - Gritei despertando apavorada.- Que droga, Aurora...
Me sentei na cama com a testa voltada ao chão e as mãos sob meu peito, tentando recuperar o fôlego e acalmar meus batimentos. Havia alguns respingos de suor pelo meu corpo inteiro e eu precisava urgentemente de um banho depois daquele pesadelo louco que tive com o casamento de Celine e Fergus, quanto mais perto chegava do dia, mais medo sentia, nem meus devaneios eram longes da realidade merda no qual estava...
Olhei para aquela pequena janela e vi as árvores imóveis diferentemente do dia anterior e o sol meio acinzentado com poucas nuvens no céu. Sem saber que horas eram me levantei com os pés no chão aquecido e fui até um mural pendurado na parede principal onde fitei intencionalmente uma foto de nós duas dando língua uma para a outra num parque que estava de passagem pela cidade - ela sempre foi muito mais bonita que eu -, dei um sorriso nostálgico e sai do cômodo que cheirava a lavanda. O corredor estava vazio, conseguia ouvir os dois conversando na cozinha, então corri de mansinho até o banheiro que ficava na porta ao lado de onde havia dormido e fiz um xixi rápido, lavando as mãos logo em seguida e indo rumo a comida.
-Bom dia! - Fergus me cumprimentou com farinha na ponta do nariz.
-Tem uma coisa aqui no seu... - Apontei tentando guiá-lo.
-Ah - fez um barulho estranho de constrangimento. - Eu sou um desastre na cozinha. - Ele falou baixo tentando se limpar.
-Não, só está piorando. Vem cá que eu limpo.
Fergus caminhou na minha direção e parou na minha frente, eu era pouca coisa mais alta que ele o que o fez ficar meio acanhado. Segurei seu ombro com uma mão e levei meu dedão até minha língua passando um pouquinho de saliva nele, depois passando de leve naquele imenso nariz reto e fino, ele fez uma expressão de nojo e eu ri - mesmo o odiando teria que levantar bandeira branca por Celine.
-Me sinto em uma série de drama - Falando nela... - Acabo de descer as escadas e me deparo com meu noivo e minha melhor amiga juntos. - Uma risada pateta escapou de seus lábios.
-Que droga! Iriamos nos beijar agora. - Retruquei entrando na brincadeira.
-Dúvido você beijar ele. - Celine arqueou as sobrancelhas me olhando séria.
Fergus ficou silencioso sem tirar os olhos de mim sem saber o que eu faria logo depois.
"Aquilo era uma piada ou não?"
Do que conhecia dela me parecia uma provocação juvenil que ela sempre usava contra mim para me testar e no fim descobrir se tinha coragem suficiente para fazer algumas coisas. Com isso cheguei meu rosto o mais próximo possível do de seu noivo, bem perto daqueles lábios finos ressecados e lambi sua bochecha.
-QUE NOJO, AURORA! - Ele gritou se afastando e limpando imediatamente o local.
Celine e eu rimos em conjunto achando super engraçada aquela reação de Fergus que voltou rapidamente para tirar algo do forno.
-Pensei que ia beijar ele para valer. - Comentou tentando tirar mais alguma coisa de mim.
-Eu não faria isso. -Afirmei olhando para o outro lado.
Naquela manhã ela estava radiante, por algum motivo havia tirado as tranças e o cabelo estava ao natural, raspado com cachos pequenos que se interligavam e davam destaque aos brincos simples em sua orelha. Aquela saia longa rosinha clara com listras um tom mais escuro e botões por toda a mesma me lembrou a primavera italiana, já suas duas blusas de frio extremamente folgadas e quentes chamaram-me mais a atenção, a debaixo de um preto bem básico e a de cima laranja com uma grande flor no centro e aquela meia calça escura era uma combinação inusitada com as sandálias que a dei de presente anos atrás. Celine brilhava com tudo, não importava se fosse um saco de batatas ou um vestido chique de gala, ela sempre estava linda como sempre, só me questiono o por que estava tão arrumada naquele horário, pois eu mesma estava com um pijama velho e rasgado.
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ENTRE NÓS| ⚢
RomanceUma série de cartas destinadas ao primeiro grande amor de Aurora. Cartas de amor, angústia, ira, boas e más lembranças. Seria o amor o único elemento capaz de sustentar relações? Seria o amor uma substância atemporal e isenta de interferências caus...