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XX MINA STRANGE XX
Eu andava de um lado para o outro dentro dessa prisão branca. Eu não estou louca. Eu não estou louca.
Foi sem querer, eu repetia mil vezes até eu cair inconsciente dentro do carro de banco branco, agora pintado de vermelho.
[...]
Ouvi uma batida na porta e fui até ela, vendo a mesma ser aberta e meus dois irmãos me encerrarem preocupados. Eu vestia um suéter creme e uma calça legging preta, para acompanhar um tênis preto sem cardaço.
— Você está abatida.
— O que você esperava? Tem gente gritando toda a noite e eles não me deixam dormir durante o dia.
— Deveria fazer alguma das atividades.
— São chatas, posso ir embora? Eu já disse que foi um acidente.
— Um acidente que aconteceu com você drogada, a pouco de não ter uma overdose.
— Eu achei que estava descarregada.
— Você sabe quando uma arma está carregada, Mina. — Joshua comentou baixo pela primeira vez. — Você podia ter morrido.
— E seria tão ruim? — Perguntei rindo, mas parei quando nenhum dos dois riram. — Não sabem entender uma piada.
Me sentei na cama, observando os dois na porta ainda, mandei que os dois entrassem, mas fui ignorada, mesmo quando gritei.
— Gritar não adianta.
— Vai se fuder, Clark.
— Vou sim, com a sua Billie.
Me levantei rápido e avancei nele, consegui dar um soco muito bem dado, antes do meu outro irmão me prender contra a parede, mandando eu me acalmar, se não eu nunca ia sair daqui.
Quando eu prometi pela milésima vez que eu não ia matar meu irmão, Joshua me soltou.
— Eu não vou encostar na Billie, eu só queria saber se você ainda se preocupa com ela, ela está segura.
Não respondi.
— Você merece o castigo de silêncio. — Meu irmão mais velho respondeu. — Você está bem?
Não respondi.
— Você também está de castigo, por ter me salvado da ira de nossa irmãzinha.
— Quanto tempo será que ela vai ficar assim?
— Até a próxima visita?
— Vamos embora, ela não quer conversar. Até semana que vem, Mina. — Josh me deu um beijo na testa.
XX BILLIE BAIRD XX
Eu corria com música no meu fone Vacuum boy - Call me Karizma, estava frio e ainda não eram nem sete da manhã.
Fazia dois dias que eu não dormia direito, e dois dias desde a minha formatura. Entrei no prédio, subindo as escadas até meu andar, o quinto e último. Entrei no apartamento e fui direto para o banheiro, tomando um banho gelado.
Sai enrolada na toalha, e enquanto passava o hidratante, olhei mais uma vez para o panfleto encima da cômoda, aquele maldito papel com uma pessoa feliz, falando da importância da saúde mental. Uma merda de mentira, ninguém tem saúde mental, bom, alguns têm menos do que outros.
Coloquei uma roupa leve e joguei algumas roupas em uma bolsa, peguei o papel entre os dedos e pedi um carro para o aeroporto.
[...]
A viagem foi rápida, me hospedei em um hotel, o que me faz não querer passar muito tempo na cidade, já que eu gastei algumas das economias viajando de avião para França.
Aluguei um carro para dois dias, e assim que deixei minhas malas no hotel, segui até o endereço no papel brilhante. É um lugar remoto, longe de tudo e todos, até que o final da estrada de terra, dava para um grande casarão do século 19.
Estacionei o carro, não vendo ninguém por perto, e também não ouvia nenhum barulho, o que era estranho para um hospital psiquiatra.
Caminhei calmamente até a porta, batendo algumas vezes, até eu ser atendida por uma mulher esguia, ela deveria ter 60 ou 70 anos, seu corpo magro ficava em evidência por debaixo das vestes pretas.
— Posso ajudar?
— Vim para uma visita.
A mulher assentiu e me deu passagem para dentro. Um lugar frio e mal iluminado, o piso de pedra deixava o ar ainda mais gelado.
— Nome da paciente? — Perguntou antes de se sentar atrás da mesa.
— Mina Strange.
— Ela não quer receber visitas.
— Eu sou a médica da família, os seus irmãos pediram para eu ver como a saúde dela está. — Mentira.
— Nós já temos médicos.
— Bom, eu estou sendo paga por hora, então se quiser ligar para eles e confirmar eu ficaria feliz, mas acredito que você ficará com problemas.
A mulher assentiu se levantando. Esquecendo até mesmo que tinha pedido meus documentos.
— A doutora deve saber, não é permitido nada perfurante ou tipos de cordão, mas caso tenha esquecido eu peço para que me dê.
— Não, não trouxe nada do tipo.
Segui ela escadas a cima, finalmente escutando os barulhos típicos de um hospício. Os gritos, as lamentas, os choros.
Passei a mão pelo meu cabelo castanho, vendo ela parar na frente da porta.
— Ela pode ser agressiva, então se preferir deixar a porta aberta, fique a vontade.
Assenti vendo a mulher se afastar. Bati duas vezes na porta sentindo um frio na barriga.
Já fazem quatro anos.
Abri a porta vendo a garota deitada sobre a cama, de costas para a porta.
— Mina?

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BAD GRL
Fanfiction"Onde estão os seus pais?" Essa era a pergunta que todos me faziam antes de voltarem a me torturar, minha vida agora é baseada nessa pergunta. Era era apenas uma garota, mas havia coisas que eu não sabia, coisas que mudaram a minha vida. #2 em prosa...