Ímpeto capítulo 15

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Não gostava de lembrar do passado, seu interior se tornava sensível por vários motivos. Ter que resumir a história obviamente lhe faria lembrar cada pequeno momento sequer, para em seguida escolher alguns e juntá-los em uma curta explicação.

_ Como isso se iniciou, paixão ou uma simples atração carnal? _ o albino vendo que o amigo estava cuidadosamente escolhendo uma maneira de começar aquilo o ajudou. Só que para sua surpresa o olhar que ganhou foi um claro e direto "não vou responder essa pergunta". A pergunta poderia ser considerada parte do campo minado que notou haver naquela história. Com isso suspirou.

_ Considerando que foi atração_ decidiu começar com uma situação hipotética usando uma das alternativas anteriores, por algum motivo o que saiu de sua boca foi " Atração "_ Quando o relacionamento surgiu, aproximadamente? _ aquilo era uma pergunta comum, se ele se recusasse a responder o outro lhe daria um soco.

hmmm, aproximadamente dois anos e meio ou três_ respondeu enquanto balançava levemente o copo, fazendo os cubos de gelo entrarem em atrito e tilintarem.

_ Eu ainda estou chocado mas continuemos_ Sukuna riu, a voz de Satoru demonstrava bem sua perplexidade, ele estava prestes a ter um chilique gay_ você já... _ o olhar sugestivamente malicioso do albino fez o rosado estreitar os olhos em aborrecimento, Gojo com certeza era o pior para se conversar. 

_ Se eu já dormi com seu primo? Obviamente_ respondeu calmamente com um sorriso tranquilo no rosto, acabou por levar um tapa no ombro do outro... E doeu._ Ai! Você perguntou caralho!! _ olhou indignado para o ser.

_ Desculpe, Megumi ainda é meu primo/filho, ao menos tenho que te dar um tapa_ balançou as mãos totalmente desprovido de arrependimento.

_ Então quando você comer o meu irmão eu vou te bater também_ sibilou naturalmente, não se importando com as palavras que acabaram de sair por sua boca. Olhou o albino que tinha uma expressão séria e ameaçadora_ o quê? Direitos iguais.

_ Não muda de assunto não seu crápula! _ apontou o dedo na cara do outro e logo o recolheu de volta_ como ninguém desconfiou? Por que ninguém sabia sobre?

_ Discrição e atuação, sabe o que é? Já éramos próximos, do que iriam desconfiar_ deu de ombros levando o copo novamente a boca. As memórias de tudo que saiu de sua boca entrelaçadas a outras brincavam e dançavam em sua mente sem sua permissão, independentemente e presunçosas, como se seu próprio subconsciente se divertisse com a situação_ Megumi achou melhor que ninguém soubesse, afinal estávamos no período das amarras da família Zenin_ riu sarcástico, Satoru se sentiu mal com o sutil toque amargurado exalando entre o sarcasmo.

_ Como terminou_ o rosto do rosado se fechou em um piscar, Satoru fitou firmemente as Íris vermelhas como sangue e agora frias como gelo, afiadas e impetuosas, uma sombra invisível as cobrindo por sobre os cílios escuros como  breu.

_ Como vários relacionamentos terminam, problemas_ Satoru admirou aquela tranquilidade na voz do outro.

_ Que problemas?

_ Limites Satoru, limites_ o de olhos vermelhos olhou divertidamente para o de olhos azuis mágicos_ tudo tem um limite, essa pergunta está fora do seu_ o albino sorriu complacente e frustrado.

Algumas doses se seguiram, Gojo aproveitou esse tempo para retirar o máximo de informação possível do outro, e claro, que estivessem ao seu alcance e no limite ao qual existia para si.

Conseguiu compreender agora o motivo dos dois estarem afastados.

Era estranho...

Estranho comparar os tempos em que Sukuna carregava animadamente um garotinho pequeno de corpinho fofinho e olhos azuis em suas costas, depois os dois caiam sobre o colchão de um quarto qualquer e o moreno era alvo de cócegas que o faziam gargalhar até perder o fôlego, pedindo para parar. Como Hana havia os falado uma vez de quando eram pequenos e Yuji e Megumi apenas bebês de um ano, a rosada adorava visitar a mãe de Megumi para conversar, o Fushiguro caçula era extremamente antipático, chorava que nem um cabrito, eram poucos aqueles com quem ficava calmo e parecia realmente um anjinho de bebê, Satoru e Sukuna faziam parte desse esquadrão especial. Em especial Sukuna, a criança sempre gargalhava e se comportava com o mesmo, ficando quietinho em seus braços quando Sukuna, Maki, Mai e Satoru faziam uma rodinha para jogar algum joguinho qualquer... Diferente de Yuji que ficava agarrado as costas do pequeno albino bagunçando seus cabelos como se estivesse brincando de cabeleireiro, Mai sempre se via a ter uma crise de risos quando Yuji ficava balbuciando palavras sem sentido em meio a sua linguagem de bebê ao mesmo tempo em que bagunçava os fios brancos. 

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