Capítulo 16

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- Nathália Narrando -

Foi ótimo lembrar de alguns momentos com o Michel, eu pensei que iria chorar até não querer mais porém eu dormi em paz e feliz com as lembranças. No dia seguinte assim que eu deixei o Kauã na escola eu resolvi ir no mercadinho aqui do morro comprar algumas coisas.

- Cuidado, Kevin - falei quando um garotinho aqui do morro esbarrou em mim, ele tinha a idade do Kauã

- Foi mal, tia - falou me olhando

- Cadê sua mãe? - perguntei olhando pra ele

- Foi trabalhar - falou e eu assenti - Aí eu tô com a minha vó

- E ela sabe que você tá aqui? - perguntei já imaginando a resposta

- Sabe - falou e eu neguei com a cabeça

- Sabe mesmo? - perguntei e ele negou - Tá fazendo o que aqui?

- Vim comprar doce - mostrou a nota de 2 reais

- Guarda esse dinheiro e pega o doce que você quiser que a tia paga - falei e ele abriu um sorriso

- Ta bom - falou saindo correndo pelo mercadinho e eu ri. Fiquei mais uns 5 minutos ali e fui pagar

- Quanto deu os doces do Kevin? - perguntei pegando o dinheiro na capinha do celular

- 5 reais - o dono do mercadinho falou e eu entreguei uma nota de 20 pra pagar tudo

- Obrigada, seu Antônio - falei pegando as coisas

- Nada - acenou e eu saí, dei alguns passos do mercadinho e vi o Kevin no meio de maior confusão, um dos meninos novos aqui do morro puxava ele pela orelha e o mesmo chorava, o povo olhava e não falava nada

- Ei, solta ele - gritei e o cara me olhou - Tá fazendo o que?

- Esse moleque roubou a minha carteira - falou e eu olhei incrédula

- Eu não peguei nada, tia - Kevin falou chorando

- Pego sim - o cara falou dando um tapa na cabeça dele e me subiu um ódio na hora

- Para com isso - gritei e me aproximei deles

- Se mete não - o cara falou sério me olhando

- Me meto sim - falei indo pra cima dele e tentei puxar o Kevin - Ele é uma criança

- Vaza - falou sério mas eu não me movi um centímetro, ele colocou a mão na cintura e puxou a arma - Solta

- Não - falei firme, por dentro eu estava morrendo de medo dele fazer algo, mas eu só pensava que poderia ser o meu filho naquela situação

- Eu já mandei - estava falando mas foi interrompido por uma falação, quando eu olhei era o Rael com os meninos

- O que tá acontecendo nessa porra? - Rael perguntou alto - Abaixa essa arma

- Essa piranha me afrontando - o cara falou e eu olhei incrédula pra ele

- Te afrontando? Você está batendo no menino atoa - falei com raiva

- Abaixa - Rael mandou apontando a arma e os outros meninos apontaram a arma pro cara também

- Vão atirar em mim? - o cara perguntou debochado - Duvido

- Eu não pensaria duas vezes - Novinho falou com a arma apontada

- Você vai tomar tanto tiro que não vai saber qual te matou - Rael falou sério

- Que porra é essa? - Dg, o dono do morro parou com a moto e desceu com arma na mão e outra moto parou também - Vocês são irmão de facção! Ficaram doido? Abaixem a arma

- Com todo respeito, chefe, só vou abaixar quando ele tirar a arma da mira da patroa - Neguinho falou sério

- O papo foi dado - Gb falou encarando ele

- Abaixa a arma, 2N - Dg falou sério e na hora ele abaixou fazendo o Kevin correr pra perto de mim e me abraçar - Vocês agora - falou e os meninos olharam desconfiado

- Abaixa - pedi e o Rael acenou pra eles abaixando a arma em seguida

- Todo mundo pra boca - Dg falou sério - E vocês circulando - falou alto para os moradores e rapidinho eles saíram

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora