Capítulo 26

7.1K 521 28
                                    

- Nathália Narrando -

Hoje depois que eu deixei o Kauã na escola fui resolver umas coisas e depois fui pra casa da minha mãe, quando eu cheguei lá por um milagre de Deus a Juliana estava sentada na sala fazendo um trabalho da escola.

- Ai eu quero fazer mais um furo na orelha - Gabi falou entrando na sala

- Ih, gente, do nada - Juliana falou rindo

- Mais aleatória não tem - falei rindo - Mas eu também quero

- Eu também - Juliana falou sorrindo - Vamos

- Lá no Edu acho que fura - falei mexendo no celular

- Fura a xana também - minha mãe falou me olhando

- Já foi furada mas eu tirei, obrigada pela dica - falei rindo

- Fura o cu então - falou mudando o canal da tv - Só inventam

- Dói muito? - Juliana perguntou curiosa

- O mamilo doeu mais, pelo menos eu achei - falei pensativa - Vou furar de novo

- Lá eu ainda não tenho coragem - Gabi falou mexendo no celular

- Frouxa - Juliana falou zuando

- Gabi sempre foi - falei rindo - Não sei como aguenta fu

- Termina não, infeliz - minha mãe me tacou uma almofada e eu ri - Vocês não me respeitam

- Inocente ela - Gabi falou rindo - Quem não conhece até acha, né, velha?

- Me erra, Gabriela - minha mãe e se levantou indo pra cozinha fazendo a gente rir, peguei o meu celular e mandei uma mensagem pro Edu que não demorou a responder

- Whatsapp On -

Nathália: ei, tá podendo falar?

Edu: agora sim

Edu: acabei uma tatuagem de horas

Nathália: cadê?

Edu: 📷

Nathália: caralho

Nathália: muito foda

Nathália: parabéns

Edu: valeu 😊

Nathália: me diz uma coisa

Nathália: aí no estúdio coloca piercing?

Edu: sim, tem uma menina que coloca

Edu: e eu coloco também

Nathália: acho que vou dar um pulo ai com as minhas irmãs

Edu: vem sim

Edu: sua outra irmã é de menor?

Nathália: é sim

Edu: ou o responsável por ela tem que estar presente

Edu: ou trazer uma autorização

Edu: eu sei que é chato mas eu prefiro me manter seguro a processos

Nathália: pode deixar que eu levo

Edu: ta bom

- Whatsapp Off -

Fiquei mais um tempo conversando com ele porém ele tinha que ir trabalhar e eu ir pegar o Kauã na escola.

O Kauã hoje saiu com a Nanda, ela não tinha aula e levou ele pra sair junto com ela e o namorado. Como ele não estava em casa eu aproveitei pra fazer uma faxina daquelas, quando acabou eu tomei um banho e quando eu ia arrumar a minha comida percebi que o refrigerante tinha acabado, e eu estava merecendo uma coca bem geladinha. Peguei o dinheiro, a garrafa e saí de casa pra ir na tia que morava na minha rua e vendia coca. O tempo estava fechadão e parecia que ai chover a qualquer momento

- Caralho, Dg - escutei uma voz alta e quando olhei pro outro lado o Dg estava agachado e parecia passar mal - Levanta, irmão - o amigo que estava com ele tentava levantar ele sem sucesso - Me ajuda aqui, mina - falou me olhando e eu olhei em volta mas só tinha nós três na rua

- Eu só queria comprar a minha coca - falei bufando e fui na direção deles - O que ele tem?

- Não sei - falou e ele segurou o Dg por um braço e eu pelo outro - Desde cedo ele estava estranho

- Ai, porra - falei quando ele quase caiu

- Ele tá morrendo? - o cara perguntou me olhando e eu revirei os olhos

- Só leva ele até ali - apontei com a cabeça pra minha casa e com um pouco de dificuldade conseguimos chegar até o meu portão, abri e entramos com ele - Sabe se ele usou alguma coisa?

- Não sei - falou e eu bufei - Mas deve ter usado

- O banheiro é por aqui - falei apontando com a cabeça e ele em ajudou a levar o outro pro banheiro, sentamos ele no chão e eu tirei a camisa dele com uma certa dificuldade

- Ei, vai sacanear o mano não - falou e eu queria esganar ele

- Cala a boca - falei me agachando na frente do Dg que estava com os olhos quase fechando - Dg - chamei dando algumas batidinhas no rosto dele - Tá me ouvindo? - falei e ele resmungou - O que você usou?

- Ele não vai responder - o menino falou e eu assenti, cheguei o rosto próximo ao Dg e logo senti o cheiro de maconha e bebida, o nariz dele estava com alguns resíduos branco

- Puta que pariu - falei me levantando - O bonitão tá drogado e bêbado, coloca ele no chuveiro pra ver se desperta e espera aqui que eu já venho

- Ta bom - falou e eu saí do banheiro, fui até o quintal e peguei uma planta que a minha vó sempre usava quando os meus primos ficavam assim, eu já até usei com o Michel uma vez, fui pra cozinha e em 10 minutos o chá estava pronto, voltei pro banheiro e o Dg estava sentado no box só de cueca, ele parecia tá um pouco mais sóbrio

- Coloca ele agachado perto do vaso - falei e o menino fez - Bebe isso - falei me aproximando do Dg e mostrei a caneca mas só de sentir o cheiro virou o rosto

- Não - resmungou

- Bebe logo, porra - falei irritada e encostei a caneca na boca dele, ficou resmungando mas bebeu com dificuldade

- Pra que isso? - o menino perguntou

- Ele vai colocar tudo pra fora, vai fazer uma limpeza - mal terminei de falar e o Dg começou a vomitar

- Caralho, mano - o cara falou e eu segurei uma risada - Não se incomoda não?

- Eu tenho filho, tô acostumada - falei dando de ombros - Qual seu nome?

- Cuíca - falou me olhando

- Cuíca, vai na farmácia e compra esses remédios, passa na casa dele e pega uma muda de roupa - falei entregando um papel pra ele

- Eu vou porque eu quero e não porque você tá mandando - falou e eu bufei

- Anda logo - falei e ele saiu do banheiro resmungando

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora