Capítulo 56

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- Nathália Narrando -

Hoje eu acordei de madrugada com o Kauã me chamando reclamando de dor, mal saímos do quarto e ele começou a vomitar. Ele vomitou muito, teve febre e diarréia, começou a reclamar de dor na barriga, dei um banho nele e decidi levar o mesmo no médico.

- Tá doendo, mamãe - choramingou e eu finalmente estacionei o carro, saí do mesmo pegando a minha bolsa

- Vem, amor - peguei ele no colo e entrei no hospital e agradeci mentalmente por não estar tão cheia

- Senhora - um rapaz se aproximou com uma cadeira de rodas e eu coloquei o Kauã - Preenche os dados dele que já vamos atender esse garotão

- Ta bom - falei e me virei pra menina da recepção, peguei a carteirinha do plano e as nossas identidades, preenchi tudo bem rápido e nós fomos levados para o atendimento

Ele fez e refez vários exames, depois de um tempo o médico me informou que ele estava com uma gastroenterite, ele passou tão mal que ficou desidratado, o médico colocou medicamento no soro e me segurei pra não chorar quando pela milésima vez furaram ele.

- Eu quero ir embora - chorou e eu limpei o rosto dele

- Tem que acabar primeiro, filho - falei e segurei a mão dele

- Vai demorar? - perguntou e eu fiz sinal de mais ou menos

- Daqui a pouco vamos pra casa - falei e ele só balançou a cabeça, o tempo foi passando e eu só fui me dar conta quando peguei o meu celular e tinha várias ligações da minha mãe, olhei a hora e vi que era 08:30

- Ligação On -

Luciene: Aonde você tá, minha filha? Eu fui na sua casa e nada de você atender, tô te ligando a maior tempão - disparou a falar assim que eu atendi

Nathália: Eu tô no hospital - falei e antes que eu terminasse de falar ela voltou a falar

Luciene: Hospital? O que aconteceu? - perguntou preocupada

Nathália: O Kauã começou a passar mal e eu resolvi trazer - falei e limpei as lágrimas que começaram a escorrer, não era a primeira e nem seria a última vez que ele passaria mal mas eu sempre ficava mal

Luciene: Tá no hospital de sempre? - perguntou e eu funguei

Nathália: Tô sim - falei e coloquei a mão na testa do Kauã quando vi que ele tinha pegado no sono

Luciene: A mamãe tá indo - falou e eu assenti mesmo sem ela ver

Nathália: Ta bom - falei e desliguei o telefone

- Ligação Off -

Depois que a minha mãe chegou ela ficou ali com a gente e ainda comprou um um sanduíche pra mim na lanchonete do hospital e eu comi meio a contragosto. No início da tarde o médico deu alta pro Kauã e antes de irmos pra casa eu passei na farmácia pra comprar o remédio, quando chegamos em casa eu tomei um susto, a minha sogra estava na cozinha.

- Cadê o Kauã? - perguntou preocupada

- Minha mãe subiu com ele - falei e puxei a cadeira me sentando - Tá meio molinho mas os remédios vão ajudar

- Eu vou ver ele - falou e eu assenti

- O que a senhora fez? - apontei para as panelas

- Uma sopa levinha - falou me olhando

- Deve tá uma delícia - falei sorrindo fraco

- Vai tomar um banho e você come - falou e eu me levantei

- Valeu, sogra - falei e ela sorriu de lado

- Para com isso - falou e subimos - Vai lá - deu um tapa na minha bunda e eu fui pro banheiro

Depois que eu consegui fazer o Kauã comer um pouco ele acabou dormindo e acabei dando uma cochilada também. Acordei no início da noite pra dar um remédio pro Kauã e fiquei na sala, não demorou muito e eu escutei um barulho na porta quando olhei era o Rael com o Cuíca.

- Cadê o Kauã? - Rael perguntou me olhando

- Dormindo - falei e Cuíca sorriu de lado pra mim e se sentou no sofá

- Por que não me chamou e nem avisou? Eu só fiquei sabendo porque encontrei com a tia Fátima e ela me contou - falou se referindo a minha sogra

- Na hora eu nem me liguei - falei sincera - Eu só queria levar logo ele pro médico

- Ele tá com o que? - Rael perguntou e se sentou

- Gastroenterite - contei

- Gastro quem? - Cuíca perguntou confuso

- Gastroenterite - falei devagar - É uma infecção intestinal

- E isso é grave? - perguntou preocupado

- Com o tratamento certinho ele fica bom logo - falei explicando

- Comprou os remédios? - Rael perguntou e eu confirmei

- Ele passou vários, tô cheia de pena do meu filho - falei e o Cuíca segurou a minha mão fazendo carinho

- Ele é forte - Cuíca falou sorrindo

- É, daqui a pouco tá correndo e falando um monte de coisa - Rael falou e eu assenti

- Tomara - falei baixo - É horrível ver ele assim, ontem estava brincando o tempo inteiro e hoje tá assim - falei limpando rapidamente a lágrima que escorreu

- Chora não, Nat - Rael falou - Tem coisa que é normal com criança

- Mas é difícil - falei limpando o meu rosto

- Pensa que já já você vai tá gritando o nome dele pela casa - Cuíca falou sorrindo - E na quadra com ele reclamando que o Novinho joga mal

- E pedindo pra você fazer bolo - Rael falou e eu ri baixo, era engraçado os meninos tentando me animar

- Eu espero - falei sorrindo fraco

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora