- Nathália Narrando -
Acabou que ficamos mais quatro dias no apartamento, eu conversava direto com o Éverton e ele ia me contando como as coisas estavam por lá, conversei com o Rael e ele disse que o negócio realmente estava sério lá.
- Vamos voltar hoje - falei entrando em casa com o Kauã
- Hoje? Por que? - perguntou tirando e se sentou no sofá
- Por que o Éverton avisou que já está tranquila pra voltar - falei e deixei a bolsa no sofá
- Ah, vamos ficar mais - pediu ligando a tv
- No início você nem queria ficar aqui, né? - falei olhando pra ele
- É, mas estamos indo pra praia todos os dias, é mais perto da casa da maioria dos meus amigos e tem várias coisas legais por aqui - falou contando nos dedos
- Você tem amigos lá no morro e tem um monte de coisas legais por lá - falei e ele deu de ombros - E a sua família
- Eu tô falando todos os dias com todo mundo no whatsapp - falou dando de ombros - Quando nós sentirmos muito saudades nós voltamos
- Não existe essa possibilidade - falei e ele bufou - Iremos subir hoje
- Poxa, mãe - reclamou - Eu quase nunca te peço algo, o que custa ficarmos mais uns dias aqui?
- Quase nunca me pede algo? - perguntei em tom de deboche
- Só as vezes - falou e eu ri baixo
- Não - falei firme
- Caraca hein - falou e eu me levantei
- E nem adianta me chamar de chata - falei e ele me olhou confuso
- Eu não falei nada - falou e eu arqueei a sobrancelha
- Mas pensou - falei indo em direção ao quarto e escutei a risada baixa dele
Nós chegamos no morro quase no final da tarde, mandei uma mensagem para o Éverton avisando que tinha chegado e fui tomar o meu banho, assim que saí do banheiro dei de cara com o Éverton sentado na cama.
- Aconteceu alguma coisa com o Kauã? - perguntou assim que me viu
- Como assim? - perguntei confusa
- Nem quis papo direito comigo - falou e eu peguei uma calcinha no armário
- Isso se chama adolescência - falei e ele assentiu - Daqui a pouco tá normal
- Menos mal - falou e eu me vesti - Agora vamos conversar
- Eu - comecei a falar mas quando olhei pra ele percebi que o braço do mesmo estava bem machucado - Que isso?
- Caí - falou olhando pro braço
- Aonde? - perguntei indo pro banheiro
- Os cu azul tentou me pegar e eu tive que pular umas lajes aí - falou quando eu voltei com uma caixinha na mão
- Em tempo de levar um tiro - falei me sentando ao lado dele
- Faz parte - falou dando de ombros
- Você não tem medo de morrer? - perguntei pegando as coisas na caixinha e comecei a cuidar do machucado
- Não - falou simples - Sei que corro esse risco, todo mundo corre na verdade, mas o meu é um pouco maior
- E as pessoas que te ama? - espirrei um remédio no algodão e comecei a passar no machucado
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Nathália
Hayran KurguSabe quando você acha que tem o controle de tudo na sua vida mas algo acontece e você percebe que nada é como você imaginava? A vida de Nathália era perfeita ao lado do marido e filho até uma descoberta.