Nathália

Capítulo 83

- Nathália Narrando -

Hoje eu tinha ido cedo na rua com a Gabi buscar os exames da minha mãe, a Gabi agora morava no asfalto, ela começou a namorar e quando fez 1 ano de namoro foi morar com o Marcos e eu estava muito feliz pela irmã ter encontrado uma pessoa boa.

- A Dani tá grávida - falei sobre uma amiga de infância nova

- Só lembro das duas grávidas na mesma época - falou e eu sorri

- Eu fiquei enorme - falei rindo

- Eu tô doida pra ver um bebê seu e do Éverton - Gabi falou de repente

- Só nos seus sonhos - falei e ela bufou

- Por que me frustra desse jeito, hein? - perguntou chateada

- Eu não me vejo tendo outro filho - falei simples - Tenho nem idade pra isso mais

- Você tem 29 anos, Nathália, deixa de ser louca - falou rindo

- E um filho de 13 anos - falei dando de ombros - Seria uma loucura voltar tudo do início agora

- Nada demais - falou e eu revirei os olhos

- Tudo demais - retruquei - Sem falar que seria uma loucura ter um filho nessa situação, o Kauã foi um acaso

- Que situação? - perguntou confusa

- A vida que o Éverton leva - falei e ela balançou a cabeça parecendo entender o que eu disse - Eu não posso fazer outra criança passar por tudo que o Kauã passou, entende? Ainda mais por uma escolha minha

- Fatalidades acontece, Nat - falou baixo

- Eu sei que um trabalhador pode levar uma bala perdida ou um acidente de carro mas as chances nessa vida que ele leva é maior - dei uma pausa - O Kauã mesmo iria sofrer horrores se rolasse algo

- Eu te entendo - falou fazendo bico - Porém eu quero um sobrinho

- Faz um filho - falei rindo

- Agora não - fez careta e o Éverton entrou na cozinha

- Eu iria adorar um sobrinho - Éverton falou se encostando ao meu lado e eu imaginei que ele tinha ouvido tudo

- Vocês tão loucos - negou rindo - Eu vou lá na mãe levar os exames

- Tchau - falei rindo e ela saiu

- O que deu no exame? - Éverton perguntou me olhando

- Não era maligno - falei aliviada e tire o tabuleiro com o bolo do forno

- Eu disse pra confiar - falou e eu sorri

- Não quero passar por isso novamente, foi horrível a sensação - falei tirando a luva

- Fiquei com medo também, gosto muito da sua mãe - falou e eu comecei a espremer as laranjas pra fazer a calda

- Graças a deus foi só um susto - falei sorrindo

- Eu ouvi a conversa, eu estava entrando e acabei ouvindo - falou de repente

- Você quer ter filhos? - perguntei direta

- Não - falou simples

- Não? - perguntei estranhando

- Não - repetiu - Nunca senti essa vontade e até achava que tinha algo de errado comigo

- Não tem nada de errado, relaxa - falei olhando pra ele - Mas você gosta de crianças, né?

- Sim, mas ter um meu não quero - falou e eu assenti - Pelo menos não teremos esse problema