Capítulo 24

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- Dg Narrando -

Depois que eu fui embora mandei uma mensagem e fui pra casa de um contatinho meu aqui na favela, uns dois meses depois que eu cheguei na favela eu conheci ela e desde então eu sempre me encontro com ela. Ela fode bem pra caralho mas o problema é que eu estava com o pensamento todo na Nathália hoje.

- Porra - se jogou ofegante ao meu lado - Sempre perfeito - falou e veio deitar a cabeça no peito

- Para com isso, Thayná - me afastei

- O que foi? - perguntou e passou a mão na minha barba que estava crescendo mas eu tirei a mão dela

- Ih, não tô nem te entendendo - falei me levantando - Sabe que eu não gosto dessas paradas e tá se fazendo

- É só um carinho pós-sexo - falou e fez uma cara safada

- Tá cheia de graça hoje - falei e saí do quarto, fui até o banheiro e joguei uma água no corpo, me enrolei na toalha e voltei pro quarto aonde ela ainda estava jogada na cama pelada, catei minha roupa no chão e vesti a minha cueca

- Vai dormir aqui? - perguntou e eu olhei pra ela na hora

- Alguma vez eu já dormi aqui? - perguntei olhando pra ela

- Não - falou baixo

- Então pronto - falei vestindo a minha bermuda

- Você tá estranho hoje - falou e se sentou na cama

- Eu tô estranho? Você que tá cheia de querer ficar me agarrando e perguntando coisa que já sabe a resposta - falei sério

- Você parecia que nem estava aqui, Dg - reclamou

- Foi ruim? - apontei pra cama

- Lógico que não - se levantou da cama e se aproximou de mim tentando me tocar mas eu me afastei - Foi muito bom mas parecia que você estava com a cabeça em outro mundo

- Você tá doida - falei terminando de me vestir

- Tudo bem - falou e eu peguei a minha carteira na bermuda, tirei algumas notas e entreguei pra ela - E ainda me trata igual uma prostituta - falou e eu bufei, não tinha paciência pra drama

- Não quer? Tudo bem - falei pegando as notas da mão dela e eu percebi a mesma surpresa - Era só um agrado, pra você fazer alguma coisa, comprar uma roupa, guardar, rasgar ou enfiar no cu se quisesse - falei me estressando - Mas parece que hoje você resolveu me estressar

- Dg - tentou falar mas eu não deixei

- Fé aí - falei saindo do quarto e desci as escadas, rapidamente eu estava fora da casa dela

- Nathália Narrando -

Hoje amanheceu chovendo mas mesmo assim eu tinha que levar o Kauã na natação ou ele iria infartar. Como eu não tinha nada pra fazer fiquei por lá mesmo esperando ele acabar, ao meu lado tinha um rapaz com uma muleta e a perna com alguns daqueles pinos mas nem olhei pra cara dele. O tempo inteiro eu gritava pro Kauã e eu percebia o cara me olhando de lado.

- Arrasou, meu amor - falei quando ele saiu da piscina

- Viu como eu nadei rápido? - perguntou e eu enrolei ele na toalha

- Claro que eu vi - falei sorrindo - Eu gritei muito aqui

- Sério? - perguntou sorrindo e eu assenti

- Parabéns, campeão - o cara falou e a voz dele era bem grossa, quando eu olhei pra frente vinha um menino que parecia ter a idade do Kauã

- Nadei muito hoje, pai - o menino falou animado

- Demais - o cara falou rindo e entregou a toalha pra ele - Michael Phelps que se cuide - falou e o menino soltou uma risada

- Mãe, esse é o meu amigo que eu falei - Kauã apontou pro menino

- O famoso Gabriel? - perguntei olhando pro menino

- Eu mesmo - o menino falou sorrindo

- O Kauã fala muito de você - falei sorrindo

- Já ouvi muito sobre o Kauã também - o cara falou e eu olhei pra ele e tenho que dizer que ele era bem bonito

- Finalmente um rosto para o nome - falei me levantando - Vamos nos trocar agora?

- Vamos - Kauã falou e eu peguei a mochila dele no banco - Quer que eu leve ele? Ai você não faz esforço - apontei com a cabeça pra perna machucada

- Tudo bem, filho? - o cara perguntou pro filho

- Tudo bem - o menino confirmou e eu peguei a mochila dele

- Ah, eu me chamo Nathália - falei e ele sorriu levemente

- Rafael - apertou a minha mão

- Desculpa a curiosidade - falei sem graça - O que você aprontou? - perguntei apontando pra perna dele

- Acidente de carro - falou simples

- Foi grave pelo visto - falei olhando pra perna dele

- Dei sorte de estar vivo - falou sorrindo fraco

- Graças a deus - falei e ele assentiu

Eu fiquei mais pra vigiar os meninos e apressar eles que mais conversavam do que se arrumavam, nós saímos do vestiário uns 10 minutos depois e voltamos pra onde estávamos.

- Entregue - falei olhando pro Rafael

- Muito obrigado - agradeceu e se levantou com um pouco de dificuldade

- Nada - sorri de lado e entreguei a mochila pro Gabriel que colocou nas costas

- O Antônio chegou - falou olhando pro filho - Vamos?

- Vamos - o menino falou e olhou pro Kauã - Semana que vem a gente brinca mais e eu ganho na piscina

- Ganha nada - Kauã falou rindo

- Quer uma carona? - Rafael perguntou me olhando

- Obrigada mas não precisa - falei olhando pra ele - Eu tô de carro

- Ah sim! Bom eu vou indo - falou me olhando - Tchau

- Tchau - acenei e eles se afastaram - Ele é bonito

- O Gabriel? - Kauã perguntou fazendo careta

- Também - falei olhando pra ele - Mas eu estava falando do pai do Gabriel

- Não achei - falou e começamos a andar em direção a saída

- Claro que é! Moreno, alto, forte porém não é bombado - falei e o Kauã me olhou

- Para, doida - falou e eu soltei uma gargalhada

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