Capítulo 18

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- Dg Narrando -

Depois que ficou comprovado que o tal Kevin não tinha roubado a carteira do 2N eu mandei um dos vapores irem atrás do menino que realmente tinha roubado.

- Com você eu me resolvo depois - falei pro 2N depois que a Nat saiu com os caras

- Chefe - tentou falar mas eu não deixei

- Depois - falei sério e ele saiu da boca

- Vai mandar pro castigo? - Cuíca perguntou me olhando

- Tenho que mandar - falei pegando o maço de cigarro no bolso

- Ele nem chegou a fazer nada com o moleque - Menor falou me olhando - Foi mais escândalo da viúva

- Não fez mas ia fazer se ela não tivesse lá e imagina a merda que isso não ia dar na favela. Ele arregaçar o moleque na porrada e o garoto era certo de morrer, não tem nem corpo pra aguentar porrada - falei sério

- Isso é verdade - Cuíca concordou - Mas foi vacilo apontarem a arma pra ele

- Eu não quero nem imaginar se ele faz alguma coisa com ela - neguei com a cabeça

- Ia tá feito - Menor deu de ombros - Os outros são amiguinhos dela mas respondem a você

- Ah, claro! Até porque eles abaixaram a arma quando o chefe mandou - Cuíca falou rindo baixo mas quando eu olhei ele ficou quieto, peguei o isqueiro e acendi o cigarro

- Ela é viúva do Michel, a galera tem uma consideração alta por ela - falei e eles me olharam como se não fosse nada - Além de ter os amiguinhos por ela o falecido tinha e mesmo depois de morto ainda tem maior conceito dentro da facção. As coisas não iam ficar nada bonito por aqui se matassem essa menina

- Faz sentido - Menor falou pensativo

- Já volto - falei olhando pra eles

- Vai aonde? - Cuíca perguntou me olhando

- Tô de coleira não - falei e ele me deu dedo, saí da boca e subi na moto, em dois minutos eu estava em frente ao portão da Nat e por milagre a rua estava vazia e nem Gb e nem o Neguinho estavam por lá, nem eu sabia o que tinha ido fazer ali mas quando me dei conta já tinha apertado a campainha

Enquanto ela não abria o portão eu fiquei o tempo inteiro olhando em volta pra ver se não teria alguém de olho. Uns dois minutos depois eu escutei a voz dela.

- De novo, Rael? Esqueceu a chave? - perguntou alto e assim que abriu o portão e ela pareceu surpresa

- Não sou o Rael - falei quebrando o silêncio

- Não me diga - falou revirando os olhos - O que você quer?

- Posso entrar? - perguntei olhando pra ela - Imagino que você não iria querer ser vista de conversa comigo

- Entra - falou chegando pro lado e eu entrei, olhei em volta e fiquei olhando os detalhes do quintal - Acabou?

- O que? - perguntei olhando pra ela

- De inspecionar - falou óbvia e eu neguei com a cabeça

- Quem é você, Nat? - perguntei direto

- Como assim? - perguntou confusa

- Quem é você? - perguntei novamente e eu realmente estava intrigado por essa mulher, algo nela me chamava atenção e fazia querer saber dela

- Uma moradora normal e você já deve saber que sou viúva do antigo dono - falou dando de ombros

- Moradora normal? - perguntei e ri sem humor - Uma moradora normal não iria fazer os meus homens apontarem a arma pra um companheiro

- Eles são meus amigos - falou simples

- Nat - falei baixo - Nathália ou Nathaly?

- Nathália - respondeu - Eu realmente não entendi o porque de você ter vindo aqui

- Eu só queria saber quem era a mulher que mesmo em um desenrolo não deixava o deboche de lado - falei e ela cruzou os braços - Tem medo não?

- Eu fui casada por anos com um dono de morro, não sou nenhuma menininha assustada - falou e eu assenti - Agora se nem você sabe o que veio fazer aqui de verdade poderia me dar licença? Eu tô cheia de coisas pra fazer

- Tá certo - assenti coçando a cabeça e ela abriu o portão - Tchau, Nathália - falei observando o corpo dela

- Tchau - falou fechando o portão assim que eu saí

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora