Capítulo 113

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- Nathália Narrando -

Chegou o dia do jantar com o Rafael e eu ajeitei todo o meu dia pra não me atrasar, felizmente eu consegui. Lá pelas 19:30 eu comecei a me arrumar, assim que eu saí do banho sequei o cabelo com o secador e passei a prancha nele, escolhi um vestido preto um pouco acima do joelho e fiz uma maquiagem leve. Assim que eu fiquei pronta o Rafael mandou mensagem avisando que estava na porta da minha casa, eu tinha liberado a entrada dele no condomínio. O Kauã foi dormir na minha mãe então eu apenas apaguei as luzes e saí de casa.

- Você está linda - falou assim que eu entrei no carro

- Você também - dei um beijo no rosto dele e o mesmo sorriu

- Sempre sou - brincou e eu ri baixo

- Você está bem? - perguntei observando ele que parecia meio sério

- Mais ou menos - falou sincero

- Quer conversar sobre? - perguntei e ele negou

- Não vamos estragar a noite - falou e foi a minha vez de negar a cabeça

- Você desabafar não vai estragar a noite e eu gosto de conversar - falei olhando pra ele - Claro, se você quiser

- Mariana - falou de repente

- Quem é? - perguntei e ele me olhou

- Uma das minhas melhores amigas e a pessoa mais bondosa que eu já conheci nessa vida - falou e eu comecei a prestar atenção - Eu acabei de descobrir que ela está com um tumor no cérebro

- Um tumor? Meu deus - falei assustada

- É benigno, calma - riu fraco - Mas é algo que pega de surpresa, eu fico pensando na porra do "e se" aí fode tudo. Sem falar que ela quer que eu opere

- E você consegue? - perguntei baixo

- Eu sou o melhor - falei simples - E isso são palavras dela

- Eu acho que é completamente normal você se sentir meio perdido, mesmo sabendo que é benigno e que você faria essa cirurgia facilmente - falei olhando pra ele - Ela é sua melhor amiga, ela é especial pra você e é normal ter medo de perdermos quem amamos

- Só é uma sensação estranha - falou e eu assenti

- É como se a qualquer momento aquela pessoa fosse te deixar pra sempre, com algo que não temos controle - falei baixo

- Já sentiu isso? - perguntou e eu apenas balancei a cabeça

- É horrível - falei e ele concordou - Olha se você quiser adiar o jantar tá tudo bem

- Não, nós vamos - falou rápido - Sabe eu quero muito jantar com você

- É recíproco - falei e ele sorriu

- É meio estranho - falou ligando o carro

- O que? - perguntei confusa e ele ligou o som baixinho

- Nem jantamos e eu me abri com você, isso é estranho - explicou - Não é bem a conversa de primeiros encontros

- Você tem razão - falei rindo

- Ah, você está me devendo um desabafo então - falou e eu olhei confusa pra ele

- Estou? - perguntei sem entender

- Sim, eu me abri e você tem que fazer o mesmo - falou simples e parou em um sinal - Me conta os seus segredos

- Tenho uma ideia melhor - falei e ele me olhou curioso - Vamos contar as nossas histórias nesse jantar

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora