- Rafael Narrando -
O beijo super encaixou com a Nathália e caralho que beijou com que ela tinha, ficamos um tempo ainda conversando e trocando alguns beijos ali.
- Chega - Nathália resmungou em meio ao beijo
- Por que? - sussurrei descendo a minha boca pelo pescoço dela e percebi que a mesma se arrepiou
- Estamos em frente de casa - riu baixo
- Assim que é bom - falei malicioso
- Maluco - falou rindo e se afastou
- Não é não? - perguntei olhando pra ela
- Não sei, não sei de nada - falou e eu dei uma risada
- Vamos ver - falei rindo
- Você não tem que ir pra casa? - mudou de assunto rindo
- Tenho mesmo - concordei passei a mão no rosto
- Boa sorte na cirurgia tanto pra você quanto pra sua amiga - sorriu me olhando
- Obrigado - dei um selinho demorado na mesma - Te mando mensagem
- Ta bom - me deu um selinho e se afastou
- Tchau - sorri e ela foi até o portão, abriu e entrou acenando
Como eu tinha conversando ontem com a Mariana pedi pra Rosa liberar a minha agenda, quando cheguei no hospital já recebi a informação que ela tinha dado entrada como paciente e já estava em um quarto. Peguei os exames que tinha repetido e fui para o andar da neurologia, conversei com um residente no meio do caminho e entrei no quarto dela. Estava junto com ela o marido e como eu tinha imaginado os nossos amigos.
- Alguma alteração nos exames? - ela perguntou assim que eu entrei
- Não, fica tranquila - falei e ela sorriu fraco
- E os seus pais? - perguntei puxando o carrinho que tinha um monitor em cima e liguei o mesmo
- Pedi pra ficarem com o Ben, por eles estariam aqui comigo mas acho melhor se concentrarem no meu filho - contou
- Sabe que não precisa bancar a durona, né? - perguntei olhando pra ela
- Ontem quando ela me contou veio me consolar - Tom falou e eu ri baixo
- Nós sabemos que você quer chorar - Cardoso falou - E não tem problema isso
- Até porque você está com um tumor do tamanho de uma laranja - falei e ela fez careta
- Todo mundo iria chorar - Rebeca falou e eu assenti
- É normal ter medo - sorri fraco olhando pra ela
- Viu só? O médico falou - Tom brincou e ela riu baixo
- Uma vez eu falei pro meu paciente que ele não precisava ter medo - Rebeca começou a falar - E foi a maior mentira que eu já contei na minha vida, a taxa de mortalidade da cirurgia era gigantesca
- Ainda bem que os meus na maioria tão desacordado - Cardoso falou rindo, ele era cirurgião chefe do trauma
- Sortudo - falei rindo e a Rebeca mexeu em uma bolsa que estava na poltrona e pegou uma máquina de cabelo
- Sempre quis fazer isso - brincou e a Mariana deu dedo pra ela
- Ai meu cabelinho - se lamentou
- Só precisa cortar essa parte - passei a mão nos cabelos dela - É aonde eu vou abrir
- Menos mal - riu fraco
- Qual método? - Tom perguntou me olhando e mostrei as imagens na tela
- Craniotomia sub frontal bem direta com uma pequena incisão na dura e ai vou retirar o tumor - expliquei e ele ficou pensativo
- Eu amo cirurgia mas não neurocirurgia - Mariana falou de repente
- Obrigado pela parte que me toca - ironizei e eles riram
- Todo mundo sabe que em qualquer cirurgia tem a chance de não acordar mas na neurocirurgia pode acordar e não saber mais quem é - falou e eu concordei
- É uma verdade - Cardoso falou - Mas adoramos números e eles estão ao nosso favor nessa
- Pensa nisso, amor - Tom falou olhando pra ela - Cadê a garota que veio me dizer que deveríamos ter o filho e no meio de toda explicação do porquê disso ela me mostrou um monte de porcentagens explicando que seria bom?
- Ela tá aqui - sorriu deixando cair algumas lágrimas
- Ok, eu não vou chorar - Rebeca fungou - Vem cortar esse cabelo
- Tô indo - Tom deu um beijo na testa dela e ela se levantou da cama
- Já volto - falei saindo do quarto e ele veio atrás de mim
- Faz uma coisa? - chamou a minha atenção
- O que? - perguntei curioso
- Ela não vai admitir mas eu sei que ela não iria querer que todo o hospital ficasse de olho nela tão vulnerável e sentindo pena - falou e eu sabia que era verdade - Fecha a galeria
- Pode deixar, irmão - confirmei e ele voltou pro quarto
Depois que falei com ele fui até o CTI dar uma olhada no João e autorizei que transferissem ele para o quarto. Terminei de analisar umas coisas e quando eu voltei para o quarto da Mariana já era pra levar a mesma pra sala de cirurgia.
- Me conta sobre o jantar - pediu quando entramos na sala de cirurgia
- Eu preciso me lavar - falei óbvio e ela bateu no meu braço
- Eu tenho um tumor - sorriu maliciosa
- Cretina - falei e ela riu
- Fala logo - pediu e eu bufei
- Foi incrível - falei simples - Acho que eu contei toda a minha vida pra ela e ela me contou a dela, e devo dizer que estou achando-a mais incrível ainda
- Tudo mesmo? - perguntou e eu apenas balancei a cabeça - Ok, quando eu tiver recuperada quero conhecer essa mulher
- Viaja não - falei rindo - Ah, e rolou beijo
- Eita - bateu palma e o pessoal começou a entrar na sala
- Preciso me lavar e eu prometo pra você que daqui a algumas horas você vai acordar bem - falei firme
- Eu confio - sorriu e eu beijei a bochecha dela
Saí da sala e enquanto eu me lavava eu repassei todo o procedimento baixinho, não tinha jeito era uma mania minha. Eu respirei fundo antes de entrar na sala e assim que eu entrei na sala uma técnica terminou de me ajeitar. Me posicionei e olhei em direção a galeria aonde estava apenas os nossos amigos.
- Tudo certo - o anestesista falou e eu só balancei a cabeça
- Tá tudo bem, senhor? - Sanches o meu residente perguntou baixo ao meu lado
- Não - neguei pensativo - Tá faltando algo
- O que? - perguntou preocupado
- Está tudo aqui - a enfermeira Regina falou, ela era uma das mais antigas no hospital
- Cadê a minha música? - perguntei sério
- Ah, claro - uma técnica falou e ligou o som, logo a sala foi preenchida com 7 years mas tínhamos uns bons ritmos pra passar durante toda a operação
- Agora sim - respirei fundo e agradeci mentalmente por não conseguir visualizar o rosto dela
- O senhor - Sanches começou a falar quando eu ia iniciar o processo
- Canta comigo - interrompi e mesmo confuso ele começou a cantar
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Nathália
FanfictionSabe quando você acha que tem o controle de tudo na sua vida mas algo acontece e você percebe que nada é como você imaginava? A vida de Nathália era perfeita ao lado do marido e filho até uma descoberta.