Capítulo 52

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- Nathália Narrando -

Acabou que nem rolou nada lá no Cuíca, quando deu um certo horário ele fui pra casa e logo joguei uma água no corpo e dormi. No dia seguinte o Kauã veio cedo pra casa e eu levei ele na natação, ele estava de férias da escola mas ainda ia pra natação.

- Ih, olha quem tá lá - Kauã falou assim que entramos

- Fica quieto - falei vendo o pai do Gabriel

- Ué, você disse que ele é bonito - falou rindo

- Cala a boca - falei e ele riu alto

- Oi, Kauã - Gabriel se levantou do colo do pai

- Oi, Gabriel - Kauã falou sorrindo e eu percebi que o Rafael ainda estava de muletas - Você sumiu

- Eu estava viajando - contou e eu acenei com a cabeça pro Rael e ele acenou de volta

- Foi pra onde? - Kauã perguntou e eu me sentei no banco

- Florianópolis - falou e eu puxei o Kauã pra tirar a roupa dele

- Eu já fui no parque lá com a minha mãe e o meu pai - Kauã falou e me olhou - Foi lá, né?

- Foi sim - confirmei e tirei a roupa dele

- Vamos, meninos - a professora chamou e eu coloquei o óculos no Kauã

- E essa perna? - perguntei puxando assunto quando os meninos saíram

- Muita fisioterapia pela frente ainda - falou fazendo careta

- Deve ser dolorido - falei e ele deu de ombros

- O preço que pagamos por algumas decisões, né? - falou e eu fiquei pensativa

- É, mas daqui a pouco você fica bem e tá se aventurando por ai - falei e ele sorriu fraco

- Só de me livrar dessas muletas já vai tá de bom tamanho - falou me olhando

- Pensa assim: vou me livrar das muletas e só coisas boas vão acontecer - falei e ele ficou me olhando

- É sempre positiva assim? - perguntou pensativo

- Eu penso que coisas ruins acontecem de qualquer jeito, né? Por que eu vou ficar pensando de forma negativa? - perguntei e ele balançou a cabeça

- Verdade - concordou - Sempre pensou assim?

- Não - falei rindo fraco, e realmente eu tinha começado a pensar assim depois que o Michel faleceu

- Imaginei - falou me olhando - Algo fez você ficar assim e isso é até bom

- Bom? - perguntei sem entender

- Toda ação tem uma reação, né? E que bom que seja lá o que você tenha vivido te deixou assim - falou explicando

- Tem razão - falei pensativa

Depois que chegamos em casa o Rael apareceu, fiquei na sala conversando com ele enquanto o Kauã tomava banho e ele me zuando por causa do Cuíca.

- Ele é bem legal - falei olhando pra ele

- Eu sei - concordou - Só é engraçado

- Por que? - perguntei tentando entender

- Você tem noção que quase ninguém dá nada pelo Cuíca? - perguntou e eu só balancei a cabeça - A maioria acha ele um bobão, quase uma criança grande

- Ele não tem nada de criança - falei e sorri maliciosa

- Que nojo - falou fazendo careta - Mas é a real, Nat, um monte pega no pé dele

- Como se fossem todos professores de português, né? Tem gente bem pior do que ele lá - falei revirando os olhos

- Sim, mas ficam zoando pelo jeito dele, sabe? Apesar que na hora do vamo ver ele mostra que de bobo não tem nada - falou e eu assenti - Cai pra guerra de verdade

- Melhor ser assim do que ficar de cara fechada o tempo inteiro - falei dando de ombros

- Cara, quando eles descobrirem que ele tá atuando aí - apontou pra mim - Vão ficar bobos

- Bobeira - falei bufando e o Kauã desceu

- O seu presente - falou e olhou pro Kauã

- Pensei que tivesse esquecido, dindo - falou se sentando no sofá

- Não, eu estava finalizando - Rael falou e o Kauã assentiu animado - Toma - falou pegando um envelope que ele tinha deixado no sofá e entregou

- O que é isso? - perguntou confuso

- Abre - falou simples e o Kauã abriu o envelope e ficou um tempo lendo até que arregalou os olhos

- Caraca - falou animado

- O que foi? - perguntei rindo por causa da reação dele

- É a disney, mãe - falou ainda sem acreditar - Eu vou pra disney

- Vai? - perguntei e eu olhei pro Rael

- Sim, vocês dois - confirmou - Eu pedi pra Nanda e ela resolveu tudo em uma agência de viagem, até a casa que vocês vão ficar

- Eu sempre quis ir pra disney - falou sorrindo

- Eu sei - Rael falou rindo e o Kauã abraçou ele

- A minha mãe disse que eu só iria quando entendesse e pudesse brincar - Kauã falou e eu confirmei - Agora eu posso, né?

- Pode sim, meu amor - falei sorrindo e ele ficou todo bobo olhando pro papel - Obrigado, dindo

- Nada, campeão - beijou a testa dele e eu sorri

- Obrigada por ser esse dindo incrível pra ele - falei e ele me abraçou de lado - Não por isso, sabe? Mas por tudo que fez e faz pra ele

- Ei, só retribuindo a honra que você e o meu irmão me deram - falou e bagunçou o meu cabelo

- O melhor dindo - Kauã falou sorrindo

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora