Capítulo 108

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- Nathália Narrando -

Eu devo ter acumulado várias multas no caminho mas eu não estava ligando, só conseguia pensar no Kauã, por mais que o João tenha dito que ele falava eu só iria me acalmar quando eu visse o meu filho. Assim que eu estacionei o carro, entrei na emergência do hospital, fui até a recepcionista e chamei a atenção da mesma.

- Aguarde a sua vez, senhora - falou com uma voz tão calma que me irritou muito

- O meu filho deu entrada agora de tarde, com um ferimento na cabeça - falei e ela começou a prestar atenção - Um amigo trouxe e eu quero vê-lo

- Eu preciso terminar de atender outras pessoas que chegaram primeiro - falou calma e eu respirei fundo pra tentar não perder o réu primário e falei baixo mas de uma forma que ela conseguiria ouvir

- Você vai parar o que está fazendo e vai me dizer aonde o meu filho está ou eu juro que faço um escândalo tão grande nesse hospital que nenhum segurança será capaz de me parar - falei séria e ela arregalou levemente os olhos

- Qual nome do paciente? - perguntou e eu tentei me acalmar pra conseguir passar os dados

- Kauã dos Santos Freitas - falei e ela digitou rapidamente

- Foi encaminhado lá pra dentro e será atendido - apontou pra uma porta

- Eu preciso ver o meu filho - falei e ela assentiu

- Documento com foto, por favor - pediu e eu peguei a minha habilitação, ela mexeu rapidamente no computador e me devolveu, respondi várias perguntas pra ficha do Kauã e finalmente ela me liberou - Só entrar ali

- Obrigada - agradeci e fui até onde ela indicou, não tinha tantas pessoas mas também não estava vazio, tinha um balcão com algumas enfermeiras e eu até iria pedir informação mas decidi procurar sozinha, passei os olhos e vi em uma cortina meio aberta o João

- Graças a deus, tia - falou rápido quando me viu

- Ai, meu filho - falei abraçando o Kauã e segurei o rosto dele com cuidado, ele estava com a boca cortada e manchada de sangue, assim como quase todo o rosto e uma faixa na cabeça

- Eu tô bem, mãe - falou baixo

- Já foram atendidos? - olhei pro João que negou

- Uma moça falou que precisava de um médico pra dar ponto - falou e eu assenti

- E esse hospital caro tá com falta de médico? - perguntei com raiva

- Troca de plantão - Kauã falou baixo

- Eu vou resolver isso - eu ia sair mas o Kauã me chamou

- Espera comigo - pediu e eu suspirei

- 5 minutos - falei me sentando na maca ao lado dele - Quando formos pra casa eu vou falar muito na cabeça de vocês

- Eu imagino - João coçou a cabeça e eu comecei a prestar atenção pra ver se passava algum médico

- Doutor Andrada - escutei a enfermeira que estava no balcão chamando alguém e não demorou pra homem alto ir até lá - Tem um paciente que bateu a cabeça e precisa de pontos, eu sei que o senhor é não atende na emergência mas não tem outro neuro ainda - a moça falava toda receosa e eu não entendia o porque, mas se ele se negasse eu iria até lá

- Cadê o Muniz? - perguntou sério, ele tinha a voz grossa e firme, mas não estava sendo grosso

- Preso no trânsito - falou e ele assentiu

- Cadê o paciente? - perguntou e deixou a maleta que carregava no balcão

- Leito 8 - falou e ele se virou vindo na nossa direção, eu conhecia ele de algum lugar mas não conseguia lembrar de onde, ele era bem bonito - Bom dia - terminou de abrir a cortina

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora