Capítulo 79

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- 3 anos depois -

- Nathália Narrando -

O tempo passou rápido e eu já estava há 3 anos com o Éverton, nesse tempo que passou aprendemos a conviver com as nossas diferenças que apesar de serem pequenas deram um grande salto a partir do momento que fomos morar juntos. E nesses três anos que passaram o Kauã continua jogando na base do Flamengo, ele pegou deu uma esticada e já está quase maior do que eu, coisa que não é muito difícil, lembra cada vez mais o pai.

- A próxima vez que você deixar a roupa jogada no chão do banheiro eu juro que vou jogar no lixo - falei abrindo a porta do quarto do Kauã e joguei a roupa em cima dele que estava deitado

- Qual foi, mãe? - falou largando o celular

- Vai colocar essa merda no lugar - falei estressada

- Leva pra mim - falou e eu ri negando com a cabeça

- Agora - falei e ele se levantou

- Tá bolada? - falou e eu saí do quarto com ele atrás de mim - Brigou com o Jefferson?

- Não - falei e realmente eu não tinha brigado com o Cuíca

- É o que então? - perguntou quando descemos

- Sem paciência - falei simples - A única coisa que você tem que fazer não faz

- Tá nervosa, né? - falou e eu não deixou eu responder - Vai descansar e deixa que eu me viro aqui

- Vai se virar? - perguntei olhando pra ele

- Sim, eu consigo arrumar alguma coisa pra comer - falou me olhando

- Ta bom então - falei e subi novamente, tomei um banho demorado, liguei o ar condicionado e me deitei

- Cuíca Narrando -

Hoje teve uma reunião na boca e estava maior agitação, quando finalmente eu consegui sair fiquei conversando com os caras e depois fui pra casa. Assim que entrei senti um cheiro de queimado e fui direto pra cozinha, o Kauã estava todo atrapalhado.

- Que isso, garoto? - perguntei olhando pra ele

- Tentei uma fritada mas não deu certo - falou colocando a frigideira na pia - Vou ficar com um ovo mexido mesmo

- Mais seguro - falei e me liguei de uma coisa - Cadê a sua mãe?

- Foi deitar - falou lavando a frigideira - E ela estava bolada

- Com o que? - perguntei pegando uma garrafa de água na geladeira

- Com você - falou e eu me assustei

- Comigo? Eu não fiz nada - falei rápido

- É, eu sei - falou rindo - Tinha que ver a sua cara

- Não teve graça - falei e ele continuou rindo - O que aconteceu?

- Não sei - falou dando de ombros - Ela só tá estressada e disse que não brigou com você, e que estava sem paciência

- Ela já teve tpm esse mês - falei meio pensativo - Algo deve ter acontecido

- O que? - perguntou quebrando um ovo na frigideira

- Não sei - falei coçando a cabeça - Mas eu descubro

- E me fala - pediu e eu assenti

- Depois do almoço vai fazer o dever e sem enrolação hein - falei bebendo a minha água - Não quer deixar a sua mãe mais bolada

- É matemática - falou mexendo o ovo - Faz comigo?

- Faço sim - confirmei

- E eu te mostro umas paradas que eu aprendi de português - falou sorrindo

- Fechado - falei fazendo um toque com ele e saí da cozinha

Quando eu entrei no quarto vi que a Nat estava dormindo e o quarto bem gelado, fiz o mínimo de barulho possível e entrei no banheiro, tomei o meu banho e vesti uma cueca, voltei pro quarto e me sentei na cama.

- Nat - chamei a mesma baixo e ela nem se mexeu - Nathália - falei um pouco mais alto

- Que foi? - resmungou

- Kauã falou que você estava bolada - eu mal terminei de falar e ela abriu os olhos

- E você achou que me acordar iria deixar o meu humor maravilhoso? - perguntou em deboche e ali eu vi que tinha algo de errado

- Você tá grávida? - perguntei direto

- Que? - perguntou confusa

- É, eu já ouvi que grávidas ficam com o humor meio doido e eu andei gozando dentro - falei explicando

- Eu não tô grávida - falou me olhando

- Tem certeza? Se quiser eu compro um teste - estava falando mas a mesma me interrompeu

- Éverton, eu não tô grávida - falou calma

- Tá estressada porque então? - falei e ela desviou o olhar

- Não quero falar disso agora - falou e eu ri sem humor

- Não quer? Problema seu, maluca, agora vai falando o que tá pegando - falei e ela me deu dedo

- Grosso - resmungou

- Você sabe que sim - falei malicioso

- Ridículo - falou rindo fraco

- Me conta, Nat, não me deixa no escuro pelo amor de deus - pedi e ela passou a mão no rosto

- A minha mãe fez uns exames de rotina e ela achou um nódulo na tiróide - falou e eu comecei a prestar atenção - Ela vai precisar retirar e vai fazer uma biópsia

- Biópsia? - perguntei tentando entender

- É pra saber se é benigno ou maligno - falou se sentando na cama

- Se for maligno é muito ruim? - perguntei preocupado

- Câncer - falou baixo

- Puta que pariu - arregalei levemente os olhos - Eu tenho certeza que não vai ser nada grave

- Eu queria ter essa certeza - falou e eu percebi que ela estava bem triste

- Quer ouvir algo engraçado? - perguntei de repente

- Me conta - falou me olhando

- A filha da dona Jussara foi fazer baca com os caras lá da boca, alguém contou pra dona Jussara e ela apareceu lá no barraco - falei e ela me olhou surpresa

- E aí? - perguntou curiosa

- Deu umas porradas na filha e arrasou ela pela rua, todo mundo viu a cena - falei e ela negou com a cabeça

- Nem mexi no face ou no twitter - falou e riu baixo - Você chama de baca e eu prefiro chamar de festa das dst's

- Que nojo, Nathália - falei e ela riu

- Menti? Doença não tem cara não, filhão, sem falar que nos vídeos que vazam da pra ver que a maioria não se protege - falou se deitando novamente

- Nem todos - falei me deitando ao lado dela

- A maioria - falou dando de ombros

- Já ia me esquecendo - falei e ela deitou a cabeça no meu peito

- O que? - perguntou e eu comecei a fazer carinho no cabelo dela

- Menor quase ficou pegado na pista - contei

- Deveria ter sido preso - falou e eu fechei os olhos

- Acho lindo o amor que vocês sentem um pelo outro - debochei

- Acho lindo neguinho querendo uma greve de sexo - debochou

- Sabe nem brincar - falei e ela riu baixo

- Sei sim - falou rindo e não demorou muito pra pegarmos no sono

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora