- Rafael Narrando -
Essa noite eu fiquei pelo hospital, estava com a cabeça cheia esperando a minha amiga acordar e eu aproveitei que estava por lá pra resolver algumas coisas. Cedo eu dei alta pro João e o Tom me mandou uma mensagem avisando que a Mariana tinha acordado, chamei o meu residente e fomos para o quarto.
- Mariana Kiffer, 36 anos, primeiro dia após a retirada de um meningioma benigno de grau 1 - Sanches começou a falar - O doutor Kiffer informou que ela acordou essa manhã, não responde verbalmente mas está consciente e com boas reações motoras
- Excelente - sorri fraco e olhei pra Mari que olhava o quarto atenta
- Senhor, iremos aplicar o protocolo? - Sanches perguntou me olhando
- Que protocolo? - Tom - perguntou e eu suspirei
- Deambulação Precoce - Sanches falou simples
- Você quer que ela fique em pé? - Tom perguntou me olhando inconformado ele sabia que seria algo dolorido
- Ela é a candidata perfeita - Sanches falou e eu neguei com a cabeça pela forma que ele tinha falado
- Você ficou louco? - meu amigo indagou sério olhando pra ele que deu um passo pra trás de medo - Ela acabou de abrir a cabeça praticamente e você sugere isso
- É o protocolo do departamento, mostra que a recuperação - estava falando mas foi interrompido
- Enfia esse protocolo no - Tom começou a falar mas foi minha vez de interromper, o Sanches estava quase se tremendo
- Tom, calma - pedi e ele olhou - É algo necessário
- Ela vai sofrer - falou baixo
- Eu sei - falei no mesmo tom - Mas foi uma escolha dela, ela me pediu isso
- Caralho, Mariana - xingou com raiva
- Eu também tô com raiva - admiti - Mas eu vou fazer por ela e eu vou entender se você quiser dar uma volta
- Não, eu vou ficar - falei firme - Na saúde e na doença, nós levamos isso a sério
- Ta bom - respirei fundo - Sanches, fecha a porta
- Ok, chefe - fechou a porta e eu fui até a maca, fiquei olhando pra ela e o Tom se aproximou, passou a mão levemente no rosto dela que abriu os olhos
- Eu vou te ajudar - falou baixo - Quando ela tiver bem vai ouvir muito por isso
- Pode apostar - concordei rindo fraco
- Vamos lá - falou firme e olhou para ela novamente - Me desculpa, amor
- Mari, nós só precisamos chegar até a beirada da cama, eu sei que dói mas é só chegar lá que a gente para - falei olhando pra mesma e percebi o nervosismo pelo olhar dela - Tenta ficar de olho aberto
- Sanches, segura os fios dela e toma cuidado com o soro - Tom alertou
- Ta bom - falou e começamos a levantar a mesma que resmungou
- Vem - falei e seguramos a mesma com cuidado e ela começou a resmungar de dor e apertou os nossos braços com força - Só mais um pouquinho
- Não pode parar, doutor? - escutei Sanches perguntando quando ela gritou de dor
- Ainda não - engoli a seco - Não pode parar até ela chegar até a beira da cama ou atingir o ponto de tolerância
- Ponto de tolerância? - perguntou confuso - Como vamos saber? - assim que ele terminou de falar conseguimos sentar a mesma que vomitou
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Nathália
FanfictionSabe quando você acha que tem o controle de tudo na sua vida mas algo acontece e você percebe que nada é como você imaginava? A vida de Nathália era perfeita ao lado do marido e filho até uma descoberta.