Capítulo 40

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- Nathália Narrando -

Novembro tá chovendo todos os dias praticamente e eu até que gostava, era bom pra ficar em casa embaixo das cobertas e como o Kauã estava de férias eu não precisava ficar saindo. Como ele tinha pedido eu acabei fazendo bolinho de chuva, quando eu estava terminando de passar o café a campainha tocou e ele gritou da sala que ia atender.

- Mãe, olha quem veio - escutei a voz dele animada depois de um tempo

- Licença - Cuíca falou entrando atrás dele na cozinha

- Oi, Cuíca - falei olhando pra ele e fechei a garrafa do café

- Você disse que eu podia vim - falou me olhando

- Sim, relaxa - falei lavando a mão - Vão lá na sala que eu já levo pra vocês

- Vamos que hoje eu ganho de você - Kauã puxou o mesmo

- Acho difícil - Cuíca falou rindo e eles foram pra sala. Terminei de ajeitar tudo na cozinha e logo peguei as coisas e levei pra sala, eles estavam jogando em meio a maior falação

- Você é muito sem graça, cara - Kauã falou bufando

- Ué, porque? - perguntou sem entender

- O jogo mal começou e você já fez dois gols - Kauã falou óbvio

- Ninguém mandou você dar mole - falou simples e eu coloquei as coisas na mesinha

- Eu vou fazer um - Kauã falou firme

- Vai, filho - falei rindo e ele ficou todo concentrado no jogo. Um tempo depois a partida tinha acabado e o Cuíca ganhou por 3x2

- Não ganhei - Kauã bufou mas pegou um bolinho de chuva

- Esses gols você deixou ele fazer? - perguntei olhando pro Cuíca

- Jamais - negou com a cabeça e pegou um bolinho - Foi sorte

- Talento - Kauã corrigiu fazendo a gente rir

Depois que acabamos de comer eu levei as coisas pra lavar e deixei eles jogando soltei uma risada da cozinha quando escutei o grito de gol do Kauã. Aproveitei que eu estava na cozinha e fui terminar de ajeitar algumas coisas.

- Nat - Cuíca começou a falar entrando na cozinha e eu quase deixei o copo que eu estava colocando no armário cair

- Meu deus - falei bufando - Sempre me assustando

- Desculpa por ser tão feio - falou rindo e terminei de guardar as coisas

- Não é feio - falei passando um pano na pia pra tirar a água

- Não? - perguntou e eu me dei conta do que tinha falado

- Não - falei simples - É sorrateiro - falei pra mudar de assunto

- E você assustada demais - retrucou

- Cadê o Kauã? - perguntei lavando as mãos e eu sequei a mesma

- Foi lá em cima, disse que ia tomar banho antes que você brigasse - contou

- Certo ele - falei rindo

- Posso te perguntar uma coisa? - perguntou e eu me encostei no armário

- Pode - confirmei com a cabeça e ele coçou a cabeça

- Você é solteira? - perguntou sem graça

- Livre, leve e solta - brinquei e ele sorriu de lado

- Entendi - falou me observando

- E você? Não arranjou ninguém pelo morro não? - perguntei olhando pra ele

- Sério não - falou me olhando

- Sexo sem compromisso? - perguntei e ele confirmou

- Ainda não tive essa vontade de um lance mais sério, então pra não sacanear a pessoa eu evito - falou e eu abri a geladeira

- O povo não tem responsabilidade afetiva - falei pegando a minha garrafinha e fechei a geladeira

- Como assim? - perguntou e eu bebi um pouco de água

- Se envolvem e fazem as coisas sem pensar se vai afetar o outro - falei tentando explicar

- As vezes a pessoa até fala que não quer nada sério - falou e eu assenti

- As pessoas se apegam - falei simples e fui até a pia pra deixar a garrafinha já que a mesma tinha esvaziado. Quando eu me virei tomei um susto, o Cuíca estava na minha frente, eu estava entre a pia e o corpo dele - Cuíca - falei me assustando

- Foi mal - falou rindo fraco - Você é linda, sabia?

- Sabia - falei e tenho certeza que eu fiquei avermelhada

- Ainda bem que sabe - falou me olhando com atenção e alisou meu rosto, levou a mão por dentro do meu cabelo até a minha nuca

- Eu acho me - eu nem consegui terminar de falar já que ele me juntou os nossos lábios, não demorou e iniciou um beijo que começou lento mas logo ganhou uma intensidade e sincronia muito gostosa. Puta que pariu! Ele beijava bem pra caralho - Cuíca - sussurrei em meio ao beijo

- Que? - perguntou mas não tirou a mão da minha nuca e muito menos da minha cintura

- Não tá certo - falei baixo - Nós estamos ficando amigos

- Tá ruim? - perguntou e eu abri os olhos

- Não - falei baixo

- Então - sussurrou deixando um beijo no meu pescoço - Só mais um pouquinho

- É, mais um pouquinho não tem mal - mal terminei de falar e ele voltou a me beijar

Nathália Onde histórias criam vida. Descubra agora