capitulo 8

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A cada canto da mansão lembrava de Yusuf e Seher, Yaman tomava seu café olhando em volta, Ziya cuidava das suas plantas . Seu peito ainda doía, mas o que realmente doía era a ausência.
- Yaman! – Nedin chamou atenção.
Yaman o encarou, balançou a cabeça, e levou a xícara aos lábios.
- O promotor quer conversa com você, antes de anular o processo contra Seher. - informou Nedin.
- As informações sobre promotor? – Yaman perguntou.
Nedin estendeu- lhe uma pasta , Yaman pegou a pasta e olhou o conteúdo.
- Antes de ir até ele… vou vê-la primeiro. – informou a Nedin – E o serviço social?
- Assim que Seher for solta é questão de 2 horas para buscar Yusuf. – Nedin desviou o olhar, olhando a sua volta. – Porém, você e Seher tem que buscá-lo juntos. – respirou fundo – Demonstrar que foi apenas um engano.
- Por mais ódio que ela esteja...- respirou fundo – Ela jamais prejudicará Yusuf.
 
Nihan estava irritada esperando o promotor. Ele entrou, observou bem Nihan e sorriu sarcasticamente.
- Estava preparando sua soltura. – informou o promotor – Mas quero uma informação sua .
- Qual?   - Questionou.
- Quero informações sobre sua colega de cela. – parou a sua frente e a encarou.
“ Esse metido está achando que vou entregar a Seher? Querido se enganou feio!”
- A única coisa que posso te dizer com certeza é que... – Nihan sorriu- Se for necessário, ela dá a vida pelo menino e pelo marido.
- Tem certeza?- indagou.
- Tem pais biológico que não fazem a metade do que eles fazem. – Nihan afirmou.
- Ótimo. – Promotor prosseguiu até a porta – Te aguardo amanhã as 10 horas no meu escritório.
Nihan apenas balançou  a cabeça confirmando. Assim que saiu da sala foi liberada. Anotou seu número de telefone em um papel e foi se despedir da sua nova amiga.
- Vim me despedir de você. – Nihan sorriu.
- Obrigada,Nihan. Por tudo que fez por mim. – Seher se aproximou das grades.
- Não vai se livrar de mim tão fácil assim! – deu uma gargalhada, estendeu o papel – Me liga! Quero ver se seguiu meu conselhos.
- Pode deixar que vou. – Seher pegou o papel.
- Apesar que... acho que em 2 dias você já perdoou. – Nihan falou divertida.
 
As duas se despediram, porém Seher se determinou a mudar.
 
Yaman aguardava ansioso para ver Seher. Mexia com suas mãos inquieto.
Seher entrou na sala e ficaram se olhando nos olhos.
“ Sei que está com raiva de mim. Por ter mentindo para você. Sua ausência dói mas que a bala que cravou no meu peito.”
Seher se sentou, encarando-o.
“ Graças a Deus você está bem.”
“ Não seja tão fria comigo. Fale!”
Yaman a olhava detalhadamente, Seher mexeu nos cabelos.
“ Cada vez que te olhar lembrarei, que por causa de uma mentira quase te perdi. Meu desespero, sofrimento não foram suficiente? Por que fez isso comigo?”
Yaman engoliu seco vendo os movimentos de Seher a sua frente. Sua vontade era abraçá-la.
“ Cada lágrima que você derramou por minha causa, me machucou.”
Ficaram os dois se encarando, olhando nos olhos. Até que Yaman resolveu quebrar o silêncio que já estava insuportável.
 
- Tenho uma reunião com promotor –  ele percebeu, Seher mudar a expressão - Vou dizer que foi um acidente. – respirou fundo – Confirme o que vou dizer...
- E se não confirma?- Seher o interrompeu.
- Perderemos a custódia de Yusuf. – Yaman estava inquieto e enfiou a mão no bolso- É isso que você quer?
- Não. – respondeu desviando olhar.
- Voltará para a mansão como se nada tivesse acontecido. – colocou a pasta sobre a mesa – Dê uma olhada. Que acha de entregar ao promotor ?
Seher pegou a pasta e começou olhar incrédula pelo o que estava vendo.
- Não vou ter direito de escolha? – Seher questionou.
- Da última vez que deixei você escolher, acabei com uma bala cravada no peito. - Após terminar de falar Yaman se arrependeu. 
- Vou voltar por causa de Yusuf. – Seher respondeu.
- Vou falar com promotor. – Yaman se levantou pegou a mão de Seher e colocou as alianças – Nedin virá buscá-la, assim que for liberada.
Yaman parou e ficou olhando-a de costas, percebeu Seher suspirando.
“ Conquistarei seu perdão. Não importa o tempo que demore"
 
Ali estava em uma situação bem complicada, porém precisava conversar com Firat e contar as últimas informações da investigação.
Mas uma vez se enganara com Yaman, os vídeos de segurança mostrava que no dia da morte de kevser, ele saíra  de manhã e só retornara a noite. E o depoimento do motorista.
Entrou em casa, respirou fundo e foi a procura de Firat, encontrou-o na cozinha organizando-a.
- Podemos conversar? – Ali perguntou.
- Sim. – Firat concordou.
Ambos saíram da cozinha e se sentaram na mesa. O Comissário entregou um envelope ao amigo.
- O promotor mandou você fazer uma reciclagem.  – Ali respirou fundo inquieto.
- O que foi Comissário? – Firat perguntou desconfiado.
- Firat. -Ali hesitou.
- E sobre Seher? – Firat perguntou preocupado – O que aconteceu?
- O promotor acredita que Yaman está encobrindo alguém. – falou sem rodeios.
- Como?- Firat indagou.
- Encontramos provas que Kirimli é  inocente. – Ali encarou o amigo – Os vídeos de segurança  foram recuperados.
- Então? – Questionou.
- Kirimli não estava em casa na hora da morte de Kevser. – Ali olhou em volta – Encontramos  o motorista. E temos uma suspeita. Porém, o motorista só entregará as provas á Kirimli.
- Qual a suspeita? – perguntou curioso.
- Que é alguém da família. Tem mas...
- Fale logo, comissário.  – Firat o interrompeu.
- Kevser teve um envolvimento com motorista. – Ali respirou fundo – Segundo ele após a morte de Yalçin. E tem provas que foi caluniado por alguém da família.
- Mas que tipo de calúnia? – Firat ansioso.
- Segundo motorista só entrega as provas á Kirimli. Quer limpar seu nome.- se encaram – O promotor está uma fera. E falou que encontrará o assassino.
- Mas por que Yaman mentiria? – Firat se questionou.
 
O Promotor aguardava Yaman, sentado em seu escritório com a cadeira virada, olhando para a vidraça de vidro que dava em direção a rua, pensativo. Quando ouviu passos vindo até seu escritório.
Sua secretária acompanhava Kirimli entrando na sala. Promotor Halit se levantou para receber o recém chegado, lhe indicando para se sentar. Os dois se olharam fixamente.
- Senhor Kirimli, quer beber alguma coisa – Halit perguntou educadamente. 
- Não, obrigado. – Yaman o analisava.
- Bom, senhor Kirimli, vamos direto ao assunto. – Halit ligou notebook  - A sua família me intriga, duas mortes, sua esposa te denúncia sem provas e logo após o senhor me aparece baleado e as provas apontam a sua esposa.
- Não passou de um mal entendido. – Yaman respondeu.
- Como? – Halit analisava Yaman para ver suas reações.
Tanto Yaman quanto o promotor  Halit analisavam as reações um do outro.
- Promotor, o senhor tem um histórico de casos difíceis, e excelência no seu trabalho – Yaman o encarou mudando seu olhar para sério. – Dependendo do seu desempenho para resolver esse caso será indicado para a desembargador..
- Andou me investigando, Kirimli. – constatou – Quem está encobrindo?
- Não passou de um mal entendido.- YAMAN respondeu.
- Por que acidente? – Questionou- Pelo que tudo indica sua esposa atirou no senhor. Segundo informações, o senhor não anda armado tem um bom tempo.
- Andou me investigando? – yaman ficou irritado.
- Assim como o senhor, tenho meus informantes. – Halit sorriu.
- Minha esposa, assim como Yusuf, dias antes tinha passado por um sequestro. SENHOR PROMOTOR, acha realmente que não estranharia o sumiço dos dois e iria desarmado? – Yaman questionou.
- E como aconteceu  o acidente? – Halit deu sua cartada. – E por que ela fugiu do local?
- Ela não fugiu, foi buscar ajuda e se perdeu. – Yaman já esperava pela pergunta – Levou consigo Yusuf para não me ver baleado. Não trazer traumas para ele.
Halit estava convencido que Yaman estava escondendo alguma coisa. Lembrou das palavras de Nihan horas antes. Liberaria  Seher da acusação, anulando o processo e daria ordem ao serviço social a devolução do menor Yusuf Kirimli, mas ficaria de olho em qualquer deslize.
- Kirimli, anularei o processo. – Halit o olhou seriamente. – Caso esteja mentindo revolgarei minha decisão  e irei diretamente ao Juiz pedir sua prisão por falso testemunho. – Halit respirou – Continuarei investigando o caso das mortes . – encarou-o - Tem mais...
- Sim. – Yaman perguntou.
- Encontramos o motorista. Ele só entregará as provas a você- Halit digitava algumas coisas – Quero as provas que ele vai te entregar. – parou de digitar e encarou Yaman – Caso não me entregue essas provas, vou te prender por obstruir a justiça.
Yaman balançou a cabeça, confirmando que compreendera e se levantou.
- Pode buscar a senhora Kirimli. – encarou Yaman – Estou de olho.
Yaman saiu do escritório do promotor  satisfeito e enviou mensagem pra Nedin buscar Seher.
 
No caminho até a mansão, Seher foi calada, apenas concordou com Nedin o que lhe falara sobre Yusuf. Ele retornaria dentro de 2 horas para casa.
Cenger abriu a porta assim que chegaram.
- Sejam bem-vindos.  – falou se afastando para Nedin e Seher entrar.
- Obrigada- Seher respondeu.
- Obrigado. Onde Yaman está? – Nedin perguntou.
- Yaman Bay acabou de chegar está na varanda com senhor Ziya. – informou Cenger.
- Vou falar com Yaman. – Nedin foi em direção a varanda.
Seher caminhou até as escadas, a cada passo lembrava de Yusuf, abriu a porta do quarto de Yusuf olhando suspirou e fechou a porta.
Foi hesitante até o quarto que dividia com Yaman. As lembranças dos últimos dias, cada palavra que disse veio a sua memória.
Entrou no quarto se deparando com Yaman com a camisa aberta, viu o curativo.
“ Por que mentiu para mim? Cada vez que olhar lembrarei e me sentirei culpada por quase te matar.”
 
Yaman levantou o olhar e olhou diretos nos olhos de Seher.
“ Não faça isso comigo! Seu silêncio me mata por dentro. Brigue comigo me questione.”
 
“ Como pode ver, meu sofrimento é não ter falado a verdade.”
 
“ Você não sabe o que passei. Vendo seu desespero! Mas precisei mentir para proteger Ziya, ele não suportaria.”
 
- Desculpa, volto depois. – Seher se virou para sair.
- Espere .  – Yaman se levantou e a segurou – Podemos conversar? – Yaman encarava os lábios se Seher.
 
- Conversar o quê? – Seher questionou- Mas uma vez mentiu para mim. – puxou o braço.
Yaman a seguiu, segurando-a pelo braço.
- Fique. – Yaman pediu.
- Não vejo o menor arrependimento- Seher puxou o braço e encarou Yaman – Pensei que tinha mudado!
Seher saiu fechando a porta do escritório, deixando Yaman parado olhando, seria uma longo caminho.
 

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