capitulo 11

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O promotor iniciara seu dia mal-humorado. Nihan estranhou quando chegou e não teve nenhum comentário sobre suas roupas.
 
- Devo estar decente hoje. – Nihan quebrou silêncio.
 
Halit levantou seus olhos do documento que analisava, a encarou e não deu uma única palavra e voltou a analisar o documento.
Nihan sorrindo se levantou e foi em sua direção, tirou-lhe os documentos. Irritado se levantou, tentando sair mas Nihan bloqueou o caminho.
- Qual problema, promotor?- perguntou.
 
“Meu problema é você senhorita!”
Se encaram fixamente sem tirar os olhos um do outro.
“ O senhor convencido está irritadinho hoje.”
- Nihan, onde está as provas que motorista entregou a Kirimli. – perguntou sério.
- kirimli não entregou ainda. – falou encarando-o.
 
- Vou buscar pessoalmente. – esbravejou pegando seu paletó que estava pendurado nas costas da cadeira saiu da sala.
 
“ O que deu no promotor hoje? Que bicho mordeu esse homem?”
 
 
Yaman contra a vontade foi até a empresa por causa de uma reunião importante. Mas o medo o perseguia, de Ziya falar alguma coisa a Seher.
Mas a frieza de Seher o feria também.  Seu peito queimava, não pelo tiro que tomara, mais por dentro queimava a cada recuada, a cada manhã que não ouvia sua voz, o sorriso que deixara de ver, a cada vez que acordava e ela não estava ali do seu lado.
Sempre Seher arrumava uma desculpa e não dormia ao seu lado. Preferia que gritasse, brigasse, mas essa frieza e a distância o atormentava a cada segundo.
 
Mal-humorado o promotor chegou na mansão. Cenger abriu a porta para o recém chegado.
- Seja bem vindo. – cumprimentou Cenger.
- Quero falar com Kirimli.- O promotor falou irritado – Avise a Kirimli que se não me entregar as provas, vai preso. Por obstrução da justiça.- ameaçou.
- Senhor. O senhor Yaman não está. – informou Cenger.
 
Seher estava passando em direção às escadas e ouviu a conversa. Se voltou indo em direção ao promotor.
 
- Senhor promotor.  – Seher se dirigiu a Halit.
- Senhora Kirimli.  – cumprimentou – Estou á procura do seu marido.
 
- Entre promotor. Quer um café?- ofereceu – Enquanto aguarda Yaman  chegar.
 
O promotor concordou e ela o conduziu até a sala.
- O senhor aguarde só um instante. – pediu fez sinal para Cenger a seguir
 
Entraram juntos na cozinha.
- Cenger?Por favor, ligue para ele e avise o que está acontecendo. – Seher pediu. - Neslihan. – chamou atenção de Neslihan em seguida. – Você poderia, por favor, dar uma olhada em Yusuf para mim. – pediu.
 
Neslihan saiu indo ver o pequeno. Seher se apressou em fazer o café. Cenger tentava ligar, após algumas tentativas enviou uma mensagem.
Cenger levava a bandeja com os cafés, sendo seguido por Seher, ele serviu o café e se afastou. Seu celular tocou, era uma mensagem de Yaman.
 
“ O que significa isso, Cenger? O que promotor está fazendo aí?”
 
“ Senhor, ele chegou ameaçando lhe prender se não entregar os documentos. A senhora Seher pediu para lhe avisar. Serviu um café ao promotor. Ele está aguardando. "
 
“ O que? Já estou chegando."
 
Yaman irritado, socou o volante do carro. O que mas desejava nos últimos dias era Seher tomar um café consigo. Agora nesse momento Seher estava tomando café com promotor.
- Quem aquele promotor acha que é?- perguntou para si mesmo- É  minha casa,  a minha esposa! – socou mas uma vez o volante irritado.
Desceu do carro apressado abrindo a porta e indo em direção a sala. O que viu diante dos seus olhos não lhe agradou . Cerrou seus punhos de ódio.
Seher estava sentada com Yusuf no seu colo conversando com promotor. Sorrindo. O sorriso que ele tanto desejava ver.
- Boa tarde, promotor.  – cumprimentou chamando atenção de todos.
Ao perceber as feição de Yaman, Seher se levantou.
- Senhor promotor...Se me der licença, tenho umas coisas a fazer. – Seher falou.
- Muito obrigado pelo café- agradeceu sorrindo.
Seher saiu levando consigo, Yusuf. Era visível que Yaman estava irritado.
- Cenger.- o chamou.
 
- Sim, senhor. – Cenger se prontificou.
 
- Pegue a pasta vermelha em cima da minha mesa, por favor. – Yaman pediu.
 
- Kirimli. Ainda quero entender quem está escondendo. – falou o promotor.
 
- Senhor promotor. – se encaram – Apenas faça o seu trabalho.
 
-Farei assim que tiver as provas em minhas mãos. – respondeu – Está obstruindo meu trabalho.
 
Cenger voltou entregando a pasta ao promotor.
- Com sua licença, Kirimli, vou voltar ao meu trabalho. – falou se dirigindo a porta.
 
Yaman começou a caminhar de um lado para o outro, de punhos cerrados e ofegante tentando se conter. Mas o ciúmes e o ódio alimentavam ainda mais a sua raiva.
Caminhou até o escritório, ao entrar percebeu que Seher estava no quarto. Entrou e trancou a porta enfiando a chave no seu bolso.
 
Firat estava decidido a investigar o que ouvira sobre Kirimli. Se preparou para pedir permissão ao diretor do presídio.
O diretor Mahmut, um homem de baixa estatura e de cabelos grisalhos, seu óculos de grau lhe ajudava suas vistas cansadas.
- Diretor, quero lhe pedir uma coisa. – falou Firat.
- Diga, meu filho. – o diretor indicava para Firat se sentar.
- Quero fazer uma investigação aqui no presídio. – Firat falou.
 
- Filho, sabes bem que é melhor evitar contato com as detentas. – falou serenamente.
 
- Diretor. – Firat hesitou –  Sei sim – respirou fundo e teve uma ideia. – E uma policial infiltrada? – perguntou.
 
- Firat. Já temos uma. – o diretor o encarou - Diga-me o que quer que passo para ela.
 
- Quero descobrir o que Melahat tem contra Zuhal, é uma informação sobre Kirimli. – falou.
 
- Tivemos alguns problemas com a Zuhal. – o diretor não explicou – Passarei para nossa informante. – o encarou sério -Por segurança não deve saber que é.
 
 
Seher arrumava as roupas no closet. Apesar da raiva que estava de Yaman nos últimos tempos, permanecia mantendo as  aparências pelo bem de Yusuf. Ouviu a porta ser fechada, mas continuou  o que estava fazendo.
Yaman a puxou, virando-a de frente, se olharam olhos nos olhos.
- O que pensou que estava fazendo?- perguntou.
 
- Apenas evitando que fosse preso. – Seher respondeu.
 
- Você é minha esposa. Não precisa disso. - falou cercando os dentes.
 
- Você sabe muito bem que não sou.- Seher puxou o braço – Me dê a chave. – estendeu a mão pedindo.
 
- Não é minha esposa?- perguntou encarando-a.
 
Sem esperar uma resposta, Yaman retirou o paletó jogando-o longe. Caminhou em sua direção, com delicadeza tocou no seu rosto levantando seu queixo. Seher tentava sair inutilmente. A mão livre, Yaman mantinha em sua costas.
Se olhavam dentro dos olhos um do outro. Veio a Yaman, a lembrança de Seher saindo do café jogando os cabelos e umedecendo os lábios.
Sem pensar no que estava fazendo a beijou. No início Seher tentou resistir caminhando devagar para trás, batendo com a perna na cama, Seher caiu com Yaman por cima. Não interrompendo o beijo, que ficou mas intenso.
A resistência de Seher foi diminuindo, suas mãos foram para o cabelo de Yaman.
Ofegante, Yaman parou o beijo, olhou fixamente nos olhos de Seher.
- Não . – sua voz saiu roca – Não te quero pela metade.
As bochechas de Seher estavam coradas, com os lábios vermelhos, e seu coração acelerado .
- Te quero por completo. – sussurrou Yaman, passando as mãos nos cabelos e nos lábios de Seher.
 
Juntando todas as suas forças, se levantou e foi para o banheiro. Se olhou no espelho ainda ofegante e tentando controlar seu corpo. Abriu a torneira molhando seus cabelos e rosto.
 
“ O que você está fazendo? Se comporte Yaman! Se esperou até agora vai esperar o tempo que for necessário.”
 
Seher sentou na cama ofegante com o coração acelerado, sentia suas bochechas queimando. Passou as mãos nos lábios dormentes pelo beijo.
“ Não te quero pela metade. Te quero por completo.”
O celular de Seher começou a tocar.

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