capitulo 14

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No caminho até o hospital, Seher chorou sem parar . Deixando Yaman preocupado, parou o carro em frente ao hospital, e sem falar nada a encarou. Suavemente, passou a mão no rosto de sua esposa, secando suas lágrimas.
- Vamos. – Yaman quebrou silêncio.
Apesar dos problemas dos últimos tempos, nesse momento tudo teria que ser esquecido por Seher e aceitar o apoio de Yaman. Adentraram o hospital juntos para ter notícias de Firat.
Nesse momento, a ambulância chegou com Firat e os paramédicos  entraram às pressas. Ao perceber que era Firat, correu até o lado da marca.
- Firat!– chamou-o.
Firat lutava para abrir os olhos ao ouvi-la.
- Seher. – falou abrindo os olhos.
- Não se esforce. – pediu ela.
Firat perdeu as forças, desmaiando novamente, sua mão se abriu deixando cair o pen drive. Seher ficou parada, vendo entrarem na sala de emergência, ao ser barrada pela enfermeira.
Chorosa, abaixou a cabeça ao percebeu o pen drive que Firat deixara cair no chão e pegou-o guardando em sua bolsa.
Yaman se aproximou tocando em seu ombro, em meio ao desespero de perder seu irmão, Seher o abraçou. Com abraço repentino, ele inicialmente ficou sem reação ao abraço que tanto desejara nos últimos dias. Fechou os braços em volta da sua amada.
 
Nihan entrou no café falando com sua mãe ao telefone, distraidamente, e acabou esbarrando em Nedin.
- Desculpa. – pediu Nihan, guardando celular.
- Tudo bem. – Nedin a olhou – Você é amiga da senhora Seher, não?
- Sim. – sorriu ela. 
- Vamos tomar um café? – Nedin a convidou
-Por que não?!. –  sorriu, encarando-o.
Se sentaram em uma mesa para tomar o café e conversar. Nihan chamou a atenção de Nedin por sempre estar sorrindo.
- O que gosta de fazer? – perguntou ele.
- Sinceramente... –  Nihan sorriu.
Nesse momento o celular de Nedin tocou, que atendeu prontamente, deixando Nihan falando sozinha.
- Sim, Yaman. – a encarou sem jeito – Sim, pode deixar. - desligou telefone – Só um minuto.- pediu à Nihan.
Nedin se afastou fazendo algumas ligações, Nihan observava atentamente. Nedin retornou a mesa.
- Aonde paramos? – perguntou ele.
- No que gosto de fazer… - respondeu Nihan sorridente - Velejar, é uma delas..
- Que surpreendente. – Nedin olhou celular e atendeu – Yaman?
 
“ Assim não dá! Esse homem não pára de trabalhar um minuto. É pior que o promotor.”
 
-Está bem. – se voltou para Nihan – E pescar? – perguntou.
Antes que Nihan pudesse responder, o celular tocou novamente.
“ Bem que Nedin podia desligar esse celular.” pensou, mais sorriu, encarando-o.
“ Que mulher suportaria isso? Bem que promotor podia me fazer favor de interromper...”
 
O celular de Nihan começou a tocar, pegou na bolsa e olhou. A secretária lhe enviara uma mensagem que o promotor havia saído misteriosamente, novamente. Ela se levantou, Nedin a olhou, tinha encerrado a ligação.
- Senhor Nedin... – sorriu – Infelizmente, o trabalho me chama. Espero ter oportunidade de tomarmos café outro dia.  – se despediu e saiu.
“ E hoje que descubro seu segredinho, senhor promotor.”
 
Seher caminhava de um lado para o outro preocupada. Esperando por notícias de Firat. Yaman se aproximou, pegando-a pelo braço e colocando-a sentada.
- Se acalme.- pediu.
- Está me doendo. - falou- Já perdi minha irmã, meu pai, e agora Firat. – chorou – Firat sempre me protegeu, cuidou de mim.
Yaman a ouvia atentamente , estava lembrando da dor que sentiu quando perdera Yalçin. E o medo que sentia se descobrissem que Ziya matara Kevser, de seu irmão ir para a prisão. Pois sabia que Ziya não suportaria nada daquilo.
Sem pensar, colocou Seher encostada em seu peito abraçando-a.
Ali chegou ao hospital, procurando por notícia de Firat. Quando se aproximava de Seher e Yaman, o médico se aproximou para dar notícias.
- A família do paciente Firat. – chamou.
Todos os presentes se aproximaram para ouvir. Yaman segurou a mão de Seher para lhe dar forças.
- Acabamos de realizar a cirurgia no braço do paciente. – Médico Hesitou – Mas, infelizmente, ele bateu com a cabeça e não sabemos os danos cerebrais. Também perdeu bastante sangue. Está em coma. As próximas 24 horas serão decisivas para a vida do paciente.
- Por que? – Questionou Ali.
- Não sabemos ainda os danos causados pelo acidente. – respirou fundo, o médico. – Precisamos de um familiar responsável.
- Seher . – falou Ali.
- Qual grau de parentesco? – perguntou o médico.
- Irmã. – respondeu ela.- Irmã de leite.
- Infelizmente, não pode ser  - respondeu médico- Não tem mas ninguém? – insistiu- Temos que estar preparados.
- A mãe dele. Foi para Antep. – respondeu Ali.
Seher estava chorando desesperada.
- Então, avisem-na. – pediu o médico. – Dependendo dos danos cerebrais teremos que fazer novas cirurgias e precisamos de autorização do familiar.
O médico os deixou e prosseguiu para realizar seu trabalho.
- Seher, temos que avisar tia Nadire. – falou Ali.
- Não posso dar uma notícia dessas por telefone. – Seher chorosa, respondeu.
- Vou ficar aqui no hospital. – falou Ali. – Vá descansar. Qualquer coisa te aviso. – encarou Seher e Yaman . – Kirimli, a leve para casa. – pediu.
 
A mente de Seher fervilhava, precisava avisar mãe Nadire. Porém não poderia dar uma notícia dessa por telefone. Iria até Antep falar com mãe Nadire.
O caminho de volta foi em silêncio, Seher acabou adormecendo no carro. Yaman a pegou no colo, levando-a para dentro. Com cuidado, a levou para cima, e depositou-a na cama com cuidado. Saiu do quarto para ver Yusuf.
 
Halit saiu do escritório  com pressa após receber a ligação. Nem prestou atenção que no caminho começou a ser seguido. Até receber uma mensagem, informando-o que estava sendo seguido.
Irritado após ver a mensagem, mudou a direção de onde estava indo. Já imaginava que Nihan não ia desistir, mas desviaria sua atenção. Entrou em uma rua, que andando 5 minutos dava no condomínio que os pais diplomatas de Nihan moravam.
Dirigiu calmamente apesar de estar preocupado, parou o carro em frente do portão, desceu e encostou-se na porta, esperando por Nihan. Aguardou-a, ao percebendo que ela tinha encostado o carro um pouco atrás, tentando não ser vista.
Halit sorrindo, tocou a companhia, esperando resposta pelo interfone. Quando Nihan chegou, batendo em sua mão.
- O que pensa que está fazendo?- perguntou ela.
- Apenas vim conversar com senhor Turkoly. – gargalhou Halit.
- Você ficou louco?- Nihan passou as mãos nos cabelos.
O portão se abriu, da casa saiu um senhor de terno preto bem ajustado. Halit olhou-o sem entender. O senhor encarou Nihan, sorrindo.
- O que esse rapaz está fazendo?- perguntou a Nihan.
- Papai, o senhor promotor é louco. - - Nihan abraçou o pai.
- Senhor Turkoly. – Halit o cumprimentou- Apenas vim acompanhá-la. As ruas são perigosas essa hora da noite. – Halit piscou para Nihan.
- Vamos entrar, rapaz .- convidou-o e  se afastou, dando passagem aos dois.
- Senhor, infelizmente, não posso. – Halit encarou Nihan – Preciso resolver um problema. Mas outro dia, virei com prazer.
- Pai, vou buscar e guardar meu carro. – falou Nihan.
- Nada de deixar seu carro na rua. – repreendeu a filha com carinho. – Lhe aguardo lá dentro. Vou avisar sua mãe.
 
Ambos esperara, o homem se afastar. Nihan lançou um olhar furioso para o promotor.
- O que pensa que está fazendo?- esbravejou.
- Pare de me seguir, aprenda a ser mais esperta. – Halit falou rindo.
- Não envolva meus pais, nos seus joguinhos . – resmungou ela. 
Halit se virou, piscou o olho e saiu andando, entrou no carro e partiu. Nihan se aproximou do seu carro e bateu no capô, irritada. Seu tão amado Mercedes vermelho, que seu pai lhe presenteara.
 
Yaman tentava trabalhar sentado no sofá do escritório , Yusuf entrou sem bater, correndo e parando à sua frente.
- Tio. – falou tentando respirar.- Me deixa ir com a minha tia? – pediu.
- Se acalme e respire, pasha. – pegou menino e sentando-o no seu colo. – Ir aonde? – perguntou.
- Minha tia, me disse que vai a Antep. Avisar a vovó Nadire. – falou olhando o tio. – Que tio Firat está doente.
- O que mais ela te disse, pasha? – indagou.
- Que vai amanhã cedo, a Antep. – abraçou o tio. – Deixa eu ir com a minha tia? – se encaram.
- Pasha, sua tia não vai sozinha. – Yaman respondeu. – Iremos com ela. – afagou os cabelos do menino. – Vá para seu quarto.  E, me espere lá,  que após falar com sua tia, vou ler para você.
Yusuf se levantou obedecendo, junto com o menino Yaman saiu do escritório à procura de Seher.
Indo à sua procura, a avistou vindo pelo corredor e a encarou. Sem falar nada, Seher continuou andando.
- Espere.  – Yaman pediu.
Seher continuou andando, com Yaman indo atrás, quando a alcançou, pegou no seu braço e a empurrou contra a parede. Encostou sua testa na dela, um olhando dentro dos olhos do outro.
- Você não vai para Antep..- Yaman começou a falar, mas Seher o interrompeu.
- Me deixa em paz. -o empurrou tentando sair.
Yaman a puxou e colocou contra a parede novamente.
- Você não vai para Antep sozinha. – esbravejou – Vou te levar! E Yusuf irá também .
Quanto mais Seher tentava sair, mais Yaman a prensava contra a parede. Vendo o tamanho da sua loucura, soltou-a, Seher mal deu dois passos e foi puxada novamente. Colidindo seus lábios no de yaman.

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