capitulo 25

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Seher chorou o tempo todo no caminho de volta para a mansão. Nedin estava sem jeito, pois não sabia o que fazer. Seher secou e secou as lágrimas, tentando se recompor, não queria que Yusuf a visse assim.
Cenger a informou que Yusuf estava dormindo. Entrou no escritório e ficou olhando triste, em cada cantinho tinha a presença de Yaman. Encostou a cabeça na porta do quarto e ficou por alguns segundos assim.
Abriu a porta, entrou e ficou parada olhando em volta cada lembrança, boas ou ruins haviam sido ali. Caminhou indo em direção ao banheiro, parou em frente ao closet e ficou olhando as roupas do marido.
Pegou algumas roupas e arremessou longe, tentando aliviar a sua dor. Apesar do ódio que sentia, por suas atitudes…O homem a quem amava estava morrendo.
- Por quê? Por que está fazendo isso comigo? – perguntou com um soluço.
Levou uma das camisas ao rosto, cheirando-a. Sentiu o cheiro de seu marido, faltou-lhe o ar, seu peito queimava de tanta dor. Em um acesso de raiva começou a rasgar a camisa de Yaman, tentando aplacar a dor que estava sentindo. Eram tantas emoções misturadas e em conflito dentro dela. Caiu de joelhos, exausta.
- Você não pode nos deixar. – soluçou entre as lágrimas  - Deus o salve! Precisamos tanto dele. – pediu a Deus. – Amém- passou a mão no rosto.
Ali permaneceu por alguns minutos de joelhos, chorando. Reuniu suas forças e se levantou, sentando no sofá. Chorou até adormecer.
 
Nihan deu graças a Deus quando teve que ir à delegacia levar alguns documentos para poder serem cumpridos os mandados e as investigações complementares.
Já não estava suportando mais, ver Lalin se jogando em cima do promotor.
“ Como uma mulher inteligente se presta a esse papel? “ essa pergunta martelava em sua mente.
Foi visitar Seher, após saber que Yaman havia sofrido um acidente. Seher desabafou com Nihan, e chorou muito.
 
“ O Promotor deveria mandar a Barbie levar Leyla à fisioterapia.” pensou rindo, mais tarde, depois de passar um tempo com Seher, acalmando-a.
Nihan dirigiu tranquilamente para casa. Até estranhou, conseguira chegar em casa antes das 8 da noite.
“ Leyla não suportaria a Barbie.”
“ Como me arrependo do que falei para Seher! Não devia ter falado bem que te avisei! Que se não sofresse, nunca mudaria. Espero que ela não tome nenhuma atitude precipitada. Eu e minha boca." Pensou  arrependida, ao voltar a se lembrar da amiga.
Parou o carro na frente de casa, desceu entrou em casa e se jogou no sofá.
-  Olha quem temos o prazer de ver em casa, a essa hora. -  brincou Alif – Isso porque sempre me disse, que queria liberdade.
- Para ver como pagamos a nossa língua. – suspirou triste – Você, o viciado em trabalho, curtindo suas férias.
- E você que gosta de curtir a vida trabalhando. – Alif brincou – Vamos sair, irmãzinha. – beijou a testa de Nihan.- Quero ir dançar e relaxar. Vamos. – convidou.
- Vou tomar banho e já volto. – se levantou – estou precisando relaxar.
 
Na mente de Ali martelava, após Aisha ir embora, se realmente tinha sido injusto com a moça.
Assim que a moça juntamente com Nadire foram embora, tia Sultana chamou atenção de Ali. Que havia sido muito duro com a moça.
- Será que realmente fui ignorante com a Aisha?- perguntou para si.
Olhava para o teto do seu quarto pensativo. Sentia muita falta de Kiraz, suspirou triste .
 
Seher tentava não demonstrar sua preocupação para Ziya nem Yusuf. Nesse momento, até Yaman acordar, era responsável em cuidar dos dois. Ziya, apesar dos maus bocados que passou após a morte de Ikbal, tendo alucinações por causa da medicação trocada… estava surpreendendo...
Agora, depois de alguns meses com tratamento certo, estava muito bem. Quase não precisava da enfermeira. Sempre Ziya, estava ocupado cuidando das suas plantas e do jardim, em certos momentos brincando com Yusuf.
Seher estava com a mente fervilhando por causa dos últimos acontecimentos, tentava ser forte, mas sua vontade era só chorar. Pensava o tempo todo em Yaman no leito de hospital.
Após a visita de Nihan, sua mente martelava a cada momento, o que a amiga lhe falara.
“ Seher, eu te avisei! Que se você não fosse dura com ele, não conversassem, Yaman nunca mudaria. Vai ficar nessa situação até quando? “
Olhou Yusuf que acabara de adormecer, beijou a testa do menino e saiu do quarto.
Pegou o celular, ligando para mãe Nadire para saber como havia sido a viagem de volta.
- Alô, mãe Nadire. – o coração de Seher estava acelerado. – Como foi a viagem?
- Foi tranquila, minha filha. – a voz da senhora era serena. – Aconteceu alguma coisa, minha filha? – se preocupou, ao perceber a ansiedade na voz dela.
- Está tudo bem. – entrou no quarto que dividia com seu marido. – Apenas quero lhe pedir um favor.
 
Nihan demorou mais de uma hora para se arrumar. Ao chegar na frente do irmão, ele ficou boquiaberto. A moça vestia uma saia preta pouco acima dos joelhos, uma blusa vermelha de seda que realçava seu corpo, os cabelos negros soltos e bem aliados.  A maquiagem impecável, brincos, colar e pulseira combinando e uma bota de salto alto.
- Pode ir trocar de roupa. – Alif falou sério.
- Você quer que vá vestida como? – esbravejou colocando a mão  na cintura – Igual a mamãe? Com rajig na cabeça? Vestido até os pés?
- Deixa a mamãe escutar – Alif gargalhou - Vamos- abraçou a irmã e saíram juntos.
 
 
Halit não aguentava mais Lalin se oferecendo, estava irritado com a situação. Mas Nihan ainda pagaria pelo que fizera, olhou para curativo em sua barriga.
- Ela me paga se ficar marca. – falou sozinho.
Desanimado, seguiu para a boate onde encontraria Lalin, seria a pior noite da sua vida teria que aguentar a moça se oferecendo.
Mal chegou à boate e se arrependeu, ao ver a forma que a moça estava vestida.
“ Em Nihan, essas roupas caem bem! Em Lalin, estão estranhas." pensou para si.
Para a surpresa de Halit, tão logo entrou e lá estava Nihan, sentada com um rapaz. Cerrou os pulsos de raiva ao vê-la sorrindo para o rapaz. Caminhou apressado, deixando Lalin para trás. Se sentou próximo, observando os dois.
 
 - Então, irmãzinha vai beber o quê? – perguntou Alif.
- Apenas suco de laranja. – sorriu – Não quero estar de ressaca amanhã.
 
Alif se levantou indo buscar as bebidas. Como Lalin havia ido ao banheiro, foi nesse momento que o promotor aproveitou e caminhou até Nihan.
 
- O que está fazendo aqui com esse cara? – perguntou entre os dentes.
- Não é da sua conta! – respondeu irritada – Você não é meu dono. Vai cuidar da Lalin. – falou o nome da moça com desdém.
Alif se aproximou da mesa e ficou encarando os dois.
- Não vai me apresentar seu amigo, Nihan? – perguntou à irmã.
- Ele apenas veio falar olá.  – lançou um olhar a Halit para que saísse dali – E já está indo,não é, promotor?!
 
Contra a vontade de levantou saindo, sem esperar Alif se apresentar, a raiva e o ódio era maior que a paciência de Halit.
 
Seher voltou ao hospital, junto com Cenger, esperando por notícias de Yaman. Caminhava de um lado para o outro, na tentativa de se acalmar.
A enfermeira se aproximou.
- Senhora, seu marido acordou. – deu a boa notícia.
- Como ele está? – perguntou – Graças a Deus.
- Está bem. Apenas reclamando da perna fraturada. – falou a moça a observando – Me acompanhe para vê-lo.
Seher acompanhou a moça até o quarto que Yaman tinha sido transferido. Entrou e ficaram os dois em silêncio, se olhando por algum tempo.
- Como você está?- perguntou fria.
- Bem. – seu semblante era preocupado – Eu... eu...
- Descanse. – o cortou – Irmão Ziya e Yusuf estão bem. Logo você estará em casa. – permaneceu fria e distante.
Seher se sentou ficando ao lado de Yaman que percebeu a frieza da sua esposa. Era perceptível que estava zangada.
 
 
Mal Alif sentou, Nihan pegou seu copo e jogou o conteúdo misturando ao seu suco. Virou de uma vez só.
- Enlouqueceu Nihan? – perguntou preocupado. – Você disse que não ia beber? Você acabou de beber Everclean, de um gole só.
- Mudei de ideia, a minha noite azedou. – olhou para a pista de dança.
Puxou o irmão para a pista de dança, a bebida misturada ao suco de laranja, logo subiu a mente de Nihan. Começou a dançar com sensualidade em frente a Alif, que ficou observando sem saber o que fazer.
Halit observava cada movimento de Nihan. Não dava nem atenção ao que Lalin falava. Ficou de pé com o copo de bebida na mão, pensou um pouco e convidou Lalin para dançar e para provocar Nihan.
Cada movimento que fazia era para provocar a moça. Quando acabou a música Halit foi pegar outra bebida, Nihan foi atrás, tirou copo da sua mão e bebeu.
- Promotor, por que está fazendo isso?- sua voz embargada por causa da bebida.
- Não estou fazendo nada.  – sussurrou no ouvido da moça, e afastou indo até Lalin.
Alif observava uma moça ruiva que acabara de chegar.
Nihan, que já tinha passado do seu limite para bebida, lhe tirando seu autocontrole e mexendo com suas emoções. Irritada olhava para Lalin, resmungando sem parar.
 Sorridente, Halit planejava em sua mente como iria fazer para tirar Nihan dali.
“ Com aquele babaca, ela não vai embora". Decidiu, encarou-a.
 
Seher acabou adormecendo com a cabeça próxima ao braço de Yaman, que a observava dormir. Por mais que tentasse se controlar, não conseguia. Na sua mente só vinha berinjela assada, ao ponto de estar salivando. Irritou-se consigo mesmo. Nunca havia acontecido isso antes. Tinha problemas maiores do que comida.
Com a mão, acariciou os cabelos da esposa.
“ Sem você e Yusuf, não posso  viver. Se você for embora será a minha morte!” pensou olhando-a.
Seher despertou e olhou nos olhos, ao perceber a  mão dele seus cabelos, se levantou rápido.
- Está precisando de alguma coisa?- perguntou. – Está com dor?
- Um pouco, nada demais. – tentou se mover – Apenas estou com vontade de comer berinjela assada feita por você. – a encarou, mas a frieza no olhar e as palavras de Seher o incomodavam.
- Quando você receber alta, pedirei à irmã Adalet para preparar.  – disse sem pensar.
- Quero feita por suas mãos. – a encarou com semblante triste.
 
Halit aproveitou, que Lalin foi ao banheiro novamente, e que Alif se afastará, para tirar Nihan da boate. Se aproximou, puxando-a pela cintura.
- Venha comigo – sussurrou no seu ouvido.
Se preocupou, pois já tinha bebido demais. A puxou pela mão e a encostou em uma parede em um canto escuro. Beijando-a em seguida, após alguns segundos parou beijo, ambos ofegantes, Nihan sorriu meio debochada. Agarrou-a pela cintura e tirando-a dali, não queria nenhum homem a tocando.
Lalin voltou do banheiro e começou a procurar o promotor e não o encontrou. Alif já havia percebido que sua irmã havia sumido e estava a sua procura. Foi então que esbarrou em Lalin.
- Desculpa. – olhando a moça- Estou a procura de Nihan. Você é a moça que está com tal promotor, não?
- Sim.   – sorriu – Mas o promotor também sumiu. - acrescentou.
- Alif – estendeu a mão se apresentando.
- Lalin. – aceitou o cumprimento.
 
 
 “ Sei que fiz errado! Mas queria proteger meu irmão.” pensou Yaman.
 
“ Por que fez isso comigo? Estou tão cansada. Não aguento mais! Mas só de pensar em te perder, enlouqueço. “ Seher suspirou.
 
O médico entrou no quarto, quebrando a conexão do olhar dos dois.
- Senhor Yaman, lhe darei alta amanhã cedo. – se virou para Seher – Mas ele terá que seguir tratamento à risca. Evitar o máximo de andar.
- Pode deixar doutor. – Seher respondeu.
 
Halit entrou em silêncio com Nihan em casa para ninguém ouvi-los. Apesar que Leyla tomava seus medicamentos a noite e dormia como uma pedra, nada a acordava.
Depositou Nihan carinhosamente em sua cama, ia se afastar porém ela o puxou para cima de si. Fazendo a saia da moça subir. Halit fechou os olhos, o contato fez seu corpo reagir todo.
- Melhor pararmos. – respirou fundo, tentando se controlar – Se não parar agora, não vou conseguir mais.
Jogou seu corpo ao lado, levou os braços até o rosto fechando os olhos, tentando controlar a respiração. Nihan, rolou para cima de Halit empurrando os braços para poder beijá-lo, ele perdeu o controle. Suas mãos começaram a passear pelo corpo desejado.
Puxou a saia retirando-a, a blusa … a própria Nihan retirou. Parou observando a moça de lingerie vermelha, a beijou até o corpo colado ao seu parar de reagir.
Se afastou, olhando-a, Nihan havia desmaiado em seus braços, de tanto que havia bebido. Halit deu um suspiro frustrado.
"Logo agora?!"- gemeu, sentindo o corpo todo pulsando de desejo, pela mulher adormecida.
Tentando se controlar, rolou-a com cuidado e ajeitou-a sob os lençóis. Deu-lhe um casto beijo na testa, e foi para o chuveiro. Um banho frio teria que resolver mais uma vez seu problema.

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