capitulo 36

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Nota. Meninas obrigada pelos votos e comentários.

 
Aslan aguardava a chegada do desembargador, com certo nervosismo e receio. Se tratava de uma questão muito delicada, que precisava ser resolvida o mais rápido possível.
Admirava a sua volta o escritório muito bem organizado em algumas prateleiras grandes, os grossos livros penais. Com variedade de temas no mundo jurídico. Aslan suspirou pensativo. O desembargador entrou lhe cumprimentando.
- Aslan, me perdoe a demora. – se desculpou se sentando atrás de sua mesa. – O que posso lhe ajudar? – perguntou.
- Desembargador, preciso de um favor. - estendeu-lhe a pasta que rapidamente o outro pegou – Dê uma olhada nesses documentos por favor. – pediu.
O desembargador olhou atentamente os documentos, chegando a compreensão.
- O que quer que faça, meu amigo? – indagou – Esses documentos podem destruir a carreira dele, se não forem bem direcionados.
- Pelo meu conhecimento legal. – Aslan fez uma pausa escolhendo as palavras. – Para ter validade legal e não se tornar um escândalo e ser considerado fraude, só com sua assinatura.  – disse, analisando a reação do homem à sua frente.
- Tem certeza? – perguntou.
- Sim. – Aslan suspirou – Será a melhor solução do que se tornar 1 escândalo.
- Aslan, seu conhecimento legal pelo visto só se aprimorou. – sorriu encarando-o – Nihan tem um grande talento na área jurídica. Porém, não exerce a profissão. Me surpreendi sobre o caso Kirimli. Ela seria uma grande promotora.
- Infelizmente não quer essa área. – Aslan se entristeceu porém, o que mais desejava era a felicidade da filha.
- Logo o promotor Halit será indicado à juiz do Distrito de Akent. E, em poucos anos, será desembargador. – informou o desembargador. – Assim como você, ele é muito talentoso. Pena que você desistiu.
 
 
 
Yaman respeitou o espaço e tempo de Seher, não a pressionou em momento nenhum. Tendo cometido vários erros, estava decidido a mudar. A felicidade em ter sua família consigo, aumentava a cada instante e não queria mais voltar ao seu momento de desespero.
Tentou dormir no sofá sem sucesso, grande parte da noite ficou olhando Seher dormindo, alternando e observando o sono de Yusuf.
- Bom dia. – Seher o cumprimentou envergonhada ao entrar no banheiro e vê-lo sem camisa. – Desculpa. Depois eu volto. – disse se virando.
- Espere. – pediu a puxando calmamente- Você fica. Já estava de saída. – disse e beijou a sua testa.
Seher suspirou com rosto corado. Ao sair do banheiro, escutou a voz dos dois na cozinha.
Durante o café da manhã falaram pouco. Yaman estava pensativo, querendo preparar uma surpresa para Seher, mas não tinha encontrado ainda o que fazer.
Yusuf e Seher caíram na gargalhada ao ver Yaman afastando o queijo de sua frente dizendo que estava estragado. E saiu correndo para o banheiro para vomitar.
- Até quando passarei por isso. – Yaman resmungou lavando seu rosto.
 
 
Nihan acordou mal humorada, levantou e se arrumou decidida a passar menos tempo possível no hotel. O que estava lhe irritando, foi que decidira viajar para descansar e esquecer os dias que trabalhou afinco para resolver os casos Kirimli e se ver longe do promotor. E lá estava ele.
Sentada tomava o café da manhã com os pensamentos longe.
“ Se continuar desse jeito terá duas soluções. Uma, será matar o senhor prepotente, metido aquele estrupício. A outra, será usar tudo que sei e ir para cima.” Seus pensamentos eram uma contradição.
Bebericou seu café tentando comer e esquecer, no momento queria encontrar uma solução para se livrar do promotor. Que estava lhe tirando do sério com suas gracinhas.
“ Ah, não quero nem um dos dois. Apenas quero me divertir. Com tantas pessoas no mundo, por que logo eu?” perguntou a si mesma.
Nihan se arrepiou toda, quando sentiu alguém colocando a mão na sua cintura. Seu corpo estava começando a reagir ao mínimo toque de Halit e isso não estava lhe agradando em nada.
- Bom dia. – sussurrou beijando de leve o pescoço de Nihan.
Se sentou à sua frente observando-a sério. Nihan engoliu em seco, analisando como se livraria de Halit.
- Bom dia para você. – disse se levantando.
Ajeitou os óculos, balançou os cabelos e se virou para caminhar, Halit suspirou ao perceber um leve gingado nas cadeiras de Nihan.
“ Essa mulher ainda vai me deixar louco". Pensou Halit observando.
 
 
Aslan sorriu com os comentários do desembargador, mas não se arrependera em se tornar diplomata, e embaixador viajara por alguns países, morando determinado tempo em alguns. Quando conheceu Ferya se encantou, era uma moça muito bela e hoje era uma mulher linda e charmosa e sempre mantinha a compostura em elegância, sofisticação e beleza.
- Não me arrependo.  -disse sorrindo- Sou muito feliz com a Ferya.
A gargalhada do desembargador encheu o local.
- Como as coisas mudam. – falou tomando ar entre as gargalhadas – Hoje os comentários maldosos que estão se espalhando dia a dia, é que sua filha está tirando o juízo do promotor Halit.
  Aslan balançou a cabeça incrédulo como os boatos haviam chegado até tão longe. Se levantou para se retirar.
- Desembargador, agradeço por me receber. E contornar essa situação. – estendeu a mão para cumprimentá-lo - Porém, tenho que ir, tenho um compromisso.
Os dois homens se despediram e Aslan se retirou do escritório, antes de entrar no carro chamou Kemal e lhe entregou os documentos.
 - Devolva esses documentos. – ordenou – E agilize os demais.
 
 
Contra a vontade Yaman levou Seher para trabalhar. Mas não disse nada, estava realmente disposto a mudar, precisava mudar. A deixou sorridente, suspirou desanimado, sua perna estava dolorida.
- Rapaz, bom dia. – Mahfuz o cumprimentou.
- Bom dia. – disse se virando para ver quem falava consigo.
- Conversaram, rapaz?- indagou o senhor sorridente.
- Sim. – Yaman lhe observou – Obrigado pelos seus conselhos.
- Vejo que hoje você está feliz, meu filho. – O senhor sorriu.
- Ela está grávida. – hesitou, pensando se dizia o que estava pensando para o senhor à sua frente – Eu quero fazer uma surpresa para ela. Algo especial...
- Mas não sabe o que fazer, certo?! – o senhor completou o que Yaman ia dizer. – Posso lhe dar uma ideia?
Yaman assentiu, sorridente o senhor pediu para que o acompanhasse. Ao longe, entre as plantações de rosa, se via uma cabana feita de pedra.
- Está vendo aquela cabana? – apontava o senhor.
- Sim. – Yaman estava tentando entender.
- Então meu filho, ali você poderá conversar tranquilamente com sua esposa. – o senhor enfiou a mão no bolso e retirou a chave e estendeu a Yaman. – Vá até lá e veja. Porém, não está mobiliada. Faça como desejar.
Yaman assentiu. O senhor sorriu ao vê-lo indo em direção a cabana.
- É, meu filho, que a partir desse momento, Deus te ajude. Grandes mudanças virão nas suas vidas. – Mahfuz disse vendo Yaman se afastar.
 
 
Halit aguardava Nihan ansioso, Lalin havia ligado, falando que tinha aparecido um problema e precisava da sua assinatura com urgência e da de Nihan. A documentação do caso Kirimli estava sem a assinatura dos dois.
- Finalmente você chegou. – disse Halit vendo Nihan entrar no quarto.- Aonde você estava? E por que não atendeu a minha ligação?
- Não lhe devo explicações. – disse irritada jogando a bolsa sobre a poltrona – Nem precisa falar. – levantou a mão – A Lalin já me avisou.
Nihan abriu sua mala para pegar algumas roupas para tomar banho, estava cansada mas se comprometera em cuidar de Yusuf, para Seher sair com marido. Assim ficaria longe de Halit.
- Hoje tenho um compromisso. – disse indo em direção ao banheiro – Amanhã vou retornar e assinar os documentos. – abriu a porta  do banheiro parou por um instante e encarou Halit – Afinal, conseguiu estragar a minha viagem.
Halit não disse uma única palavra, deixou Nihan se arrumar e sair, seguindo até onde ela iria.
 
 
Yaman aguardava Seher do lado de fora da casa, ansioso andando de um lado para o outro, encostou no carro e esfregava as mãos suadas uma na outra, devido ao nervosismo.
Se vestiu com um terno preto camisa branca e uma gravata vermelha. A todo momento olhava para a porta. Nihan já tinha chegado há algum tempo para ficar com Yusuf.
Yaman ia voltar, quando viu Seher saindo. Ela estava com as bochechas coradas, admirou- a por algum tempo, o vestido preto acentuava algumas curvas de seu corpo, realçando os seios, que pareciam estar maiores. Se adiantou até chegar perto da sua esposa, pegando a maleta que Nihan arrumara para Seher. Ficou muito feliz ao perceber que era o vestido que dera a ela, com a renda e o laço.
Durante o caminho ambos se mantiveram em silêncio, apenas se olhando. Tanto Seher quanto Yaman estavam nervosos.
Parou com o carro na frente da cabana de pedra. Seher saiu e ficou observando, Yaman estendeu a mão, ela ficou olhando a mão do marido por um instante até que a segurou.
 
 
Nihan estava em uma crise de risos, se lembrando da reação de Seher ao ver a maleta que arrumara para ela levar.
“ Nihan não precisa. A gente só vai dar uma volta e conversar." Insistira Seher.
- Fique o tempo que quiser fora. – colocou a maleta nas mãos de Seher, não aceitando recusas. – Yusuf ficará muito bem comigo.
- Mas… - Seher insistia.
- Sem mas. – Nihan tentava fazê-la sair logo. - Vá, seu marido está esperando.
Seher assentiu, mas parou em seguida, curiosa. Colocou a maleta sobre a cama e abriu para ver o conteúdo. Viu uma peça de seda vermelha com cuidado a retirou. Era uma camisola sexy de seda vermelha, a deixando envergonhada, suas bochechas pareciam que ia pegar fogo tamanho seu constrangimento.
- Não me olhe com essa cara. – Nihan a repreendeu- Parece que nunca viu nada assim antes. - deu uma gargalhada.
- Eu não posso usar isso. -  olhou novamente a peça na sua mão. Mal lhe cobriria as coxas. – É muito pequena.
- Deixa de besteira. – Pegou da mão de Seher e enfiou novamente na maleta.- Anda, vai logo.- lhe estendeu a maleta”.
 
 
Segurando firme a mão de Seher, caminharam pela plantação de rosas até se sentaram em uma pedra, juntos olharam as estrelas. Aquela pausa daria tempo de servirem o jantar que mandara vir para os dois.
 

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