capitulo 26

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Yaman passou a noite observando Seher cochilando recostada na cadeira, quando o dia começou amanhecer foi vencido pelo sono e acordou com a voz do médico.
- Senhor Yaman – o examinava – Acho melhor mandá-lo para casa. – se virou para Seher – Será melhor para evitar de pegar uma infecção hospitalar.  Porém,  o senhor Yaman terá que fazer o tratamento a risca. – avisou.
 
- Pode deixar, doutor. – Ela pegou a receita da mão do médico.
 
- Aguardo-o em 1 semana para revisão. – disse a Yaman – Senhora, qualquer coisa que precisar pode me ligar.
 
Yaman ligou para Nedin, pedindo que alguém os buscasse no hospital. Nedin buscou-os ajudando levar Yaman. Ao encostarem em frente à mansão, Yaman suspirou.
Com ajuda de Nedin e uma muleta entrou na mansão. Cenger os cumprimentou, abrindo passagem para entrarem. Yusuf descia as escadas e correu até os tios, abraçando Yaman, que fez uma careta de dor.
- Tio, senti a sua falta! – afastou rosto olhando o tio.
- Também senti de você, pasha. – afagou os cabelos do menino.
- Querido. – Seher o chamou – Deixe seu tio ir para o quarto . – pegou menino pela mão – Já tomou café, meu amor?
O menino balançou a cabeça negativa.
- Quero tomar com meu tio. – disse encarando a tia.
- Querido, seu tio precisa descansar.  – respondeu com paciência.
- Deixe ele. – se virou para Cenger. – Leve nosso café no quarto, por favor. Nedin obrigado.
Nedin apenas balançou a cabeça, com ajuda de Seher e Yusuf cada um apoiando de um lado, subiram os degraus da escada. Parando no segundo degrau.
- Cenger. – o chamou se virando.
- Sim?– aguardou a ordem.
- Traga por favor, torradas, mel e limão. – pediu Yaman.
Sorrindo, Cenger se encaminhou para a cozinha, devagar Yaman e sua família, que o amparava, chegaram no quarto.
- Vou buscar a muleta. – Yusuf disse saindo do quarto.
 
Com ajuda de Seher, Yaman se acomodou na cama, desequilibrando a esposa, que apoiou-se em uma mão para não cair em cima de Yaman. Os dois ficaram com os rostos, próximo um do outro, um encarava a boca do outro alternando para os olhos, Seher com coração acelerado ergueu-se e livrando-se do transe, que aqueles olhos escuros provocavam.
- Não pense que esqueci. – ela quebrou o silêncio
- Eu sei. – Yaman deu um sorriso torto.
 
As atitudes da esposa lhe confirmou que havia uma pequena esperança de obter o seu perdão. Estava disposto a lutar até o fim.
 
 
Halit observava Nihan dormindo ao seu lado, só  aguardava a moça acordar, para ver sua reação ao perceber aonde estava. Após tomar banho na noite passada, deitara-se ao seu lado.
Nihan se espreguiçou acertando-o, lentamente abriu os olhos, se assustando ao ver Halit adormecido ao seu lado apenas com uma cueca Box branca. Puxou o lençol tentando se cobrir, ao ver que também estava seminua.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou perplexa.
- Bom dia pra você também. – ele levantou e pegou na mesinha de cabeceira, um copo com água e alguns comprimidos.- Beba! Caso contrário, passará o dia com mal estar.
Nihan aceitou, pois sua cabeça já estava doendo. Olhou em volta, o que estava fazendo ali?
“ Meu Deus o que eu fiz a noite passada? Ainda mais com o prepotente desse promotor. “ pensou, levando as mãos a cabeça dolorida.
Sorridente Halit se aproximou abraçando-a, que logo se afastou.
- Que foi, meu amor?- perguntou-se fazendo de desentendido.
 
-  Ainda me pergunta o que foi? – esbravejou – Você abusou de mim a noite passada. – se levantou como se a cama pegasse fogo.
- Não fiz nada que você não quisesse. – balançou os ombros.
 
- Usou pelo menos alguma proteção?  - se preocupou.
- Nenhuma. – Halit se levantou espalmando a mão na barriga de Nihan – Quem sabe! Aqui, não esteja gerando outro de mim. – se afastou um pouco esperando a reação de Nihan.
 
Furiosa, pegou os objetos em cima da mesinha de cabeceira e comecou a arremessar em cima do promotor, que gargalhava. Foi em sua direção, ao passar pelo espelho, sua atenção ficou presa ali…se aproximou para de ver melhor. Seu pescoço estava todo marcado com algumas manchas arroxeadas, meio azuladas, na sua pele clara. Em seu colo, também estava espalhadas algumas marcadas.
Se desesperou, pois não havia maquiagem que conseguisse cobrir.
- Olha o que você fez? – aprontava as marcas – Vou te acusar de abuso.
- Vai é! – se aproximou ficando de frente a ela – Em minha defesa.... – deu um grande sorriso, pegando sua mão e colocando sobre seu peito – mostro essa mordida no meu peito, e esse N marcado na minha barriga. – pegou a mão novamente e beijou a palma – Ainda tem os seguranças da boate que viram você saindo comigo, agarrada ao meu pescoço.
 
- Te odeio. – disse enfurecida – Se eu engravidar, mato você. – bateu no seu peito, descontrolada.
 
- Vai deixar seu filho órfão? – provocou ele.
 
- Deixo na porta da sua casa. – ameaçou.
- Minha mãe vai adorar cuidar do netinho. – Halit se divertia com a situação – Ainda mais quando souber quem é a mãe.
Juntou suas roupas resmungando e se trancou no banheiro para se vestir. Se observou em frente ao espelho. Como esconderia as marcas no seu pescoço pelos próximos dias?
 
 
Seher acabou comendo pouco no café, observava os homens da sua vida comendo em silêncio, enquanto passava mel em outra torrada para Yusuf... automaticamente pingou gostas de limão por cima do mel.
- Tia, não quero com limão, não. – menino falou sorrindo – Só você e meu tio que comem assim. – balançou a cabecinha.
- Desculpa, meu querido. – beijou o menino – Vou preparar outra para você.
- Pode deixar, pasha, que essa eu como. – pegou das mãos de Seher.
Que estremeceu com o contato das mãos. Yaman a fitava, querendo penetrar na alma de Seher. Constrangida, abaixou a cabeça.
- Tia, estou cheio. – disse quebrando o clima.
- Querido, vamos deixar seu tio descansar. – pegou menino pela mão- Vou ir preparar o almoço.
- Vai fazer a berinjela? – Yaman perguntou esperançoso.
- Sim. – respondeu.
- Peça Adalet, fazer a sobremesa da sua infância, por favor. – pediu.
Seher caminhou para cozinha indo preparar o almoço, Yusuf correu para ajudar Ziya no jardim.
 
 
Nihan entrou em casa tentando não ser vista. Mas para seu azar, Alif estava sentado na sala de estar tranquilamente tomando seu café. Ao ver a irmã entrar na sala, se engasgou ao ver seu estado.
- Meu Deus do céu! Vou ligar pro papai! – zombou- Por muito menos você deu 3 tiros no cara, lá na Tunísia!
Nihan pegou em cima do sofá uma almofada e jogou em direção a Alif, furiosa.
- Como é ruim de mira, só acertou um na perna, deixando-o coxo. – Gargalhou – Você matou promotor? - reduzindo que era o culpado pelas marcas.
 
- Infelizmente não! – estava mal humorada e com dor de cabeça- Vou tomar banho e dormir. – suspirou – Não estou em casa pra ninguém.
 
- Irmãzinha, estou indo almoçar com uma pessoa que conheci na boate. – abraçou a irmã- Tome bastante líquido para curar a ressaca.
Nihan saiu indo direto para seu quarto, ouvindo as risadas de Alif.
 
Após o acidente de Firat, Neslihan se aproximou mais e com empurrãozinho de tia Sultana, Kara e Ibo, começaram a namorar.
Firat, se não fosse por estar afastado do trabalho e ter cometido o erro com Yaman, estaria muito feliz.
Mas havia tomado a decisão de pedir desculpas e admitir que errara, que havia agido pela emoção. Aguardava Neslihan acabar sua aula para levá-la para casa. E poder conversa com Yaman, lhe pedir desculpas.
 
Seher caminhava de uma lado para outro na cozinha, tomando a decisão se preparava o almoço ou não.
Adalet após Seher falar que ia preparar o almoço, foi fazer a limpeza dos quartos.
- Deixe de ser boba, Seher. – falou para si – Ele mente, não confia em você, ainda vai preparar o prato preferido dele? – se perguntou – Ele vai achar que você o perdoou.
 
Após se questionar muito, resolveu mandar uma mensagem para Nihan, sua amiga lhe ajudaria.
“ Preciso da sua ajuda.” Enviou para Nihan.
 
Após uns minutos respondeu
“ Me diga no que posso te ajudar?”
 
“ Nihan, como faço para tirar a atenção de uma pessoa?”
 
“ Está falando do seu marido?” perguntou.
“ Sim”.
“ Seher, já perdoou?” perguntou curiosa.
“ Não. Apenas quero sair de casa sem ele ir atrás. Quero um tempo para pensar."
 
“ Trate ele como se nada tivesse acontecido. Seja amorosa. Deixe ele entender que você o perdoou.”
“ Obrigada, Nihan".
“ Por favor, não faça nada de errado.”  Nihan pediu.
 
Pegou os ingredientes para preparar o almoço, olhou no relógio para ver a hora e calculou o tempo que levaria no preparo. Colocou avental e começou a cozinhar distraidamente.
Assim que terminou de preparar o almoço, arrumou uma bandeja para levar a Yaman. Colocou a sobremesa ao lado. Foi levar, tentando se controlar e agir naturalmente com Yaman, o ódio do que fizera ainda queimava em seu peito.
Colocou a bandeja em seu colo e aguardou ele comer para levar a bandeja de volta.. Tentava manter o sorriso. Ansiosa foi pegar a bandeja e se desequilibrou, colocando a mão sobre a bandeja. Ficando centímetros o rosto um do outro, novamente. Se aproveitando da oportunidade, Yaman colou os lábios aos seus.
Reunindo suas forças se afastou, trêmula, o contato com o marido fazia seu corpo reagir.
- Está na hora dos seus medicamentos.  – lhe estendeu  um copo de água-  Descanse, mais tarde voltarei, após dar almoço ao Yusuf.
Ele balançou a cabeça concordando, ajudou-o a se deitar, a perna engessada lhe causava um pouco de dificuldade.
 
Nihan dormiu por algumas horas, foi acordada com celular tocando. A contra gosto atendeu sem ver quem era.
- Alô.  – murmurou.
--Aonde você está? – Halit perguntou – Estou na delegacia e o comissário me falou que você não esteve aqui hoje.
 - Você está louco? – alterou seu tom de voz – Pelos próximos dias, não colocarei o pé na delegacia.
- Por que? – Halit se fez de desentendido.
- Ainda me pergunta por quê. – esbravejou – Estou toda marcada por você, seu imbecil – o xingou.
 
- Só por isso?! – desdenhou – Quero você na promotoria em 1 hora.
- Só coloco meu pé na rua a noite! –  logo se arrependeu do que falou.
- Humm! A noite é?  - sorriu – Na promotoria em 1 hora. Pra sua informação são 6 horas da tarde. – desligou.
“ Estrupicio desse promotor arrogante, prepotente, presunçoso” o xingava mentalmente.
 
Quando deu 7 horas da noite Cenger foi cumprir a ordem que Seher lhe dera antes de sair. Deveria levar os medicamentos para Yaman, ela deixara separado na cozinha.
Firat estava na cozinha tomando café com Neslihan e Adalet, que estava super feliz com o namoro dos dois.
Cenger cumpriu as ordens de Seher, acordando Yaman.
- Cenger?! Onde ela está? – perguntou por Seher.
- A senhora Seher saiu com pequeno senhor para dar uma volta. – Cenger estava preocupado que não tinham voltado. – E até agora não voltou.
Yaman pegou relógio olhou a hora e constatou que já havia a anoitecido.
- Que horas eles saíram? – indagou – os seguranças foram juntos?
- Saíram sem os seguranças. Era 2 horas da tarde. – informou.
Yaman se levantou pegando as muletas, preocupado com os dois. Ligou para Nedin.
- Nedin. – mal atendeu Yaman desatou a falar. – Coloque os homens a procura de Seher e Yusuf . Saíram tem algumas horas e não voltaram.
- Calma, Yaman. – pediu Nedin.
- Encontre-os. – desligou.- Cenger, me ajude descer as escadas. – pediu.
 
Nervoso, e com ajuda de Cenger desceu as escadas.
 
Da cozinha dava para ouvir a voz de Yaman, ele estava furioso. Os três que estavam na cozinha, correram até a sala para ver o que estava acontecendo..
- Cenger, o que aconteceu? – Firat perguntou enquanto Yaman estava no telefone.
 - A senhora Seher saiu com Yusuf e ainda não voltou. – Cenger contou preocupado – E o telefone da senhora Seher está desligado.
 
 

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