capitulo 13

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Após desligar, Firat colocou celular no bolso do casaco. Finalmente saberia e seria resolvido, quem havia matado Kevser. Pegou no bolso da calça o pen-drive para colocar no som do carro e poder ouvir o áudio.
- Vamos ver. Se realmente é inocente Kirimli. - Firat tentou colocar o pen-drive no som, que acabou caindo no lado do passageiro.
Na direção oposta vinha um caminhão carregado. O motorista dirigia tranquilamente, com rádio ligado nas últimas informações.
O motorista percebeu que o carro na pista contrária, estava vindo em sua direção para colidir de frente, começou a buzinar e nervoso tentou parar o caminhão.

Firat, sem pensar muito, abaixou-se para pegar o pen-drive. Ao se levantar, viu que tinha invadido a pista contrária, e estava prestes a colidir com um caminhão, virou o volante tentando se desviar e evitar a colisão. O carro capotou várias vezes, ele fechou a mão para proteger o pen drive e, quando parou estava de cabeça para baixo. Firat havia batido com a cabeça durante a cabotagem e acabou desmaiando.

Assustado com o acidente, o caminhoneiro parou mais a frente. Saiu do caminhão para ver o que tinha acontecido com o ocupante do outro carro. Correu até o carro e abriu a porta, viu que o rapaz estava desmaiado. Verificou o pulso, vendo que estava vivo, soltou do cinto, puxou-o para fora do carro e levando-o até a beira da estrada.
- Acorda, rapaz . - chamava balançando-o.

Então, ouviu um barulho de explosão, se virou a tempo de ver o carro de Firat sendo queimado pelas chamas.
Carros começaram a parar, para ver o que estava acontecendo. Um rapaz, no meio das pessoas ali, ligou chamando uma ambulância e os bombeiros.

Nihan mudara suas feições, sempre alegre e sorridente, no momento estava extremamente zangada. Halit sorria, por finalmente conseguir irritar Nihan. Ambos trabalhavam sem falar nada, sempre olhando-a á cada movimento .
Nihan decidira trabalhar duro, para acabar logo com caso Kirimli e se livrar do promotor, o mais rápido possível. Lera todos os relatórios e fizera anotações no quadro, o que chamou a atenção do promotor.

- Como sabe que a vítima foi morta por uma mulher? - perguntou curioso.
- Suas investigações sobre mim foram falhas. - respondeu ela, irritada - Me formei em ciências forenses.
- Tudo bem. - Halit sorriu - Você acha que a legista está escondendo alguma coisa?
- Pela minha experiência sim. - constatou - A prova disso que até hoje não saiu laudo da morte de Ikbal Kirimli.
- Ótimo. - Halit se levantou - Então, ela terá que dar explicações.
- Mais uma coisa, promotor. - Nihan chamou atenção de Halit - Quero a exumação do corpo de Kevser.
- Por que?- Questionou.
- Por informações que tenho, que apontam Kevser teria grande chance de estar sendo drogada. - falou encarando-o.
- Sabe o que está me pedindo? - indagou ele.
- Sei muito bem. - Nihan afirmou - Tenho minhas suspeitas do verdadeiro assassino.

- Vou pedir autorização do juiz. - Halit pegou o paletó - Emita um mandado para que a legista dê um depoimento, o mais rápido possível. - Halit a olhou e falou antes que Nihan falasse não - Você sabe muito bem o quê fazer. Não me diga o contrário!
Halit saiu andando, abriu a porta, e se virou... a olhou, sorriu e saiu da sala. Deixando Nihan enfurecida, para cumprir sua ordem.
Nihan tinha quase certeza de quem matara Kevser. Mas, só falaria quando todas as provas estivessem em suas mãos.
" Metido, arrogante, presunçoso, prepotente. Sei, sim emitir um mandado, mas o promotor aqui é você, seu... seu convencido".
Nihan terminou de emitir o mandado, e deixou em cima da mesa para o promotor assinar. Pegou celular, e ligou para Seher.

- Alô - Seher atendeu.
- Podemos nos encontrar?- Nihan perguntou.
- Aconteceu alguma coisa? - Seher se preocupou - Sua voz está diferente.
- Preciso conversar com você.
- No momento não posso sair. - Seher falou triste - Estou esperando Firat.
- Estou indo na sua casa. - Nihan falou e desligou em seguida.
Nihan jogou celular na bolsa e saiu apressada.

Yaman para coordenar seus pensamentos, arremessava suas flechas, uma após a outra. Mas, continuava tão perdido quanto antes em seus pensamentos.
" Preciso me controlar, ou farei uma loucura. Preciso protegê-los."
" Não sou sua esposa. E você sabe bem disso." ouvia a voz de Seher.
" Não é minha esposa?!" era sua própria voz, retrucando.
Se lembrou de arremessar o paletó longe e caminhar em direção a sua esposa, olhando-a nos olhos. E segurando-a.
Arremessou mais uma flecha, que acertou no meio do alvo.
" O que mais quero é te abraçar, acariciar seus cabelos, seu rosto, te beijar. Cada vez que se afasta de mim, meu coração dói. Queima mais do que os tiros que levei."

- Yaman- Ziya o chamava.
- Irmão. - respondeu, olhando-o.
- O que está acontecendo? - perguntou agitado.
- Nada, irmão. - Yaman observava Ziya.
- Você voltou a atirar flechas. - Ziya se agitou ainda mais - Seher está triste também.

- Estou apenas atirando as flechas por esporte, irmão . - Yaman tentou se aproximar.
- Não, não é verdade. - Ziya se afastou, passando a mão no rosto. - Você está aborrecendo Seher.
- Irmão, se acalme . - Yaman falava calmamente.

- Não, não. O mal dessa casa foi embora com a Ikbal - Ziya iniciara uma crise se agitando - Ela era mal. Empurrou... empurrou... - gaguejou em meio a crise nervosa.

Yaman tentava se aproximar de Ziya, que não permitia.
Seher vendo da janela da cozinha, se apressou para ajudar a Ziya. Yaman olhava sem saber o que fazer.
- Ela era mal. Empurrou... empurrou... - Ziya falava.

- Irmão Ziya. Está tudo bem. - Seher falou, se aproximando de Ziya- Está tudo bem. Estamos aqui.
Seher falava, olhando-o dentro dos olhos. Aos poucos, Ziya foi se acalmando, Seher o abraçou e o levou para dentro.
- Cenger . - Seher o chamou.
- Seher, você está triste. -Ziya falou.
- Não, irmão Ziya. - Seher tentava acalmá-lo - Irmão Ziya, por que eu estaria triste? - perguntou - Todos estamos aqui bem, ficarei triste se você estiver triste.
Cenger deu o remédio a Ziya, e a enfermeira se aproximou levando-o para o quarto.
Seher olhou para Yaman e se virou, caminhando até a cozinha para terminar de fazer os biscoitos de limão que Yusuf tanto adorava. A ansiedade do que Firat queria lhe falar, era muito grande e ainda havia Nihan, que aparentemente não estava bem.

A mente de Yaman, fervilhava.
" Ela era mal. Empurrou. Empurrou!"
" Empurrou, quem?" a pergunta martelava em sua mente.
Nihan chegou a mansão Kirimli, afoita, precisava conversa com alguém para desabafar. Cenger abriu a porta, a cumprimentou e a levou até Seher.
- Bem a sua cara. - Nihan sorriu e falou ao ver Seher na cozinha - Esse é o famoso Yusuf?- perguntou ao ver o menino.
- Meu amor? - Seher chamou atenção do pequeno- Essa é a minha amiga, Nihan.
Educadamente Yusuf a cumprimentou.
- Meu querido. - beijou o menino nas bochechas - Vá para seu quarto, assim que os biscoitos estiverem prontos eu te chamo.
- Venha, pequeno senhor . - Cenger o chamou.

- Você é muito bonita. - falou Yusuf para Nihan - Mas, meu tio não gosta de você.
- Yusuf! - Seher o repreendeu.
- Meu querido... - Nihan abaixou a altura de Yusuf - Como você sabe, que seu tio não gosta de mim?

- Escutei ele falando. - olhou para a tia - Que não gosta que minha tia saia sozinha.
- Que tal da próxima vez, sua tia te levar junto?! - Nihan sorriu.
- Sério?- perguntou - Posso, tia?
Seher, não disse nada, apenas balançou a cabeça concordando. Yusuf feliz, beijou Nihan e acompanhou Cenger.
- Podemos conversa?- Nihan perguntou.

Seher apontou a mesa da cozinha, e sinalizou para as duas se sentarem.

- Então, me diga o que está acontecendo? - Seher perguntou.

- Aquele promotor arrogante, convencido, metido passou dos limite - Nihan respondeu furiosa - Se atreveu a me beijar.

Seher começou a rir, já sabia aonde essa situação ia parar.
- Vou dar o meu melhor, acabar logo com esse trabalho e me livrar daquele metido. - esbravejou.

- Nihan, se acalme. - pediu - Por que de tanto ódio? - Seher sorria - Já vi isso acontecer. O ódio acabou em amor.
Nihan levantou enfurecida.

- Jamais! E com o metido daquele promotor. - respondeu - Nem que seja o último homem da face da terra.

Seher ouviu atentamente até Nihan se acalmar.
- E você? - Nihan perguntou.
- Ah, Nihan que mais me dói, é ele não me contar a verdade.- suspirou - Não ver nenhum arrependimento em seus olhos. - balançou a cabeça- Mas, hoje estou aqui para te ouvir.
Nihan olhou relógio. Se levantou apressada.
- Tenho que ir. - afoita se apressou para sair - O senhor prepotente já deve estar de volta na promotoria.
Seher acompanhou Nihan até a porta. Se abraçaram e Nihan entrou no carro e se foi. Seher voltou para a cozinha para retirar os biscoitos do forno.
Yaman, que o tempo todo ouviu a conversa das duas, se apressou para não ser visto por elas. Mas, assim que Seher entrou na cozinha, entrou atrás, se aproximando dela.
O celular de Seher começou a tocar, ela atendeu.
- Alô, Ali. - se preocupou - Aconteceu alguma coisa?
- Seher, Firat sofreu um acidente. - hesitou - Está sendo levado para o hospital.
- Estou indo. - desligou apressada.
As lágrimas no rosto de Seher começaram a cair. Yaman se aproximou preocupado.
- O que aconteceu?- perguntou.
- Firat sofreu um acidente. - Seher começou a caminhar em direção ao quarto. - Tenho que ir vê-lo.
Entrou nervosa no quarto para pegar a bolsa, Yaman a seguia de perto. Segurou os braços de Seher para que ela o olhasse.
- Vou te levar. - falou, sem aceitar recusas.


Nota: obrigada a todos que votaram e comentaram. Em breve teremos surpresas boas


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