Um dia só nosso

436 55 84
                                    


Finalmente manhã de sábado, com certeza o melhor dia dessa semana.  Devido a correria dos últimos dias de estágio e das noites que passei estudando para a prova de residência, já fazia alguns dias que não via Gizelly e já não aguentava mais de saudade. Hoje a noite irei para São Paulo por causa da prova e aproveitando que os pais de Gizelly irão visitar alguns parentes na cidade vizinha, nós duas iremos para a fazenda e teremos um dia só nosso.

Após tomar café e arrumar minha mala aproveitei para tomar banho e estudar mais um pouco, mas não demorou muito para Gizelly ligar dizendo que seus pais já tinham saído. Guardei na bolsa as minhas coisas e do Jackinho e fechei a casa, depois entramos no carro e ele imediatamente ficou em pé na janela, esperando que eu abaixasse o vidro. Assim que chegamos na casa de Gizelly ele ficou eufórico só de vê-la, visivelmente eu não era a única com saudades aqui.

- Oi meu amor, que saudade! - disse, me abraçando forte ao entrar e colocar Jack ainda eufórico no colo.

- Muita, amor - respondi, beijando seu rosto - O que você queria me contar? - perguntei, me lembrando da mensagem que ela havia me mandado de manhã.

- Ah, verdade. Hoje cedo a mãe da Mari foi em casa conversar com meus pais, apareceu de surpresa.

- A mãe da Mari? O que ela queria?

- A Mari contou pra ela que meus pais descobriram sobre ela e a Bia e ela resolveu ir em casa conversar com eles - respondeu, segurando Jack na janela.

Gizelly já tinha me contado como tinha sido a conversa da Mari com os pais dela e que a Mari tinha sido bem firme, deixou claro sobre sua sexualidade e complementou dizendo que estava feliz e que esperava que eles respeitassem isso, já que sempre a consideraram como uma filha. A conversa tinha sido melhor do que esperávamos, mas Gizelly já tinha dito que sua mãe tinha mudado seu comportamento com a Mari e que ela tinha percebido isso então talvez fosse esse o motivo da conversa.

- E como foi a conversa, amor? - perguntei.

- A mãe dela ficou chateada com a atitude deles, claro. Disse que a Mari já tinha conversado com ela e que não havia problema nenhum por ela se relacionar com outra mulher, que não tinha entendido a atitude deles perante a isso. Você acredita que a mãe dela teve que ir lá falar isso, amor? 

 - Pior que acredito...E o que seus pais falaram?

- Eles ficaram até sem resposta e eu morrendo de vergonha. Aí ela continuou, disse que tinha muito orgulho da Mari porque ela é uma filha maravilhosa e que isso é o que realmente importa pra eles, depois finalizou perguntando se eles tinham algum preconceito e se isso ia interferir na nossa amizade - respondeu, ligando o som do meu carro - Aí meu pai resolveu falar, não negou que eles ficaram chocados quando viram a Mari beijando a Bianca mas que isso não ia interferir e que a Mari sempre será como uma filha pra eles.

 - Menos mau. Jamais achei que a mãe dela fosse entrar nessa situação toda...

- Na hora eu fiquei com medo do que meus pais iam falar mas depois eu achei ótimo ela ter aparecido e falado tudo o que falou.

- E sua mãe não disse nada? 

- Não, só escutou. Eles ficaram pensativos sobre tudo o que ela disse e achei melhor eu também nem dizer nada - respondeu Gizelly. 

- Ainda bem, senão ia falar o que não deve - respondi sorrindo, por conhecer bem a namorada que tenho.

Chegamos na fazenda e após almoçarmos brincamos com Jack no gramado e depois o deixamos na casa para descer até o rio. Estava muito calor e a água estava uma delícia, fomos de barco até uma das praias no meio do rio e descemos onde não havia ninguém, queríamos aproveitar o máximo que podíamos do tempo para ficarmos juntas e compensar os dias que não nos vimos. 

Incondicional | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora