Assim que saímos da sala, fomos direto para a cantina tomar um café. A fila estava enorme e eu já não aguentava mais esperar, só queria comer alguma coisa e conseguir um lugar pra sentar, já que estava praticamente tudo ocupado.
Tivemos que esperar alguns minutos até que uma das mesas fosse desocupada e logo que isso aconteceu rapidamente nos sentamos, antes que alguém pegasse o lugar. Vi a tela do meu celular acender e notei ser uma mensagem de Marcela.
"Oi, como você está?"
Nem eu sabia responder como eu estava. Na verdade a pergunta deveria ser "como estávamos", e não "como você está", já que essa história de Flay querer apenas ser amiga de Marcela não me convencia nem um pouco.
- Não vai responder ela, Gi? - perguntou Mari.
- Vou, mas quero terminar de comer meu pão de queijo primeiro - respondi.
- Gi, você não acha que está exagerando? Talvez a Flay só quer fazer novos amigos mesmo, não quer dizer que ela está interessada na Marcela ou algo do tipo.
- Eu vi a cara que ela fez ontem quando a Marcela disse que nós duas não namorávamos. Ela só faltou soltar fogos de artifício e pular no pescoço da Marcela, acha que não percebo as coisas Mari?
- Com a Ivy foi assim também Gi, a gente achava que ela ia ficar atrás de você querendo algo a mais, mas no fim ela deixou claro que só quer nossa amizade de volta - respondeu Mari.
- Ela olha diferente pra Marcela, desde o primeiro dia. Eu não vou engolir essa história Mari, não adianta - respondi, balançando a cabeça em negação enquanto tomava meu café.
- Você é cabeça dura Gi, quando você põe uma coisa na cabeça, não tem quem tire. Não precisa ser amiga dela, mas também não precisa desse ciúmes todo.
- Que ciúmes, Mariana? Não é ciúmes. Mas se a Marcela me disse que é comigo que ela quer ficar, então não tem que ficar de conversinha com alguém que quer mais do que apenas amizade.
- Então conversa com ela numa boa, Gi. Você se irrita com as coisas e explode, mas a Marcela não é assim. Com certeza ela não percebeu que a Flay tem outras intenções, mas você pode conversar com ela, sem brigas - respondeu Mari, a embaixadora da paz mundial.
- Nós já falamos sobre isso ontem, quando saímos do café.
- Eu sei, mas foi mais uma discussão do que uma conversa, pelo que você me contou. Responde a mensagem da Marcela, pede pra conversar com ela hoje. Vai ser bom vocês passarem um momento juntas e se entenderem.
Mari sempre conseguia deixar as coisas mais leves, sempre me mostrava que nem tudo precisava ser resolvido com brigas ou discussões e era isso que eu mais gostava nela. Peguei meu celular e respondi a mensagem de Marcela, dizendo que estou bem e perguntando como ela estava.
Logo ela me respondeu, dizendo que ia ficar no estágio até as oito da noite para não precisar ir atender amanhã cedo e perguntou se eu já tinha marcado algum compromisso para hoje a noite. Essa era a oportunidade perfeita para nos vermos, pois eu não queria que as coisas ficassem como estão e com certeza ela também não. Talvez eu pudesse fazer um jantar pra ela e depois conversarmos, ou então poderíamos assistir um filme e passar o resto da noite juntas.
"Não marquei nada, mas queria te ver" - respondi.
Terminei de tomar meu café e fomos para a biblioteca buscar alguns livros que usaremos para estudar e fazer alguns trabalhos, antes de irmos embora.
- Gi, a Ivy está perguntando se queremos ir na boate hoje, parece que vai ter musica ao vivo lá e ela quer ir, mas só vai se a gente for - disse Mari, carregando uma pilha de livros em um dos braços.
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Incondicional | Gicela
FanfictionMedicina sempre foi a paixão de Marcela, mas para concluir seu curso ela precisaria fazer estágio em uma cidade do interior. Não seria fácil deixar a vida em São Paulo e se adaptar a realidade de uma cidade pequena, longe da família, amigos e festas...