Vai ficar tudo bem

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Capitulo anterior...


"Mari me levou até minha casa ao sairmos da faculdade e para minha surpresa meus pais já haviam chegado em casa, coisa não era habitual. Entrei pela porta da sala e logo os avistei, sentados no sofá.

- Gizelly, venha aqui. Precisamos conversar - disse meu pai, com seriedade. "


(...)


Apenas um olhar do meu pai bastava para eu saber se estava tudo bem ou não, sempre que tinha algo sério para dizer ele mudava a expressão e o tom de voz. Deixei meu material em cima da mesa e me sentei em frente a eles para saber do que se tratava. 

- O que foi, pai? 

- Onde você estava ontem a noite? - perguntou, com o olhar desconfiado. 

- Na Mari, pai. Avisei vocês que eu ia dormir lá. 

Meus pais se entreolharam e em seguida voltaram o olhar sobre mim, como se esperassem que eu dissesse mais alguma coisa. Eu não estava entendendo o motivo daquelas perguntas mas rezava internamente para que não fosse o que eu estava pensando. 

- Tem alguma coisa que quer nos contar? - perguntou minha mãe, quebrando o silêncio. 

- Não. Só quero saber o motivo de todas essas perguntas. 

- Gizelly, hoje de manhã quando estávamos indo para fazenda nós vimos a Mari dentro de um carro e ela estava... - ela fez uma pausa e pigarreou, franzindo uma das sobrancelhas - beijando outra mulher. 

Fiquei sem reação na hora e senti minhas mãos gelarem no mesmo instante, eu podia imaginar que essa conversa fosse sobre qualquer coisa, menos isso. Continuei olhando para os dois sem saber o que dizer, eu não sabia como reagir. 

- Você sabia disso? - perguntou meu pai, ainda mais sério. 

- Claro que ela sabe, essas duas não se desgrudam. Gizelly, os pais da Mari sabem disso? 

Continuei olhando para ambos pensando no que seria melhor dizer. Fingir que não sabia talvez fosse pior, até porque não ia adiantar muita coisa, eu sou a melhor amiga dela e eles sabem que ela me conta tudo. 

- Não sei - respondi, evitando ao máximo dar informações. 

- Ela está passando por algum problema que nós não estamos sabendo? - perguntou meu pai. 

- Claro que está, a Mari sabe que isso que ela fez é errado! Ela cansou de ouvir isso na igreja e sabe que isso não é normal. 

- Não é normal? - perguntei, sem conseguir esconder minha indignação - Mãe, a Mari não está com nenhum problema e não tem nada de anormal nisso!

- Como assim "não tem nada de anormal"? - perguntou, se levantando do sofá. 

- Calma, Márcia - disse meu pai, fazendo sinal com a mão para que ela parar. 

- Qual é o problema com quem a Mari se relaciona? A vida é dela! O que vocês tem a ver com isso? - rebati, sentindo a raiva me consumir. 

- O que deu na sua cabeça Gizelly, pra você falar um absurdo desse?

- Márcia, se acalma - disse meu pai, fazendo sinal para que ela se sentasse - Eu quero que você peça para a Mariana vir aqui, nós queremos conversar com ela. E acho bom você também escutar essa conversa. 

- Conversar o que, pai? Eu não acredito que vocês estão se achando no direito de se intrometer na vida da dela - exclamei, me levantando - Só pode ser brincadeira!

Incondicional | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora