Incondicional | Gicela

Estou aqui agora

No capitulo anterior...

"Nesse mesmo instante, Marcela levantou a cabeça e me olhou. Rapidamente ela se levantou e praticamente pulou em mim, me abraçando e escondendo a cabeça em meu pescoço, aos pratos. Envolvi os braços em seu corpo, sentindo-a soluçar e molhar meu pescoço com seu choro, que agora estava mais intenso ainda. Ela me abraçava forte, como se aquilo fosse aliviar o que sentia e como se eu fosse exatamente aquilo que ela precisava naquele momento. Eu a amparava e afagava seus cabelos sem perguntar mais nada, apenas tentando amenizar o que ela sentia. Sentia seu coração bater acelerado em meu peito e a abracei ainda mais forte, tentando mantê-la segura. 

- Eu não estou bem Gi, me ajuda..."

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Sua voz estava trêmula e ela ainda me abraçava. Me afastei e segurei em seu rosto com as duas mãos, enquanto suas lágrimas desciam sem parar.

- Me abraça forte, por favor - respondeu, de olhos fechados.

- O que houve? Está tudo bem, eu estou aqui agora - falei preocupada, enquanto acariciava seu rosto levemente.

Ela soluçava e as palavras não saiam de sua boca, por mais que ela tentasse. A abracei mais uma vez e esperei até que ficasse mais calma, sentindo seu coração desacelerar aos poucos. Quando percebi que estava melhor, segurei em sua mão e a puxei delicadamente para sentar ao meu lado na areia. Me virei de frente para ela, que estava de cabeça baixa, enxugando as lágrimas.

- Quer me contar o que houve? - perguntei, repousando uma das mãos em sua perna.

- Recebi uma mensagem hoje, quando cheguei do hospital. Uma pessoa falou coisas horríveis do meu pai - disse, com os olhos marejados - e me mandou uma foto. Eu não acredito que isso está acontecendo...

Ela parou de falar e cobriu o rosto com as mãos, voltando a chorar e soluçar. 

- Calma Marcela, tenta se acalmar. Se você não quiser falar tudo bem - respondi, percebendo o quanto isso estava deixando-a abalada.

- Não, eu preciso falar, eu preciso encarar isso - respondeu, levantando a cabeça e tentando conter o choro - Me mandaram mensagens anônimas falando que meu pai está traindo minha mãe há algum tempo...que ele nunca a amou de verdade e que estava na hora da gente saber. Depois disso me mandou uma foto dele beijando outra mulher, foi horrível ver aquilo.

Baixou sua cabeça novamente e seu rosto ficou ainda mais vermelho, enquanto as lágrimas escorriam.

- Mas o pior é que depois disso chegou outra mensagem, falando que ela está gravida dele. Eu não sei como lidar com isso, estou muito mal.

- Mas você tem certeza que é ele? Existe tanta gente ruim no mundo, podem estar mentindo - falei, enquanto tomava uma de suas mãos e apoiava em cima da minha, acariciando levemente. 

- Sim, da pra ver nitidamente na foto. Não era montagem, eu sei bem quem é a mulher. Ela trabalha pra ele na empresa há anos e eu nunca gostei dela. Já tinha falado isso pra minha mãe mas ela tinha falado que era cisma minha, que ela era uma boa pessoa. 

- E sua mãe já sabe de tudo isso?

- Não, mandei mensagem perguntando como ela estava e ela disse que estava bem e ia jantar fora com ele hoje. Ainda por cima vai levar ela pra jantar, como se estivesse comemorando alguma coisa.