Acredita em mim

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"Precisamos conversar. Pessoalmente".

"Oi Gi. Ok, quer ir a algum lugar?"

"Pode vir na minha casa amanhã às 18h?"

"Sim, tudo bem"

Coloquei pijama e deitei na cama, pensando se essa era a melhor coisa a se fazer.


POV MARCELA 


Saímos do estágio e fomos até uma cervejaria que fica no centro da cidade, a pedido de Bianca. Gui e Igor aceitaram ir com a gente e fomos todos juntos, aproveitando para colocar os assuntos em dia, já que no hospital quase não temos tempo para isso.
Logo que entramos, vi os amigos de Gizelly sentados em uma mesa próxima ao balcão e fomos até lá, cumprimentar.

- Oi pessoal - falei, me aproximando. 

- Oi gente! Tudo bem? - respondeu Manu, sorrindo e acenando para nós.

- Estamos bem! Esses são nossos amigos Gui e Igor - falei, enquanto cumprimentávamos todos - e a Gi? Não veio?

- A Gi disse que não ia poder vir hoje - respondeu Mari - mas sentem aqui com a gente.

Pegamos algumas cadeiras na mesa ao lado e nos juntamos a eles. Sentei ao lado de Bianca, Mari e Lucas, e do outro lado estavam Gabi, Manu, Igor e Gui.
Fizemos nossos pedidos enquanto eles conversavam e resolvi mandar uma mensagem para Gizelly.

"Encontrei com seus amigos aqui na cervejaria...pena que você não está"

Deixei o celular sobre a mesa, passando a prestar atenção no assunto que falavam. Os meninos debatiam entre eles sobre futebol e as meninas estavam falando sobre os tempos da escola, riam de algumas histórias enquanto Mari e Bia se levantavam para ir ao banheiro.

- Pena que alguns foram embora. Lembram quando a gente matava aula pra ir pro rio? A ideia sempre vinha de Gizelly e Ivy, elas eram impossíveis.

- Verdade Gabi, bons tempos. Saudades da Ivy, pena que ela foi embora - respondeu Manu.

- Quem é essa Ivy? - perguntei, mesmo já sabendo de quem se tratava.

- Ela estudou com a gente e andava com a nossa turma, mas era mais amiga da Gi e da Mari - disse Gabi, enquanto pedia mais um chopp para o garçom.

- E vocês ainda se falam? - perguntei.

- Não, fomos parando de nos falar conforme o tempo passou...acabamos perdendo o contato com ela.

- Melhor assim, porque a Gizelly esquecia que a gente existia quando estava com ela - disse Gabi - elas eram um grude.

Por mais que eu não tivesse nada sério com Gizelly, aquilo me incomodou. Não só por saber que ela já namorou essa Ivy, mas pelo que Gizelly tinha sofrido por causa dela. É um alívio saber que essa Ivy está bem longe e estamos construindo algo verdadeiro, mesmo que seja há tão pouco tempo.
Gizelly não era uma pessoa comum, daquelas que se conhece numa festa e se leva pra cama, sem nem saber o nome da pessoa. Não...ela é especial, e eu soube disso desde o dia em que a conheci. E hoje eu tenho mais certeza ainda. 

- Ma, seu celular acendeu - disse Bianca, se juntando a nós novamente.

"Preciso ajudar minha mãe com algumas coisas, mas da próxima vez eu vou. Prometo!"

Trocamos mais algumas mensagens enquanto os demais conversavam e me lembrei que por mais que eu não quisesse, precisava falar com meu pai. Não sei como seria essa conversa e nem sei exatamente o que ele queria comigo, mas imagino o que seja. Hoje a tarde ele me pediu que eu ligasse e resolvi que ligaria de uma vez por todas.

Incondicional | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora