Onde ela está?

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"Entre conversas paralelas, ouvi Gizelly dizendo que ia buscar mais bebida. Foi então que ela se virou e quando passou do nosso lado, Flay não a viu e acabou derrubando um pouco de cerveja na roupa dela.

- Você tá louca? - disse Gizelly, nervosa e balançando os braços, pingando cerveja.

- Não vi você passando, acontece - respondeu Flay.

- Ah, claro que acontece. Você vai ver o que mais que acontece - respondeu Gizelly, que no mesmo instante empurrou Flay na piscina em um só impulso.

- Gizelly!"

(...)


- Meu Deus! Flay! - gritou Manu, se levantando da cadeira rapidamente ao ver Flay caindo na piscina com copo e tudo.

"Gi, por que você fez isso?" perguntavam Lucas e Thelma ao mesmo tempo, enquanto Gabi desligava o microfone e corria até onde estávamos. Os meninos que jogavam sinuca também se aproximaram de nós, ao ouvir o grito de Flay quando caiu na piscina, que agora segurava o vestido encharcado para poder subir a escada e sair.

"Coitada! Por que a Gizelly empurrou ela?" "Não sei, porque quis eu acho", comentavam os outros.

- Por que você fez isso, Gizelly? O que tá acontecendo com você? - perguntou Marcela, se virando pra mim com as sobrancelhas arqueadas e com o semblante mais sério.

Virei as costas e nem me dei ao trabalho de responder. Se ela estava fazendo aquela pergunta, nada do que eu dissesse adiantaria nesse momento e além disso eu não estava em condições de me rebaixar para explicar que ela fez de propósito e que eu não estava aguentando olhar pra cara de falsa dela. Marcela chegou na casa do Lucas com ela e meus amigos estavam ali agora perguntando por que eu tinha feito aquilo, sem ao menos se importarem se antes disso ela tinha feito alguma coisa comigo. Flay estava na casa do meu amigo, com meus amigos e com Marcela, e eu só conseguia pensar por quê eu tinha que ter ouvido Mari e vindo nessa festa. 

Segui até a sala como um furacão, sem nem olhar para trás, até ouvir Mari me chamar. 

- Gi, calma! Gizelly, espera! - gritou Mari, enquanto eu enxugava as lágrimas dos olhos e saia apressada.

- Me deixa Mari, eu quero ir embora.

Passei rápido e apertei o botão para abrir o portão, enquanto Mari ainda vinha atrás de mim. Abri a porta e passei por ele, fechando-o em seguida e deixando Mari lá dentro, me chamando pela grade.

Eu sabia que não devia ter vindo, no fundo eu já imaginava que não ia ser bom. Eu me sentia a pior pessoa do mundo, mesmo sabendo que ela provocou, porque sentia como se todos estivessem contra mim e se eu fosse a errada disso tudo. Ainda andando apressadamente, virei a primeira esquina e segui em direção à minha casa, tentando controlar as lágrimas que teimavam em escorrer. 

Agindo por impulso, parei no meio do caminho e peguei meu celular na bolsa, para ligar para a única pessoa que estava longe de tudo aquilo e que poderia me escutar agora sem me acusar.


POV MARCELA 


O que Gizelly tinha feito tinha sido demais, o ciúmes dela estava passando dos limites. Nem se deu ao trabalho de me responder, apenas virou as costas e saiu. Fui até o outro lado da piscina e ajudei Flay a sair, enquanto Lucas retirava o copo de plástico que estava flutuando lá dentro.

- Vem, dá a mão aqui - falei, segurando em sua mão para que ela não escorregasse - está bem?

- Sim, não foi nada, não tem problema.

Incondicional | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora