Capítulo 6

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Eu tinha uma razão para isso, uma que jamais dividiria com alguém. Esse era o motivo pelo qual eu não namorava. Era um segredo terrível. Prefiro morrer do que contar para Bruna, que talvez contasse para Luan...
— Fui criada com muita rigidez -falei em voz baixa. E era verdade. Meus pais insistiam que eu frequentasse a escola das freiras e a missa aos domingos- Meu pai não aprovava roupas chamativas e decotadas.
Provavelmente porque minha mãe assediava qualquer homem que a atraísse quando estava bêbada.
As coisas seriam melhores se eu soubesse o paradeiro do meu pai. Eu dizia as pessoas que achava que ele estava morto, porque era mais fácil do que admitir que meu pai era um aalcoólatra assim como minha mãe, e que andava misturado com homens perigosos.
Sinto falta dele, mas estaria correndo perigo se tivesse ficado com meu pai. Ainda o amo, apesar de tudo o que aconteceu.
— Pensando bem, você nunca namorou. -comentou.
— Sou técnica em veterinária. Tenho uma vida agitada. Trabalho em sistema de plantão. Se houver uma emergência à meia-noite no fim de semana, tenho que comparecer. -expliquei.
— Isso é uma grande besteira -disse com um tom de voz suave, enquanto nos paramos para que os cavalos bebessem água em um dos córregos da propriedade.- Já tentei te apresentar vários homens do meu trabalho e você congela quando qualquer um se aproxima.
— Porque você trabalha na polícia e só me apresenta policiais como pretendentes - falei brincando. Bruna era escrivã na delegacia da cidade. - Policiais me deixam nervosa. E falando assim, você pode até pensar que já cometi algum crime no passado.
— Eu acho que você está me escondendo alguma coisa - Bruna disse desconfiada.
— Nada de importante. É sério. -Respondi tentando fugir do assunto.

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