Capítulo 136

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A chuva inundou o para-brisa, tornando a paisagem uma névoa cinza. Soltei o cinto de segurança, me sentei de lado no banco e encarei Helena.
Ficamos em silêncio. Helena virou o rosto em minha direção e me encarou.
— Marcelo disse que vocês estão em um relacionamento sério –falei.
Ela mordeu o lábio inferior.
— Ele disse isso? –perguntou.
— Não jogue comigo –falei breve– Está ou não envolvida com o meu irmão?
— Não estou –respondeu ela, ofegante como se tivesse corrido uma longa distância.
Senti a tensão deixar meu corpo.
|Helena|
Fiquei nervosa quando Luan perguntou se eu e Marcelo estávamos nos relacionando de verdade. Não era verdade, mas Marcelo estava me usando como ferramenta de vingança, por ter perdido a Sophie.
Pedi desculpas à Marcelo mentalmente, e acabei contando a verdade para Luan. Não consegui resistir aquele olhar.
— Graças à Deus que uma coisa deu certo –murmurou ele– Eu seria capaz de estrangular o Henrique!
Enquanto eu tentava decifrar aquele enigma, Luan soltou meu cinto e me puxou para seus braços.
— Pensei que essa semana não iria acabar nunca –os lábios de Luan capturaram os meus, como se estivessem famintos à anos e precisassem matar aquela fome. Ele me puxou contra seu corpo, ignorando o gemido em forma de protesto que soltei– Estou louco por você –sussurrou contra meus lábios– Morrendo por você...
Eu estava mesmo ouvindo ele falar aquilo? Deixei os protestos de lado. Seriam inúteis de qualquer jeito.
Me aninhei em seus braços e pude esquecer a dor no ombro e no braço.
A chuva caia no teto do carro e escorria pelas janelas. O vento soprava, mas eu não conseguia ouvir mais nada além das batidas aceleradas do meu próprio coração. Não conseguia resistir. O que Luan quisesse, ele poderia ter.
Exceto quando a mão dele escorregou sob minha blusa e tocou meu seio, subindo para abaixar a alça do meu sutiã. Eu não poderia, nem ousaria deixar que ele tocasse em meu ombro.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora