Capítulo 118

188 4 0
                                    

— Se tiver qualquer notícia do seu pai –disse Henrique– Me avise imediatamente.
— Minha mãe está conversando com os corretores de imóveis –informei– Está com muito medo do que ele pode fazer.
— Eu também –concordou o delegado– Tenho um amigo em Campo Grande que está conversando com o homem que reconheceu seu pai. Ele conseguiu uma pista e está seguindo. Talvez nós tenhamos sorte.
— O que eu falo para a minha mãe?
Henrique pensou por um minuto.
— Diga para ela ir em frente e colocar a casa á venda –eu ia protestar, mas o delegado ergueu uma das mãos– Ela não precisa vendê-la. Apenas dar a impressão de que está vendendo. Talvez isso nos de tempo. Posso apostar que seu pai e o comparsa estão bem atentos ao que está acontecendo aqui.
— Vou falar isso para ela –prometi.
— E mantenha as portas e janelas fechadas para previnir –ele acrescentou com uma expressão séria.
— Fazemos isso sempre.
— Mantenha seu telefone sempre por perto –aconselhou ele e eu assenti– Sinto muito que tenha sido envolvida nisso.
— Não escolhemos a família em que nascemos, não é verdade? –ele assentiu.
Nos despedimos e depois de acabar todo o trabalho, fui para casa e contei tudo o que o delegado havia dito, para minha mãe.
— Eu estava apavorada –ela confessou– O delegado não vai me prender? Ele disse isso?
— Sim. –afirmei– Mas ele quer que você coloque a casa para vender.
— Eu posso fazer isso. –minha mãe alisou o tecido da calça que vestia– Sim, posso fazer isso. Hoje tomei apenas uma dose –disse depois de um minuto, e sorrindo para mim– Estou sentindo tremores, mas talvez eu consiga largar o vício se eu tentar.
Senti que estava começando um relacionamento de verdade com minha mãe.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora